Alberto Oliveira: “Santarém está com sua economia paralisada”

Alberto Batista, novo presidente da ACES, quer Belo Centro como Shopping Center

Depois de ser aclamado na última terça-feira, 23, o novo presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), empresário Alberto Batista Oliveira, declarou em entrevista exclusiva a “O IMPACTO”, que a entidade vai continuar atuando na questão do fortalecimento do comércio da cidade. Ele adiantou que o centro comercial de Santarém deverá ser transformado em um shopping a céu aberto. Alberto Batista ressaltou, ainda, que a falta de um porto para embarque e desembarque de cargas e passageiros, de energia de qualidade e das precárias condições de funcionamento do aeroporto maestro Wilson Fonseca, se consolidam como entraves tanto para o desenvolvimento do comércio quanto da indústria, em Santarém. Veja a entrevista na íntegra:

Jornal O Impacto: Qual é a principal proposta da nova gestão da ACES?

Alberto Oliveira: A ACES tem como proposta fortalecer a parceria com as entidades de incentivo e produção ao crédito, como o Sebrae, Basa e Banco do Brasil, enfim, todos os organismos que possam ajudar a desenvolver a economia de Santarém. Vai ser um trabalho que a ACES vai fazer no sentido de capacitar o empresariado local, a buscar junto a essas instituições recursos para alavancar o seu negócio. Tudo isso é para que a gente possa gerar mais emprego e renda no nosso Município. Sabemos que existem muitos recursos que estão disponíveis nas instituições bancárias, mas o principal entrave é o acesso a esse crédito. Muitas empresas não dispõem de documentação e de condições para se adequar às exigências dos bancos. A ACES está montando em parceria com as instituições de ensino, um corpo técnico que vai dar suporte ao empresariado para que tenha acesso a esse crédito, que é um financiamento barato, de longo prazo e, que vai ajudar a movimentar a economia de Santarém.

Jornal O Impacto: De que forma a ACES está atuando para unir o comércio como um todo no Oeste do Pará?

Alberto Oliveira: Há um trabalho que está sendo feito pela ACES e as outras associações comerciais do Oeste do Pará, num sentido de união e de fortalecimento dessas entidades de classe, para que possamos ter um poder maior de negociação junto aos governos estadual e federal. Existe a CACIOP, que é a Câmara das Associações Comerciais do Oeste do Pará, que estão unidas e buscando fortalecimento para trazer para Santarém e para toda a região melhores condições, seja de recursos ou infraestrutura, para que tenhamos um comércio fortalecido e uma economia gerando mais renda e emprego para todos que aqui habitam.  

Jornal O Impacto: Existem outras perspectivas para a nova gestão da ACES?

Alberto Oliveira: A eleição ocorreu terça-feira, quando a nossa chapa foi aclamada. A proposta é que possamos desenvolver um trabalho à frente da ACES, preferencialmente chamando outras entidades, como SIRSAN, CDL e Sindilojas, para compor conosco, para que fortalecidos possamos desenvolver um trabalho que venha atender o empresariado local e buscar formas de desenvolvimento da nossa economia como um todo.

Jornal O Impacto: Como está sendo formulado o projeto de transformação do centro comercial de Santarém num shopping a céu aberto?

Alberto Oliveira: Existe uma proposta da ACES que queremos levar em frente e, para isso já andei procurando o poder público municipal para viabilizarmos no Belo Centro, a implantação de um shopping a céu aberto. Carece melhorar a infraestrutura do local e até a legislação no que diz respeito ao horário de funcionamento do centro comercial, para que possamos otimizar a prestação de serviços ao consumidor, de maneira que o Belo Centro se torne um shopping, com horários especiais e um atendimento ao público, melhorando as condições das lojas. Para isso, vamos fazer um trabalho junto ao empresariado da região do Belo Centro, para que essas lojas também sejam melhoradas. O objetivo é que possamos apresentar um comércio parecido com um shopping, só que de rua. Essa é a proposta para que o Belo Centro seja transformado num grande shopping.

Jornal O Impacto: Com a implantação de um shopping a céu aberto, algumas lojas terão que se adequar ao novo modelo comercial?

Alberto Oliveira: Sim! Não só as lojas, mas a própria infraestrutura local tem que ser melhorada. Temos que buscar junto ao poder público, para que interceda junto a Rede Celpa, para que a parte elétrica, que hoje é toda aérea, seja subterrânea, para que haja um saneamento de todo o Belo Centro. A proposta é dar uma condição melhor de trabalho ao empresário e ao consumidor, para que tenha mais conforto, para se dirigir ao Belo Centro e fazer suas compras.

Jornal O Impacto: Hoje, quais são os principais entraves para o desenvolvimento do comércio em Santarém?

Alberto Oliveira: A nossa cidade é um pólo de distribuição na região. A falta de um porto de embarque e desembarque de cargas e passageiros para atender as cidades circunvizinhas, isso é um entrave muito grande. Há a necessidade de um porto que possa não só haver embarque e desembarque de passageiros, mas principalmente de cargas. Temos um prejuízo muito grande em função da deficiência do porto em Santarém.

Jornal O Impacto: O senhor pretende continuar a luta pela implantação de uma Área de Livre Comércio em Santarém?

Alberto Oliveira: Já existe essa proposta na Associação Comercial e vai continuar. Entendemos que o cenário político do momento vai favorecer a continuação da luta pela criação da Área de Livre Comércio. Santarém está paralisada na sua economia em função dessa concorrência que temos de Manaus e de Macapá, que são áreas de livre comércio. A proposta é que Santarém possa ser inserida nesse contexto, para que nivelando as condições de competitividade, nós possamos desenvolver a nossa economia, melhorando a renda e as condições de vida de toda a nossa cidade.

Jornal O Impacto: O entreposto da Zona Franca de Manaus já faz parte da Área de Livre Comércio?

Alberto Oliveira: A questão do entreposto da Zona Franca de Manaus é uma proposta do atual Governo do Estado e, vimos que tende a somar. Não resolve o nosso problema de desenvolvimento como um todo, mas ajuda na questão logística dos produtos da Zona Franca de Manaus. A partir da BR-163 concretizada, esse entreposto vai facilitar esse transbordo de mercadorias, para o Centro-Sul, gerando emprego e renda aqui em Santarém.

Jornal O Impacto: A implantação de um Distrito Industrial pode fortalecer o comércio em Santarém?

Alberto Oliveira: Um Distrito Industrial, em qualquer lugar, tende a gerar muito emprego e renda. O entrave principal para a instalação de um Distrito Industrial hoje em Santarém é a questão de energia elétrica. Não temos energia de qualidade e nem uma proposta por parte da Rede Celpa, que contemple Santarém com energia suficiente, para a criação de indústrias aqui. Acompanhamos os projetos de investimentos da Rede Celpa para os próximos anos e Santarém não foi contemplada com recursos suficientes para propiciar energia de qualidade, que seja capaz de dar condições a criação de indústrias.

Jornal O Impacto: Essa questão das precárias condições de distribuição de energia pela Rede Celpa afeta os principais segmentos da economia de Santarém?

Alberto Oliveira: Toda economia de Santarém tem sido prejudicada por conta da má qualidade de energia que é oferecida na cidade. Não é apenas o setor comercial que sofre com isso, mas as instituições de ensino e a saúde pública como um todo. Há a necessidade de melhorar a energia, haja vista que a distribuição em Santarém precisa de uma qualidade melhor. Dependemos da melhoria da energia para que possamos pensar em indústria e um comércio mais fortalecido. Sem energia fica difícil se pensar em desenvolvimento para Santarém.

Jornal O Impacto: A conclusão do asfaltamento da BR-163 poderá alavancar o desenvolvimento comercial de Santarém?

Alberto Oliveira: Com certeza. A BR-163 é um sonho que acalentamos há 40 anos. Estamos vendo e acompanhando os trabalhos que estão sendo feitos e acreditamos que até o final de 2011 a rodovia esteja totalmente concluída. Vai ser uma porta de entrada e de saída para o fortalecimento do comércio, em Santarém. Outro fato que precisamos destacar é a necessidade de ampliação do aeroporto maestro Wilson Fonseca, que hoje não atende mais a demanda que há na cidade. O aeroporto é a porta de entrada e saída não apenas dos que moram em Santarém, mas de todas as pessoas que habitam as cidades que estão ao nosso redor. Eles necessitam do aeroporto, mas que já está travado na sua capacidade de atender o público.

 Por: Manoel Cardoso

Um comentário em “Alberto Oliveira: “Santarém está com sua economia paralisada”

  • 27 de novembro de 2010 em 09:50
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    Parabenizar este empresário pr sua vitoria e que tenha pleno exito em sua gestão e que nossa Santarém avançe.
    E importante uma maior integração regional entre as associações empresariais.

    De Itaituba P/ Santarem.

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