Alerta – Surto de Doença de Chagas ataca família em Santarém

Dr. Edson Filho diz que todas as medidas necessárias foram efetivadas

Pelo menos seis pessoas da mesma família foram diagnósticas com a doença de chagas, transmitida pelo inseto popularmente conhecido por babeiro. Os infectados são moradores de Cachoeira do Aruã, comunidade localizada no Rio Arapiuns.

A Divisão de Vigilância em Saúde confirmou na segunda-feira (18), que dois adultos e quatro crianças contraíram a doença, após consumirem o suco do fruto de Patauá, semelhante ao Açai.

De acordo com o Secretário Municipal de Saúde, Dr. Edson Filho, todas as providências que o caso requer, já foram efetivadas.

“Encaminhamos uma equipe para a comunidade de Cachoeira do Aruã e comunidades no entorno, para realizar o estudo epidemiológico, de vigilância sanitária, e não fazer apenas a questão do tratamento, como também o trabalho preventivo, para que não aumente estes casos na região. Não temos uma confirmação de números de casos, estamos indo lá para realizar o levantamento e iniciar o tratamento”, explicou.

Manoel da Silva Pereira e Maria Zenilda Máximo (pai e mãe), ambos de 48 anos, e os filhos Nayane Máximo Pereira, 18 anos, um adolescente de 14 anos, uma criança de 4 anos, receberam medicação, vindo a apresentarem quadro clínico estável. Até o fechamento desta edição, os pacientes permaneciam em observação sendo acompanhados pelo Setor de Infectologia Hospital Municipal de Santarém (HMS).

Conforme aponta o Coordenador da Divisão de Vigilância em Saúde, João Alberto, um agente de saúde, em visita aos parentes (família infectada), percebeu que os mesmo apresentavam sintomas parecidos com os de dengue, há mais de um mês. Porém, mais tarde houve suspeita que não seria dengue.

“Um membro da família que apresentava dores no corpo, dor de cabeça, febre, entre outros sintomas, realizou o exame a pedido do agente, e se constatou a doença de chagas. No dia seguinte, os outros cincos chegaram a Santarém e realizaram também o exame, e o resultado foi positivo”, disse João Alberto.

SURTO: Segundo informou Alberto, a situação revela-se um surto, pois pelo menos seis pessoas estão sentindo os mesmos sintomas. Os sintomas começaram a aparecer após o consumo de vinho de patauá. Como o vinho foi distribuído para mais duas famílias, a suspeita é que as outras pessoas também devem estar contaminadas.

“Estamos mobilizando uma equipe para ir à comunidade fazer uma investigação, por meio de exames, para detectar possíveis infectados. Caso haja confirmação, a ideia é que o diagnóstico seja dado e que o tratamento seja iniciado imediatamente na comunidade”, explicou João Alberto.

NOTIFICAÇÕES: De acordo com a SESMA, de janeiro a dezembro de 2016, o município de Santarém recebeu 112 notificações da doença de Chagas. Destas, 102 foram descartadas e 10 confirmadas. Já em 2017, de janeiro até a segunda semana de setembro foram 47 casos notificados, 39 descartados e 8 confirmados no município.

FIQUE POR DENTRO: A Doença de Chagas (DC) é uma antropozoonose causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi. Na ocorrência da doença, observam-se duas fases clínicas: uma aguda, que pode ou não ser identificada, podendo evoluir para uma fase crônica caso não seja tratada com medicação específica. No Brasil, devido à transmissão vetorial domiciliar ocorrida no passado e hoje interrompida, predominam os casos crônicos. Estima-se que existam entre dois e três milhões de indivíduos infectados. No entanto, nos últimos anos, a ocorrência de Doença de Chagas aguda tem sido observada em diferentes estados, em especial na região da Amazônia Legal, principalmente, em decorrência da transmissão oral.

PREVENÇÃO: Uma das formas de prevenção da doença de Chagas é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias dentro das residências. Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, pode-se usar mosquiteiros ou telas metálicas.

Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas, etc) durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata. Para a prevenção da transmissão oral é importante seguir todas as recomendações de boas práticas de higiene e manipulação de alimentos, em especial aqueles consumidos in natura.

Por: Edmundo Baía Júnior

Fonte: RG 15/O Impacto

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *