Radialista Bena Santana, o repórter que não dorme

Um comunicador que ainda se emociona quando anda nas ruas e é reconhecido pelo povo, um repórter que conta com fontes permanentes de notícias, o povão. Este é Bena Santana.
O começo da carreira de Bena Santana foi no ano de 1977, na Rádio Clube de Santarém. “Fui levado pelo professor Amir Calderaro, mas passei pouco tempo, menos de um ano”, lembra ele. Depois da estréia, o repórter foi para a Rádio Rural fazer um teste com Olímpio Guarani, na época o chefe da equipe de esportes. Para se ter uma idéia, Jota Parente, Osvaldo de Andrade e Manoel Dutra, que era o gerente da rádio na época, faziam parte do universo que se descortinava para o jovem que começava cheio de garra, com vontade de aprender e com gana de ser um vencedor.
Com 18 ou 19 anos de idade, foi que Bena Santana fez o teste na Rádio Rural. “Na mesma sala onde Dom Thyago gravava o programa A Voz do Pastor”, ele recorda. “O Dutra veio assistir meu teste e me ordenou: “Faz cinco notícias”, ele lembra do improviso: “Fiz uma notícia do Clube do Remo, outra do Paissandu e outra do São Francisco. O Dutra olhou e disse, o Caboclo é bom, então, eu fui aprovado”, recorda.
Depois da escalada que começou na Rádio Rural, ainda na década de 70, o saudodo Ubaldo Corrêa inaugurou a Rádio Tropical e levou Bena Santana para fazer parte do cast da recém criada emissora. “Na verdade, ele levou foi toda a equipe de esportes da Rádio Rural para a Tropical e nós dominamos a audiência”, diz ele com orgulho. Durante dois anos a Tropical reinou na cobertura esportiva, depois a Rural se recompôs.
Da Tropical, Bena Santana voltou para a Rádio Rural. “Tive uma passagem rápida pela Rádio Marajoara, de Belém”, recorda o comunicador. Depois o radialista foi para a Rádio Guarani FM, quando houve o convite para fazer o programa “Primeira Página”, com Osvaldo de Andrade, comprovada audiência no começo de cada dia, às 5 horas da manhã.
Mas o povo pediu mais participação do radialista que não dorme, conforme foi chamado por Ednaldo Mota, monstro sagrado do rádio. Por essa razão, ele estréia nesta segunda-feira, na Rádio Rural, com o programa “Rádio Notícias”, ao lado do comunicador Raik Pereira, também no começo da manhã. “O ouvinte quer amanhecer informado, chega na segunda, ele quer saber do resultado do jogo, se alguém for preso, quem morreu. Ele não quer nem saber se o repórter saiu na chuva, se está doente, nada disso, ele quer saber é da notícia”, diz o radialista. “isso é ritmo de capital, o ouvinte quer acordar informado”, diz ele.
Perguntado sobre o que marcou nestes tantos anos de comunicação, Bena Santana revela de imediato: “O que me orgulha é essa aproximação que eu tenho com o povão. Não sei fazer rádio de outra maneira”. Esse é o perfil de Bena Santana, o comunicador que não dorme.

Por: Carlos Cruz