Câncer de ovário – Evento em Belém abordará a doença, no sábado (27/05)

No próximo dia 27, sábado, acontece um evento em Belém para falar sobre câncer de ovário, doença que é a 7° mais diagnosticada na mulher brasileira e que poucas conhecem. E mais do que isso, em mais de 80% do casos, quando o câncer de ovário é descoberto, já está em estágio muito avançado.

Durante o encontro, o Dr. Sergio Simon, médico oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e Diretor Presidente do Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama, falará sobre a doença, as novidades em diagnóstico e tratamento e como podemos orientar a população e ginecologistas para ajudarem na detecção precoce do câncer de ovário.

O QUE É CÂNCER DE OVÁRIO?

O câncer de ovário é o 7° mais diagnosticado na mulher brasileira, e em 2017 serão mais de 6 mil novos casos.

A maioria das pacientes apenas é identificada nas fases mais avançadas da doença, pois não há nenhum teste simples ou de rotina para descobrir o câncer de ovário com precisão, o que dificulta o tratamento e torna esse, o câncer com menor sobrevida na mulher.

Pela incidência da doença e também pela apresentação clínica silenciosa da doença é importante que todas as mulheres com idade entre 30 e 60 anos conversem com seu médico para avaliar quais são as estratégias que elas podem realizar para diminuir o risco do desenvolvimento da doença.

Converse com seu médico. O câncer de ovário é uma doença silenciosa e que se confunde facilmente com problemas menos graves, como as enfermidades gastrointestinais.

FATORES DE RISCO E SINTOMAS

Todas as mulheres estão sujeitas a desenvolver o câncer de ovário.  Existem fatores protetores e fatores que podem aumentar o risco para o desenvolvimento da doença. Sendo assim, é fundamental que cada mulher seja seguida de modo individual e avaliada de acordo com seu risco.

Alguns fatores podem ser mais influentes, mas nenhum perfil de paciente é passível de ser excluído dessa análise cuidadosa.

Por ser uma doença silenciosa e que facilmente se confunde com outras enfermidades, se uma mulher sentir com frequência alguns sintomas, é importante falar com um médico.

Os sintomas – geralmente persistentes – mais frequentes nas pacientes de câncer de ovário são:

  • Aumento do volume abdominal / inchaço contínuo (não é o inchaço casual)
    • Dificuldade de comer / sensação de plenitude, saciedade rápida
    • Dor abdominal ou pélvica, incaracterística
    • Necessidade urgente e frequente de urinar

Todos esses sintomas podem ser associados a outros problemas mais frequentes e menos graves, assim, é sempre melhor investigá-los.

Outro ponto fundamental que deve ser levado em consideração na consulta ao ginecologista é a questão do histórico familiar. É muito importante saber se na família, seja de um lado ou de outro, alguém já teve a doença. Ter uma mãe, irmã ou filha que teve câncer de ovário pode aumentar o seu risco.

Histórico familiar e herança genética, quando o câncer pode ser causado por uma alteração nos genes que é passada de mãe ou pai para filha, são um dos primeiros passos que levarão o médico a querer investigar melhor sua saúde.

Converse com sua família e com seu médico. A prevenção é a melhor amiga da saúde.

DIAGNÓSTICO/TESTE GENÉTICO

A maioria das pacientes de câncer de ovário apenas é identificada nas fases mais avançadas da doença, pois não há nenhum teste simples ou de rotina preciso, o que dificulta o tratamento e torna esse o câncer com menor sobrevida na mulher.

Se o médico identificar os sintomas e a paciente tiver histórico familiar, a maneira mais precisa de diagnosticar o câncer de ovário é por meio de teste genético. Mutações genéticas têm um papel bastante relevante no desenvolvimento e tratamento do câncer.

Nesse caso, o ginecologista pode indicar um geneticista para um aconselhamento genético. Dois tipos de câncer podem contar com a genética para o melhor tratamento, são ovário e mama.  As mutações dos genes BRCA1 e BRCA2 estão associadas com o alto risco de desenvolvimento dos cânceres de ovário e mama e ambos os genes apresentam uma predisposição para esses dois cânceres.

O teste de pesquisa das mutações nos genes BRCA 1 e 2, famoso pelo caso da Angelina Jolie, é um teste genético, exame feito para descobrir se há alguma anormalidade nos genes. Os genes podem sofrer mutações, ou seja, erros na maneira de coordenar a produção de proteínas, relacionadas às funções vitais do organismo. Existem testes genéticos que buscam mutações especificas (como a do BRCA 1/2), ligadas ao desenvolvimento de certas doenças como o câncer.

EXISTEM 2 TIPOS DE MUTAÇÕES:

  • Mutações germinativas: são herdadas, passadas de pai ou mãe para filhos ou filhas.
  • Mutações somáticas ou adquiridas: não são herdadas e podem se desenvolver ao longo da vida, devido a fatores ambientais (radiação, produtos químicos, vírus) ou sem uma causa conhecida.

O teste genético é hoje a maneira mais segura e certeira de identificar a predisposição para desenvolver um câncer de ovário e pode direcionar o tratamento, proporcionando melhoria na sobrevida e qualidade de vida ao paciente.

SOBREVIDA E QUALIDADE DE VIDA APÓS DIAGNÓSTICO

Como regra geral, os cânceres que são diagnosticados em estádios clínicos inicias são os que têm maior chance de cura. No caso dos cânceres de ovário, devido a sintomalogia inespecífica e de aparecimento tardio, é muito frequente que as pacientes sejam diagnosticadas em estádios clínicos mais avançados, o que pode impactar negativamente na chance de cura.

Vale a pena lembrar que o tratamento dos cânceres de ovário são multidisciplinares, ou seja, a paciente será avaliada primordialmente por um cirurgião ginecológico (especializado em tratar cânceres) e também por um oncologista clínico – que será responsável pela prescrição de quimioterapia, antes ou depois da cirurgia, sempre que estiver indicada.

Algumas mudanças de vida são fundamentais para manter uma boa qualidade de vida após o diagnóstico. A realização de atividades físicas frequentes, alimentação de boa qualidade e o cuidado com as próprias emoções são fundamentais.

A ideia então é comunicar-se principalmente com seu médico, perante a persistência de sintomas abdominais inespecíficos e persistentes como os descritos acima, fazer os exames de rotina prescritos por ele, e para isso é fundamental “ouvir” o seu próprio corpo! Não podemos nos intimidar perante um diagnóstico como este, temos que pensar que quanto antes diagnosticarmos maior será a chance da cura!

Fontes: Dra. Cristiane Sedlmayer, Gerente Médica de Oncologia para a Saúde da Mulher da AstraZeneca Brasil; INCA]

Fonte: Manuela Pastores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *