Nélio Aguiar: “Parceria com Alemanha beneficiará santarém”

O Prefeito Municipal de Santarém, oeste do Pará, médico Nélio Aguiar, retornou à Pérola do Tapajós, após intercâmbio que durou uma semana. A convite da Fundação KAS (Konrad-Adenauer Stiftung), Nélio viajou para conhecer experiências de gestão pública na Alemanha, especificamente na capital Berlim.

Sobre a inovadora experiência, Nélio Aguiar explicou à reportagem do Jornal O Impacto, que a viagem foi bastante proveitosa e determinante, para que ele, como gestor, tenha novas possibilidades para direcionar ações de governo, que reflitam a essência de uma gestão eficaz.

“O convite foi uma honra muito grande para Santarém, depois de uma semana na Alemanha, sob programação da Fundação KAS, que tem sede no Rio de Janeiro e é ligada à União Democrática Cristã, da Chanceler Angela Merkel e tem essa parceria com o Brasil. Recebemos o convite, inclusive sem nenhum ônus para o município de Santarém, foi com certeza um convite irrecusável porque foi uma oportunidade muito grande que nos foi dada para fazer esse intercâmbio com um País de primeiro mundo, com uma programação bastante extensa voltada para a questão da área ambiental, que muito nos interessa. Tivemos a oportunidade de conhecer o sistema político alemão, tivemos visitas técnicas e audiências com o presidente da Associação dos Municípios da Alemanha, com a comissão parlamentar, parlamentares federais da Alemanha que têm um convênio com o Brasil que trata de assuntos voltados à América Latina. Também fizemos visitas técnicas a projetos de desenvolvimento sustentável, reaproveitamento de água, projetos desenvolvidos no sentido de receber toda a rede de esgoto, tratá-lo, devolvendo-o para a piscicultura, também aproveitando para a agricultura, um modelo realmente muito sustentável”, explicou Nélio Aguiar.

Conforme relata o prefeito de Santarém, nas reuniões e eventos que participou, ficou evidente a seriedade que os gestores alemães tratam as questões relacionadas ao meio ambiente, em especial na questão de utilização dos recursos naturais.

“Conhecemos outra solução que foi dada a Berlim na questão da água e dos esgotos, com uma grande estação, uma verdadeira usina; todo esgoto de Berlim vai para essa usina, num processo onde não se utiliza nada químico. Conhecemos consórcios intermunicipais, vários municípios se uniram formando um consórcio e eles mesmos gerenciam o abastecimento de água; têm a captação de água, os poços profundos, não utilizam cloro, todo tratamento de água é bacteriológico, não utiliza nada químico. Todo esse gerenciamento é feito pelo próprio consórcio municipal, presidido por um Prefeito, que garante o abastecimento de água para os municípios pertencentes a esse consórcio. Na questão dos esgotos, eles tratam toda aquela lama, e devolvem para o rio uma água tratada e também aproveitam o lodo do esgoto para ser incinerado, restando somente cinzas que voltam para o meio ambiente sendo enterrados. Nesse processo eles aproveitam o calor e o transformam em energia, metade do consumo da indústria é feito dessa forma; já faz 40 anos que a Alemanha faz isso. Também tivemos a oportunidade de conhecer o modelo de tratamento e destinação de resíduos sólidos, Berlim investiu muito, principalmente na reciclagem do lixo, na coleta seletiva, pouco se vê descartáveis por lá, eles têm uma consciência muito avançada no que diz respeito à utilização de recicláveis, eles evitam usar copos e sacolas descartáveis; culturalmente eles já retiraram do seu dia a dia os descartáveis, até mesmo as latas de alumínio para evitar uma maior produção de lixo; eles trabalham para evitar a produção, trabalham para reciclar o que é utilizado, trabalham para fazer a compostagem e no final das contas sobra muito pouco do resíduo sólido e o que sobra, no modelo deles, é incinerado e acaba transformado em energia elétrica. Aqui no Brasil, nós estamos muito atrasados em relação a isso, estamos procurando ainda os aterros sanitários e esse modelo de aterro não é mais utilizado na Alemanha, eles só utilizam a incineração”, informou Aguiar.

GERAÇÃO DE ENERGIA: De acordo com gestor municipal, outro aspecto relevante sobre a aplicação de políticas públicas na Alemanha foi a decisão em relação à matriz energética adotada pelo País, que tem priorizado fontes alternativas, de pouco ou nenhuma agressão à natureza.

“Tivemos uma reunião com um Deputado Federal, que é presidente da Comissão de Meio Ambiente e tratamos da questão energética. É um País, que apesar de ter apenas 1000 horas de sol por ano, se utiliza bastante da energia solar como alternativa energética, utiliza-se também da energia eólica. Eles não utilizam mais as hidrelétricas e quando utilizam, não aceitam mais fazer represas, nada mais é represado para evitar os impactos ambientais; utilizam modelos de turbinas modernas que possam aproveitar e produzir energia na corrente normal do rio, sem ter a necessidade de fazer represas. Isso nos leva a uma reflexão do nosso País, que insiste ainda no modelo de construir várias hidrelétricas aqui na Amazônia, deixando de lado outras alternativas de produção de energia, como a própria energia solar, que está cada vez tendo um custo menor, que vale a pena investir e tem resultados, como também a energia eólica. Esse contato com a Alemanha nos deu uma grande experiência de conhecimentos; tivemos a chance de conhecer, em Berlim, uma empresa que idealizou uma estação de tratamento de esgoto flutuante, ela é colocada na frente da cidade, toda rede de esgoto é levada para aquela estação e ela ainda é aproveitada para o turismo, sua superfície parece uma ilha, e nela há bancos, lanchonetes para as pessoas utilizarem como forma de paisagismo, lazer e turismo”, apontou o chefe do Executivo santareno, concluindo com sua avaliação sobre a importante viagem. “Realmente foi uma experiência muito boa, além de termos o contato para continuarmos com essa cooperação técnica com a Fundação KAS – inclusive a representante da Fundação KAS no Brasil, a senhorita Alexandra, estará em março em Santarém – que realizará em julho, um seminário em Alter do Chão; já existe uma parceria há muitos anos com o Projeto Saúde e Alegria, vamos buscar intensificá-la. Temos outras parcerias também com a Alemanha no sentido de construir microssistemas de água na várzea, utilizando energia solar; também estamos mantendo contato com nossa equipe de projeto em contato com a fundação, estreitando esses laços, para encaminharmos outros projetos, buscando parcerias e financiamento para esses projetos voltados para a questão ambiental; principalmente para a coleta seletiva de lixo no nosso Município, para a destinação de resíduos sólidos, para o abastecimento de água; principalmente em comunidades que ainda não têm nem energia elétrica. Intensificaremos essa parceria com a Fundação KAS, que é muito articulada com o governo alemão, e com as ONG’s que têm interesse em investir, em apoiar os projetos que busque o desenvolvimento sustentável”.

NOVA ORLA A CAMINHO: O prefeito de Santarém Nélio Aguiar e o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, acompanhados de suas comitivas, visitaram no início da tarde de terça-feira (21), dois trechos do cais de arrimo – um, próximo ao Mercado do Peixe, que está com a estrutura comprometida, e o outro, que cedeu em dezembro de 2016, mas já passou por trabalhos de recuperação executados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra).

A vinda do Ministro a Santarém foi articulada em janeiro deste ano quando o prefeito Nélio esteve em Brasília buscando parcerias para execução de trabalhos em diversas áreas no Município. Naquela ocasião, Nélio reuniu com Helder Barbalho e apresentou o projeto de continuação das obras da orla de Santarém. Este mês, o secretário municipal de Infraestrutura Daniel Simões, representando a Prefeitura, voltou a Brasília e apresentou projeto detalhado.

“Sempre entendi que aqui não é só uma obra paisagística ou de turismo, é uma obra de contenção de enchente. A cada enchente se agrava esse problema na estrutura da orla, e corre risco de romper definitivamente e ocorrer um desastre natural. Não é o que queremos, por isso, buscamos agir imediatamente”, afirmou o prefeito de Santarém, Nélio Aguiar.

O ministro Helder desembarcou no Aeroporto Internacional Maestro Wilson Fonseca junto com ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho e comitivas por volta de 13h30. Durante o trajeto do comboio, moradores do Residencial Salvação interditaram parte da Avenida Fernando Guilhon. O ministro Helder e o prefeito Nélio Aguiar fizeram questão de descer de seus veículos para ouvir e se solidarizar com as reivindicações dos moradores.

O projeto apresentado pela Prefeitura solicita recursos federais na ordem de R$ 75 milhões e pede as seguintes intervenções: contenção e reparo do muro de arrimo, recuperação da estrutura de todo cais até a Praça Vera Paz, construção de um píer para que as embarcações de ribeirinhos possam aportar na área sem prejudicar a estrutura e, um conjunto de bombas de sucção de água para serem ativadas automaticamente no período de cheia dos rios.

A previsão é que em março o ministro volte a Santarém com parte do recurso liberado para que a prefeitura possa fazer licitação e, no prazo de 180 dias, a empresa possa executar as obras.

Por: Rafael Duarte

Fonte: RG 15/O Impacto

4 comentários em “Nélio Aguiar: “Parceria com Alemanha beneficiará santarém”

  • 24 de fevereiro de 2017 em 12:55
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    NA INDI-GESTÃO PASSADA ! TROUCEMOS 2 ENGENHEIROS DE SÃO PAULO E FIZERAM TODAS AS ANÁLISES DO LIXÃO DE PEREMA ! OS ENGENHEIROS MAPEARAM FIZERAM OS RELATÓRIOS DE ADEQUAÇÃO DO ATERRO E APRESENTAMOS OS PROJETOS TÉCNICOS AO SECRETÁRIO NÉLIO AGUIAR QUE ERA RECÉM EMPOSSADO ! EO RESULTADO? E MORAL DA HISTÓRIA ! NADA ! SANTARÉM NÃO QUER SOLUÇÃO QUER FICA DO JEITO QUE TÁ ! HOJE O LIXÃO QUE TINHA 12 MTS DE ALTURA DESBARRANCOU E CONTINUA COM 300 M³ DESPEJANDO O CHORUME NO LAGO DO MAICÁ !

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  • 24 de fevereiro de 2017 em 07:40
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    Esse avanço Alemão em energia e tratamento Sanitário nunca será aplicado em Santarém pelo simples motivo de que o investimento seria bilionário e não tem grana pra investir este montante por aqui. Pra fazer uma obra de 20 ou 30 milhões já tão querendo 75. (o que daria pra fazer uma nova “Hollandse Waterlinie”)

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    • 24 de fevereiro de 2017 em 15:45
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      Não tem é interesse… na solução deste problema….

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  • 23 de fevereiro de 2017 em 20:21
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    SE DEPOIS DESSA VIAGEM SANTARÉM CONSEGUIR COLOCAR AS PLACAS COM NOMES DAS SUAS RUAS, JÁ TERÁ VALIDO A PENA, POIS CIDADE TURÍSTICA SEM ORIENTAÇÃO DE SUAS PRINCIPAIS RUAS E BAIRROS, É DE FAZER O TURISTA NUNCA MAIS VOLTAR. VERGONHOSO, HEIN SRS VEREADORES ?!

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