Usufrutuário, discreto e do lar
Michel Temer havia apresentado em rede nacional o “ponte para o futuro”, que muitos acreditaram se tratar do programa de governo que o PMDB levaria para avaliação do eleitor daqui a dois anos nas eleições presidenciais. O PT, que tinha projeto de ficar no poder até o ano de 2026, não levou muito a sério o ensaio do possível rompimento do seu maior consorciado.
O preposto mor do PMDB, Michel Temer, então, deixou vazar um áudio em que deixou claro e certo de que o futuro, na verdade, era iminente, e não para daqui a dois anos. E o fez com tanta segurança que parecia ter consultado antes vários futurologistas, mas consultou somente Eduardo Cunha.
Enquanto Eduardo Cunha negociava cargos do futuro “novo” governo com legendas e individualmente para aprovar na Câmara o impeachment de Dilma Roussef; Michel Temer se fingia de discreto e do lar, e, além do discurso já preparava a roupa que iria usar na posse.
Uma semana antes da votação do impeachment no Senado, o Supremo Tribunal Federal afastou Eduardo Cunha da presidência da Câmara e do mandato, o que não o impediu de cobrar a fatura do negócio anteriormente acordado, e emplacou vários nomes como ministros e cargos de altos escalões; mas isto é negado com muita ênfase, assim como Eduardo Cunha nega ser correntista suíço.
Com tantos nomes próximos a Eduardo Cunha sendo nomeados em postos chaves da “nova” administração, é possível que Michel Temer seja apenas um usufrutuário do atual governo.
Fonte: RG 15/O Impacto