Incra delimita e reconhece territórios quilombolas de Santarém e Óbidos

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) delimitou o território quilombola Murumuru e reconheceu o de Peruana, localizados nos municípios de Santarém e Óbidos – Oeste do Pará -, respectivamente. Os atos representam avanços nesses processos de regularização fundiária.

O resumo do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do território Murumuru foi publicado na sexta-feira (11) e ontem no Diário Oficial da União (DOU). Os estudos que compõem o documento definem uma área de 1.827 hectares, onde 116 famílias remanescentes de quilombos residem.

A publicação do RTID é de responsabilidade da Regional do Incra no Oeste do Pará, procedimento realizado após anuência concedida pela Presidência do órgão. O edital com o resumo do RTID é assinado por Rogério Zardo, superintendente regional da autarquia.

Conforme os dados apresentados nas peças técnicas que compõem o processo, o território quilombola Murumuru é delimitado considerando as áreas de moradia; as terras reservadas à execução das atividades produtivas; e os espaços de uso comum, deslocamentos, lazer, manifestações religiosas e culturais tradicionais.

Concluído e publicado o RTID no DOU e no Diário Oficial do Estado, o Incra notifica pessoas não pertencentes às comunidades quilombolas, compreendidas no perímetro e na área de fronteira. Após esse ato de notificação, é aberto um prazo de 90 dias para a recepção de eventuais contestações ao relatório, a contar da notificação dos interessados. Caso sejam apresentadas, as contestações são avaliadas do ponto de vista técnico e jurídico. O julgamento cabe ao Comitê de Decisão Regional (CDR) – instância administrativa máxima das superintendências regionais do Incra.

Peruana

No caso de Peruana, o processo está em estágio mais avançado. A portaria de reconhecimento, assinada pelo presidente do Incra, Leonardo Góes, foi publicada ontem (10) no DOU. É uma fase posterior à elaboração do RTID e do recebimento de contestações apresentadas por não quilombolas. Essas contestações foram julgadas improcedentes no âmbito da Regional do Incra no Oeste do Pará. Não houve recursos a essa decisão.

O próximo trabalho do Incra é realizar vistorias e a avaliação de imóveis de não quilombolas que estejam no perímetro do território, para fins de possíveis indenizações, se couber, ou de reassentamento das famílias que possuem perfil de clientes da reforma agrária. O Incra não identificou títulos definitivos sobre o território quilombola.

Conforme a portaria de reconhecimento, o território Peruana tem 1.945 hectares, onde residem 16 famílias remanescentes de quilombos, totalizando uma população de 77 pessoas.

Fonte: RG 15/O Impacto e Ascom/Incra

3 comentários em “Incra delimita e reconhece territórios quilombolas de Santarém e Óbidos

  • 20 de agosto de 2017 em 22:34
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    Os documentos afirmam e a história conta!
    Os quilombos eram em áreas de difícil acesso e não as margens do rio à poucos quilômetros de uma fortaleza!
    Tudo manobra,onde os mais interessados em firmar essas áreas terão lucratividade e os chamados “remanescentes” são apenas marionetes.

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  • 14 de agosto de 2017 em 15:50
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    A MÁFIA INSTALADA NO INCRA, recebe GRANA PARA AUMENTAR ÁREAS COM PSEUDOS TERIITÓRIOS QUILOMBOLAS, E COM ISSO BARGANHAR ROYALDS DE PROPINA POR TRAS DESSE AR DE LEGALIDADE, PoQue NA PRATICA TODOS SABEM QUE NESSES LOCAIS APÓS ESTAS AÇÕES NADA MUDA, O QUE ESSES funcionarios estão envolvidos é na guerra secreta da bauxita. A estatização do território nacional passa inevitavelmente pela criação e reconhecimento deses povos, com o objetivo claro e entrar na guerra da divisão desta merenda minerária.

    veja o link….

    http://apublica.org/2016/08/a-guerra-secreta-pela-bauxita/

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  • 13 de agosto de 2017 em 14:17
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    quilombolas são na maioria das vezes massa de manobra… política

    interesses extrangeiros sobre a amazonia…..

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