Professora é demitida após denúncia de maus-tratos a criança

Uma criança contou a seu pai, que a professora esfregou um pano sujo de fezes em seu rosto

O fato revoltou não somente os pais que possuem filhos atendidos no Centro Municipal de Educação Infantil do bairro da Matinha – onde a situação aconteceu -, mas também toda a cidade. As denúncias contra a profissional da educação infantil, que segundo informações, há pelo menos quatro anos presta serviço para o município, foram realizadas por pais, que ouviram de seus filhos, relatos de agressões verbais e físicas.

As situações também foram presenciadas por estagiários da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), no período que atuaram na sala de aula aonde a professora trabalhava. Também chamou a atenção de todos que acompanharam o caso, a situação que a direção da Unidade de Educação Infantil, em entrevista à imprensa, relatou que já acompanhava a tempos, o comportamento agressivo da professora denunciada, porém, não tomou providencias efetivas para que as crianças fossem bem tratadas.

“Ele nem queria mais vir estudar, ele disse que a professora esfregou uma toalha suja de fezes no rosto dele. Eu vim conversar com ela e ela disse que era mentira. Semana passada ela deu um beliscão nele. Quando ele chega em casa, ele conta tudo que acontece”, denunciou o trabalhador autônomo Rogiflon Barbosa, em entrevista a uma emissora de Televisão.

As denúncias se ampliaram, outros pais disseram que as crianças falaram sobre agressões como puxões pelos braços e beliscões. O comportamento da professora denunciada gerou preocupação à coordenação de estágio da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Uns estagiários que estavam em diversas turmas do Cemei contaram que presenciaram os maus-tratos praticados pela funcionária.

“Puxões pelos braços, humilhações, exposição de situações particulares das crianças em público. Situações desse tipo que nem são consideradas maus-tratos por quem não conhece, mas que de fato a gente considera sim que é um desrespeito com as crianças”, contou a coordenadora de estágio, Sinara Almeida.

AUTORITARISMO: De acordo com as denúncias, as crianças eram privadas de ir ao banheiro e tomar água. Agressões físicas e verbais também estão entre as queixas. Ainda de acordo com as denúncias, as crianças eram obrigadas a dormir, mesmo quando não estavam com sono. Elas eram colocadas de bruços e não podiam mover os braços e nem a cabeça.

As denúncias foram registradas na Secretaria Municipal de Educação (Semed) por uma mãe e por representantes da Ufopa.

A imprensa, a professora denunciada por maus-tratos afirmou que prefere não se posicionar sobre o assunto. A educadora foi transferida na sexta-feira (25) para uma instituição no bairro Santarenzinho, mas na segunda-feira (28) a funcionária foi afastada até que as denúncias sejam apuradas.

NÃO FEZ NADA: A coordenação do Cemei Matinha informou que já havia presenciado a agressividade da professora e que ela já tinha sido chamada para melhorar o tratamento com as crianças, o que não teria acontecido. “Essa professora foi orientada a mudar o comportamento, sua maneira de agir com as crianças”, contou a pedagoga Francisca Saldanha.

De acordo com a Coordenadora do Cemei da Matinha, Francisca Saldanha, ao tomar conhecimento das denúncias, a professora denunciada foi chamada e durante a conversa com a coordenação da unidade, também demonstrou agressividade ao falar sobre o assunto. “Para minha surpresa, ela se descontrolou. Só ouviu o primeiro relato, e quando fui ler o segundo, ela faltou com o respeito, se descontrolou mesmo”, disse a coordenadora.

A coordenadora da Educação Infantil de Santarém, Flora Aparecida, por outro lado disse que tem conhecimento das denúncias, mas que não tem provas e nem presenciou tais comportamentos. “Não estou defendendo ninguém, mas tem uns pais que denunciam e tem outros que estão pedindo que a gente vá lá, defendê-la. Afastamos a professora da sala de aula”, contou Flora.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que está ciente dos problemas ocorridos no Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) do bairro da Matinha e está tomando as providências administrativas necessárias no sentido de garantir o pleno atendimento do seu público-alvo, que são crianças de 2 a 4 anos de idade.

EXONERAÇÃO: A princípio, afastada das atividades de sala de aula, a professora Vera Lúcia da Costa Ferreira, denunciada por maus-tratos a crianças no Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) do bairro Matinha, foi exonerada do cargo. O comunicado foi feito na terça-feira (29) pela Secretaria Municipal de Educação (Semed).

De acordo com nota divulgada à imprensa, a decisão de demitir a servidora da educação, levou em consideração as denúncias formalizadas na Semed pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

Segundo a Semed, a servidora pública pertencia ao quadro de temporários. Ela foi imediatamente afastada da sala de aula e após avaliação técnica, o governo decidiu então pelo desligamento. A Semed esclareceu ainda que os demais servidores da creche da Matinha, que haviam sido remanejados para outras unidades da educação infantil, já retornam à unidade de origem.

Por: Edmundo Baía Júnior

Fonte: RG 15/O Impacto

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