Wesley e Joesley não cometeram crime, diz advogado dos irmãos: “Eles confiaram no Estado”

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, criticou a prisão dos irmãos Joesley Batista e Wesley Batista, donos da Holding J&F. De acordo com ele, em referência ao mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça de São Paulo e cumprido nesta quarta-feira (13), que resultou na prisão de Wesley Batista, não há irregularidade no suposto uso de informações privilegiadas que geraram lucros aos irmãos no mercado financeiro, conforme afirma a Justiça.

“Se existisse qualquer hipótese de ” insider trading”, eles certamente teriam incluído os fatos na delação para obterem a imunidade”, justificou Kakay, que é um dos advogados dos empresários. Ele também ressaltou que os irmãos ”poderiam ter evitado a investigação e estariam hoje sob o manto da imunidade, mas confiaram no Estado”. Por meio de nota, Kakay diz que os irmãos Batista sempre se colocaram à disposição do Ministério Público Federal e do Judiciário e acrescenta que a prisão dos empresários”surpreende e causa indignação” por acreditar ser “absolutamente desnecessária”.
Wesley Batista foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (13). O empresário é investigado por manipulação do mercado financeiro. A suspeita é de que o grupo obteve lucro com a venda de dólares às vésperas da divulgação da delação premiada.

Entre os mandados da Justiça paulista, também está o pedido de prisão preventiva contra Joesley. No entanto, ele já está preso temporariamente desde domingo (10), em Brasília, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Caso a PGR peça prorrogação da prisão temporária ou a prisão preventiva dele, o empresário permanecerá detido na capital. Do contrário, diante da prisão preventiva expedida pela Justiça de São Paulo, Joesley seguirá para a cadeia na capital paulista.

Leia íntegra da nota do advogado Kakay:

Os irmãos Wesley e Joesley Batista fizeram delação e entregaram centenas de documentos, assumiram inúmeros crimes e tiveram, na análise do Procurador-Geral da República, o beneficio da imunidade total pois a efetividade da delação foi considerada absolutamente perfeita. É claro que poderiam ter feito um anexo na delação sobre esta investigação que resultou na prisão, sobre suposto uso de informação privilegiada.

Se existisse qualquer irregularidade, eles teriam acrescentado um anexo, o que levaria a imunidade completa também sobre este fato. Parece óbvio que não fizeram porque não há crime algum. Poderiam ter evitado a investigação e estariam hoje sob o manto da imunidade. Mas confiaram no Estado; afinal de contas, estavam tratando com o Ministério Publico Federal. A prisão surpreende e causa indignação pois é absolutamente desnecessária. Eles sempre se colocaram à disposição do MP e do Judiciário. Se existisse qualquer hipótese de ” insider trading”, eles certamente teriam incluído os fatos na delação para obterem a imunidade. A defesa segue confiando no Judiciário. KAKAY

Fonte: Congresso em Foco

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