MMA: Paraense Larissa Pacheco fala sobre mudanças e projeta futuro
A temporada da paraense Larissa Pacheco não terminou do jeito que ela queria. Com o confronto contra a paranaense e lenda do MMA brasileiro Cris Cyborg finalmente saindo do papel, a lutadora imaginava fechar o ano com o título do peso-leve da Professional League Fights (PFL) na cintura pela terceira vez. No entanto, o resultado foi outro e Cyborg sagrou-se campeã. Em entrevista, a atleta, que é natural de Marituba, falou sobre o ano de mudanças e o futuro.
“Esse ano foi muito conturbado para mim. Na minha vida pessoal, e ter que conciliar com a parte profissional, foi difícil. Me mudei para Las Vegas, tive que fazer essa transição, me readaptar em outro país, outra academia e construir um camp para mim. Foi um processo um pouco difícil. Mas, eu acho que, com o que consegui montar lá, fiz uma grande luta. Saí com a cabeça erguida, sabendo que poderia ter acontecido de tudo, porque ela é uma atleta muito dura, experiente, e ela me ganhou na experiência”, declarou a paraense.
O duelo terminou com a vitória de Cris Cyborg por decisão unânime dos juízes. A paraense aguardava o combate desde 2022, quando conquistou o primeiro cinturão da PFL. Porém, as negociações se arrastaram e o duelo só foi realizado neste ano, em um superevento da PFL na cidade de Riad, na Arábia Saudita.
Apesar de ter gostado da sua performance, Larissa revelou que, além das mudanças pessoais, passou mal dias antes do combate. Contudo, a atleta deixou claro que isso não é uma desculpa para a derrota e se sente orgulhosa pelo desempenho.
“Me recuperei e fui para a luta. Senti que, na hora, faltou a minha adrenalina estourar. Perdi de uma maneira honrosa, acho que a luta foi bem parelha, disputada, e ela, por conta do peso, do nome e pela experiência, acabou levando em alguns pontos. Mas, acredito que poderia ser tanto para mim quanto para ela. Se o resultado fosse para mim, não acharia nenhum absurdo, como não acho que foi para ela. A única coisa que me impressionou foi eles terem dado 4 a 1, mas isso é coisa dos juízes”, analisou Larissa.
Mudanças
Após conquistar o bicampeonato na PFL, a lutadora decidiu se mudar para Las Vegas. A mudança foi motivada por questões financeiras, melhores condições de trabalho e oportunidades de fechar patrocínios.
“A ida para os EUA foi motivada por conta dos impostos, até porque tenho que pagar dupla tributação morando no Brasil. Então, a ideia é que eu pague menos impostos, não por falta de vontade de pagar, mas porque o Brasil não dá uma estrutura de treino. Aqui, as coisas são mais difíceis com relação a patrocínio e apoio ao esporte”, contou.
“Lá a gente tem mais acesso e estrutura em algumas coisas. Mas é complicado ficar longe da família, dos amigos, do costume que eu tinha aqui, as comidas são diferentes. Apesar disso, a adaptação não foi difícil. Estou no Brasil, mas vou voltar. A minha vida vai ser lá, aproveitar esse embalo que o MMA feminino está tendo”, relatou a paraense.
Larissa luta desde 2012. Em 12 anos de carreira, conquistou 23 vitórias e teve cinco derrotas. Além disso, entre 2022 e 2023, dominou o cenário feminino da PFL e conquistou dois cinturões na organização.
Como plano imediato, a paraense gostaria de enfrentar Cris Cyborg novamente pelo cinturão da organização. No entanto, a paranaense não parece interessada no combate. Enquanto isso, Larissa pensa em ser mais ativa no próximo ano, já que nesta temporada fez apenas uma luta, para recuperar o título.
“Minha ideia era uma revanche contra a Cris, mas aparentemente ela não quer. Acho que a luta que tivemos deu um pouco de susto nela. Ela está se sentindo muito orgulhosa, achando que ganhou de mim de uma forma muito expressiva. A ideia é essa: fazer mais lutas, quantas eu puder, ir em busca do título, ganhar dinheiro e preparar a minha aposentadoria. Acredito que, em cinco anos, posso construir mais em cima da minha carreira e fazer o meu legado”, finalizou Larissa.
Fonte: O Liberal
Imagem: Reprodução / PFL