30 comunitários participam da formação de Agentes Ambientais em Oriximiná

A primeira etapa da capacitação foi realizada de 25 a 27 de setembro para moradores de 17 comunidades

Capacitar comunitários para que eles possam identificar e buscar soluções para os problemas ambientais de suas comunidades. Este é o objetivo do “Programa de Agentes Ambientais Comunitários” que no último dia 25 de setembro iniciou a formação de sua primeira turma no município de Oriximiná, na região da Calha Norte Paraense. A turma foi formada por 30 pessoas de 17 comunidades ribeirinhas de Oriximiná, que enfrentam problemas como a pesca comercial, extração ilegal de madeira, caça a quelônios, entre outros.

A iniciativa dessa turma de Agentes Ambientais Comunitários em Oriximiná é da Unidade Integrada de Defesa Ambiental (Unida), que buscou parcerias junto ao Territórios Sustentáveis e o Instituto do Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDEFLOR-BIO) para implementação do programa. “Nós estamos nessa empreitada de trazer conhecimento relacionado à preservação do meio ambiente. A Unida desde a sua última diretoria programou essa oficina pensando em contribuir com o meio ambiente e hoje junto aos parceiros estamos dando inicio a esse curso para que as comunidades saibam como fazer as abordagens, quais abordagens, e principalmente o que não fazer diante das mazelas do meio ambiente”, enfatizou Miguel Canto, presidente da Unida.

Entre os parceiros do Programa está o Projeto de Preservação dos Quelônios da Amazônia – “Pé de Pincha”,  que há 16 anos atua no município na preservação dos quelônios. “O curso é importante porque os coordenadores daqui tem muito trabalho com invasores e este curso vai capacitá-los pra saber como lidar com este problema, eles não são fiscais, são agentes ambientais. A proposta do Projeto Pé de Pincha não é só a proteção do tracajá e da tartaruga, é a formação e a conscientização das pessoas e este é o seu maior legado”, complementou Sandra Azevedo, coordenadora do Pé de Pincha na região.

Também são parceiros o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fundo Dema, Fundo Amazônia e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Mineração de Oriximiná. “As questões ambientais são de responsabilidades de todos e não só dos agentes públicos, e cada participante poderá levar esse conhecimento para a comunidade e nós temos projetos importantes de preservação, como o próprio Pé de Pincha e agora estamos na elaboração do acordo de pesca que é importante o acompanhamento de todos”, ressaltou Ronaldison Farias, Secretário de Meio Ambiente e Mineração.

Entre os 30 participantes que finalizam a primeira etapa do Curso está o agricultor Eduardo Gonçalves, morador da comunidade Nossa Senhora de Nazaré, Castanhal, no Lago do Sapucuá, interior de Oriximiná. Integrante do Projeto Pé de Pincha, ele já atuava na proteção a tartaruga e tracajá e, após 16 anos na atividade, decidiu aperfeiçoar seus conhecimentos. “É um aprendizado muito importante que me possibilita novos conhecimentos e que eu quero levar pra minha comunidade pra repassar pra eles. Eu sou Agricultor e já trabalho com o Pé de Pincha e ao fazer parte dos agentes ambientais comunitários percebo o quanto tudo mudou”.

Pelo Programa Territórios Sustentáveis o curso de formação de agentes ambientais comunitários faz parte do Eixo Gestão Ambiental, como informou Jakeline Pereira. “Estamos trazendo especialistas para discutir problemas do cotidiano dos ribeirinhos daqui de Oriximiná, problemas relacionadas ao meio ambiente como a pesca, captura de quelônios, extração ilegal de madeira, água, entre outros. Estamos com uma turma de 30 alunos vindos de comunidades ribeirinhas e agora concluímos o módulo básico do curso e, no final de outubro iniciaremos as oficinas do módulo específico que trata diretamente sobre os problemas ambientais e as soluções dentro dessas comunidades”. Narrou à coordenadora do programa Territórios Sustentáveis, após informar que já está ocorrendo formações de Agentes Ambientais Comunitários em três territórios: comunidade Quilombola do Ariramba; comunidade ribeirinha de Português (Faro/Pará) e;  jovens moradores da Área de Proteção Ambiental do Combu (Belém/Pará), somando 90 pessoas que participam do Programa de Agentes Ambientais Comunitários.

O Programa Territórios Sustentáveis é uma iniciativa da Agenda Pública, Equipe de Conservação da Amazônia, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, que atua com os eixos Gestão Pública, Capital Social, Desenvolvimento Econômico, Gestão Ambiental e Quilombolas e nessa atividade conta com apoio financeiro da Mineração Rio do Norte e do Fundo Amazônia.

Fonte: RG 15/O Impacto e Martha Costa

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