Barco com 250 imigrantes naufraga perto de Lampedusa
Um barco com aproximadamente 250 imigrantes a bordo naufragou a 60 milhas náuticas (cerca de 100 quilômetros) de Lampedusa, a ilha italiana onde há nove dias morreram 328 pessoas depois que outra embarcação pegou fogo. Pelo menos 50 pessoas morreram, dentre elas 10 crianças, segundo o mídia local. Até agora mais de 200 pessoas foram resgatadas com vida, com ajuda de botes e coletes salva-vidas. Segundo o porta-voz da Guarda Costeira italiana, Marco Di Milla, um navio italiano foi enviado para resgatar as vítimas. As autoridades maltesas estão coordenando os esforços de ajuda.
Três unidades da Marinha e um barco maltês estão na região. A embarcação foi avistada por um piloto de avião de Malta, que o teria visto virar e afundar. De acordo com um comunicado oficial da Marinha maltesa, o barco virou quando a maioria das pessoas começou a acenar para o avião. O local exato foi identificado a partir do helicóptero do navio-patrulha Lybra, em serviço no Estreito da Sicília.
Autoridades de Malta e da Itália divergem sobre o número de mortos. Enquanto a Marinha italiana diz que foram registrados nove corpos, o primeiro-minitro maltês, Joseph Muscat, divulgou o número de 27 vítimas, entre elas três crianças. Já testemunhas e veículos locais asseguram que há ao menos 50 mortos.
A tragédia de Lampedusa não desencorajou imigrantes que tentam chegar à costa italiana antes do inverno europeu. Apenas nesta sexta-feira, de acordo com o jornal italiano “La Repubblica”, mais de 1.000 imigrantes foram interceptados em várias operações separadas. O maior grupo, com 210 pessoas, tentava entrar pela Sicília em um cargueiro de bandeira panamenha.
O acidente ocorre num momento de questionamento, na Itália e no resto da União Europeia, sobre maneiras de evitar que centenas de imigrantes morram no trajeto ilegal entre a África e a Europa. Na quarta-feira, o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, anunciou que as vítimas do naufrágio de Lampedusa serão homenageadas com funerais de Estado.
Ele e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, foram recebidos com insultos e gritos de “assassinos” ao chegarem à ilha no Sul da Itália para prestar homenagem aos mortos e avaliar a situação dos imigrantes abrigados no lugar. Na ilha, Barroso anunciou uma ajuda de € 30 milhões para ajudar os refugiados na Itália. Dos cerca de 500 passageiros, somente 155 foram resgatados com vida.
No Egito, 12 mortos
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, 32 mil pessoas chegaram ao sul da Itália e a Malta só este ano. Dois terços deles pediram asilo. Além da África Subsaariana, os imigrantes vêm da Síria e do Egito, dois países em crise.
Na costa da Alexandria, no Egito, um barco com imigrantes também naufragou nesta sexta-feira, deixando 12 mortos e 116 sobreviventes. Segundo agências de notícias egípcias, a Guarda Costeira recebeu um pedido de ajuda depois que uma embarcação que transportava os imigrantes afundou. Dentre os sobreviventes estão 72 palestinos, 40 sírios e quatro egípcios.
Fonte: O Globo