Sespa substitui servidores afastados do 9º Centro Regional em Santarém

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que nove servidores do setor regulação do 9º Centro Regional de Santarém, na região oeste do Pará, foram afastados preventivamente para atender a Mandado de Intimação para cumprimento de medidas cautelares, determinada pelo juiz Flávio Oliveira Luande, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Santarém, com base nas investigações da Operação Perfuga, deflagrada na segunda-feira, 7, pela Polícia Civil e Ministério Público do Estado.

A direção do 9º Centro Regional informa, também, que já está providenciando a substituição dos profissionais afastados para não prejudicar a marcação de exames, consultas e demais procedimentos à população de 20 municípios atendidos pela unidade. A Sespa também reitera que está colaborando com as investigações e aguarda o posicionamento da Justiça.

Detalhes do esquema fraudulento que envolvia o emprego de servidores fantasmas na Câmara Municipal e ilícitos no agendamento de exames e consultas no setor regulação do 9º Centro Regional da Sespa, na região oeste do Pará, foram revelados à sociedade nesta segunda feira, 7, durante a operação “Perfuga”, deflagrada pela Policia Civil, por meio da Superintendência Regional do Baixo e Médio Amazonas, com o apoio do Ministério Público Estadual.

A operação foi batizada com este nome porque os investigados são servidores públicos que têm o compromisso de servir aos cidadãos, porém abandonaram essa prerrogativa, passando a atender a interesses próprios. A ação teve o objetivo de cumprir dois mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária, cinco conduções coercitivas e 25 mandados de busca e apreensão. De acordo com o superintendente regional de Polícia Civil do Baixo e Médio Amazonas, Gilberto Aguiar, as investigações tinham dois focos: a Câmara Municipal e o setor de regulação da Sespa/9º Centro Regional.

“O trâmite do inquérito policial está sob a presidência do delegado Cleidson Castro. Há seis meses o delegado vem investigando situações que ocorriam na Câmara Municipal, referentes ao emprego de servidores fantasmas, assim como a interferência de pessoas na Sespa em relação a marcação de consultas, sendo que não estava sendo obedecida a ordem da fila de espera. Algumas pessoas estavam burlando essa sequência”, informou o superintendente.

Segundo a Polícia Civil, pessoas procuravam o vereador Reginaldo Campos (PSC), militar reformado, que atualmente se encontra preso no quartel do 3º BPM, para solicitar a facilitação de agendamentos de consultas e exames. Essas solicitações eram repassadas para a técnica em enfermagem Sarah Campinas, servidora pública efetiva, que exercia suas funções no setor de regulação da Sespa, a qual providenciava o efetivo agendamento com o apoio de outros servidores da unidade.

De acordo com as investigações da Polícia e do Ministério Público, a servidora Sarah Campinas, que recebia as demandas repassadas pelo vereador Reginaldo Campos, também recebia remuneração mensal da Câmara dos Vereadores. No entanto, não exercia efetivamente a atividade na Casa Legislativa. Foram identificadas, no curso das investigações, outras pessoas que também eram servidores “fantasmas”, ou seja, recebiam remuneração sem efetivamente trabalhar. Entre os servidores fantasmas estavam advogados e pessoas ligadas a lideranças de bairro ou líderes religiosos.

O inquérito policial apura crimes de peculato, falsificação de documento público, corrupção e associação criminosa. “A investigação não cessou com essa operação. Esperamos que novas provas sejam coletadas ao final do inquérito policial”, frisou o delegado.

Fonte: RG 15/O Impacto e Agência Pará

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