Pesca predatória na região do Ituqui será combatida com rigor

Vânia Portela diz que medidas severas são tomadas para coibir esse crime

“Estamos no período de reprodução dos peixes na região do Ituqui, mas as comunidades estão enfrentando os arrastões em todos os lagos”, é a constatação do pescador Carlos Coelho, uma das principais demandas apresentadas durante reunião realizada na manhã de segunda-feira (7), entre Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), em conjunto com o Conselho Municipal de Pesca da Região do Ituqui e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Carlos Coelho, que também é presidente do Conselho Municipal de Pesca do Ituqui relata que são malhadeiras que chegam a atingir entre 75 a 100 metros de profundidade, o que é proibido, conforme acordo de pesca.

Ele conta que os criminosos acabam cercando todos os lagos o que preocupa os comunitários, pois é cada vez mais escasso o estoque de peixe na área: “O Conselho já identificou os envolvidos e queremos que os órgãos ambientais possam tomar novas medidas. Eles cercam todo o lago e acabam ficando o dia todo.”

A secretária Municipal de Meio Ambiente, Vânia Portela, ressaltou que todos os detalhes foram recebidos e devem ser adotadas novas estratégias de operações para a área: “A equipe da Semma tem realizado trabalhos de fiscalização, a demanda é cada vez maior, estamos atuando com uma agenda de trabalhos e vamos continuar articulando juntamente com os demais órgãos ambientais e de segurança, mais medidas que possam coibir a continuidade desse crime ambiental”, disse Vânia Portela.

No próximo dia 15 deste mês, nova reunião será realizada na sede da Colônia de Pescadores Z-20, a fim de levantar mais informações e definição de operações para a Região do Ituqui.

CAÇA DE ANIMAIS SILVESTRES: Em encontro realizado no dia 20 de abril deste ano, na comunidade Piracauera de Cima, lideranças comunitárias puderam rediscutir as propostas do Plano de Utilização do Projeto de Assentamento Agroextrativista da Região de Urucurituba. Participaram da reunião representantes da Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), o Conselho Regional de Pesca da Região do Uricurituba, o Instituto de Pesquisa da Amazônia/Baixo Amazonas (Ipam/BAM) e a Colônia de Pescadores de Pescadores Z-20.

A demanda foi entender aspectos do Plano de Utilização com a nova instrução normativa de pesca do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, os comunitários puderam relatar denúncias de crimes ambientais relacionados à captura de peixes de forma predatória, a caça de patos silvestres e o uso indiscriminado de agrotóxicos.

“A Semma esteve mais uma vez presente o que é muito gratificante, pois os comunitários se sentem mais amparados. As demandas ambientais são muito grandes nessa região, tendo em vista que a pesca é uma das atividades de subsistência principais do povo ribeirinho. A pesca predatória é cada vez mais presente o que preocupa as comunidades e os órgãos ambientais, pois é um elevado volume de denúncias, mas é um trabalho que só com as parcerias institucionais se pode avançar”, destacou a diretor do Ipam/BAM.

Segundo o fiscal ambiental Cláudio Santarém, os problemas puderam ser relatados à equipe de fiscalização que fez o registro e deve traçar novas estratégias de atuação para a área. “Como destacado pelos comunitários, os principais cursos d’agua atingidos por criminosos ambientais são o Lago do Itarim e Pacoval que sofrem com a invasão de pesca inadequada”, afirmou o fiscal ambiental.

PESCA DO PIRARUCU NO TAPARÁ: Em janeiro deste ano, nossa reportagem publicou matéria sobre a pesca predatória do pirarucu, na região do Tapará. “É geralmente entre agosto e setembro que os pescadores das comunidades da região do Tapará enfrentam os conflitos entre pessoas que usam do arrastão e bombas para a prática da pesca criminosa do pirarucu”. O relato foi do líder comunitário Alcinei Rodrigues, presidente da Associação de Moradores da Comunidade Pixuna do Tapará. Segundo Alcinei, a comunidade Pixuna possui aproximadamente 270 moradores e 78 famílias que desenvolvem de forma voluntária o projeto de manejo do pirarucu há aproximadamente 20 anos. “As próprias lideranças comunitárias ajudam na fiscalização dos lagos e consumo do peixe de forma sustentável, retirando a quantidade necessária do pescado no período permitido, sendo que na área a espécie é encontrada principalmente no Lago do Pixuna, Lago Novo, Paranã e Buracão”, relatou o presidente.

O líder comunitário Rivelino Lacerda relatou que a pesca predatória tem sido um fator negativo na região. Segundo ele, nos últimos 5 anos ela tem se intensificado cada vez mais, embora a comunidade tenha feito grande esforço para combater o crime, realizando intenso trabalho de conscientização ambiental junto aos próprios comunitários.

Após ouvir as demandas dos moradores, a secretária municipal de Meio Ambiente, Vânia Portela, destacou, naquela ocasião, que o crime ambiental precisa ser combatido e, para isso, a Semma está planejando ações para a região que devem contar com o apoio indispensável da Polícia Militar para conter o problema. “É um trabalho que será em parceria com os moradores que já realizam o trabalho exemplar de proteção nos lagos e a Semma vai ajudar nas fiscalizações, a fim de combater a pesca indevida. Prática ilegal que ameaça pescadores da área de várzea e o equilíbrio da biodiversidade”, ressaltou Vânia Portela. Com informações da Ascom/PMS.

Fonte: RG 15/O Impacto

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