Médicos ameaçam pedir demissão coletiva em Santarém

Erick Jennings denunciou situação e Valdir Matias cobra providências

O comentário de que médicos do Pronto Socorro Municipal (PSM) ameaçam pedir demissão em massa preocupou a população de Santarém no inicio desta semana. As causas do pedido de demissão seriam a falta de remédios no PSM, onde segundo os médicos, pacientes estão deixando de ser curados e até salvos por causa da problemática.
No mês passado, o médico Erick Jennings, que é membro do Partido Verde em Santarém, publicou recente artigo no blog do Paju, onde conta em detalhes, a situação em que se encontra a saúde pública em Santarém. O texto do médico foi alvo de vários comentários e chegou à Câmara Municipal de Santarém.
Diante da situação, o vereador Valdir Matias Júnior (PV), que faz parte da base do governo da prefeita Maria do Carmo, em pronunciamento na manhã da última segunda-feira, 29, no plenário da Câmara denunciou a precariedade da saúde pública no Município, o que chamou de situação deprimente. Ele garantiu que após conversar com vários médicos constatou que o corpo clínico do PSM ameaça pedir demissão coletiva, principalmente por muitos pacientes terem morrido por falta de socorro e de procedimentos básicos.
“É preciso que se tome uma atitude, estou pedindo em caráter de urgência uma reunião com a prefeita Maria do Carmo Martins Lima, com a presença do secretário municipal de saúde José Antonio Rocha, para ver de que forma a Câmara pode ajudar”, declarou.
Para Valdir Matias se faz necessário tomar alguma providência para melhorar o atendimento a população, o que está ocasionando um reflexo ruim para a gestão municipal. O parlamentar ressalta que também se faz necessária uma ação rápida, para evitar a demissão de bons médicos.
“Possamos abastecer o Hospital Municipal com o mínimo necessário de remédios e equipamentos e haja treinamentos constantes, motivações para os funcionários, que na sua maioria estão estressados, desmotivados e muitos deles ameaçados pela própria população nas suas questões pessoais. A Câmara não pode fechar os olhos para isso, precisamos atuar e buscar solução para esse problema grave em nosso Município”, argumentou.
NOVO PSM – Em pronunciamento, o vereador Valdir Matias Júnior revelou que o novo Pronto Socorro Municipal foi inaugurado, mas funciona sem laboratório e agência transfusional de sangue, o que para ele, se torna preciso a toda hora dentro de um hospital, principalmente nas cirurgias. O Vereador denunciou que o sistema de Raio-X usado no novo PSM ainda pertence ao hospital antigo, o que agrava os problemas e necessita com urgência de melhorias.
REUNIÃO DE URGÊNCIA – A vereadora Marcela Tolentino (PDT) sugeriu uma reunião em caráter de urgência com o poder público municipal, com a proposta de buscar soluções emergenciais para melhorar o atendimento no Pronto Socorro Municipal. “Existe a problemática na aquisição de mais recursos humanos; de estoque de medicamentos; a agência transfusional, que não é de hoje que existe essa vontade de se implantar no próprio Hospital Municipal e vamos tentar isso juntamente com o Hemopa, que é de responsabilidade do governo do Estado. Queremos saber o que está faltando?”, questionou a Vereadora, explicando que uma agência transfusional precisa de um refrigerador para condicionar o sangue com qualidade e uma estrutura não muito complexa.
“Então, vamos discutir para ver a possibilidade de urgentemente solucionarmos esse problema, para que a partir do inicio de 2011 já se tenha no Hospital Municipal uma agência transfusional e não corrermos o risco das pessoas estarem em plena cirurgia, precisarem de sangue e este chegar tarde demais”, recomendou.

Por: Manoel Cardoso

Um comentário em “Médicos ameaçam pedir demissão coletiva em Santarém

  • 4 de dezembro de 2010 em 12:41
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    Nossa. Há dez anos estive ai com minha esposa, médicos formados e já constatávamos mortes, principalmete de Rn por total falta de estrutura, berçário, UTI. Retornamos, pois era duro demais assistir a isso e não poder fazer nada, pois, para as autoridades, existiam coisas mais importantes a resolver.
    Há 5 anos retornei para tentar novamente me estabelecer aí, novamente fui podado por um secretariozinho que impôs um regime de escravidão para eu trabalhar, plantão em dias alternados e, na folga, sobreaviso. Em resumo. Trabalhar todos os dias 24h.Não aceitei e fui excluido, pois o município não precisava de meu trabalho.
    Na realidade, precisava e muito, pois sou filho da terra e queria colaborar para diminuir isto que continua acontecendo. Enquanto o povo dai não abrir os olhos e não retirar certos “URUBUS” da saúde, Manaus e Belém serão os leitos hospitalares, a cura para suas doenças.

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  • 3 de dezembro de 2010 em 10:02
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    É uma vergonha que uma cidade que almeja desemvolvimento, ainda tenha situações como a falta de equipamentos e medicamentos básicos de saúde. As autoridades precisam realmente se mobilizar para lutar por um dos direitos da população que é assegurado por lei.
    Em outros Estados, como o Amazonas, onde moro, vejo os avanços em saúde pública até o mais longínguo dos município, por isso é considerado o estado que mais investe em saúde pública no Brasil, e olha que ainda há muito o que melhorar!

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    • 4 de dezembro de 2010 em 09:37
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      Bom dia Pâmela! Nosso Jornal é imparcial e toda e qualquer irregularidade que acontecer em Santarém e região, tenha certeza que será divulgado. Estamos à sua disposição para divulgarmos notícias de Manaus e região. Entre em contato conosco pelo e-mail: oimpacto@oimpacto.com.br ou editormiranda@hotmail.com.

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