Orla de Santarém
Escrevi em março do ano passado, mas não surtiu efeito, diante do silêncio sepulcral do poder público. Tudo continua como dantes, no quartel de Abrantes — para não dizer pior.
Hoje, caminhando pela orla da cidade, observei que estão realizando reparos em um trecho considerável do calçadão, corroído pela erosão.
Espero, como mencionei no provocativo texto abaixo colacionado, que a restauração seja feita com os mesmos ladrilhos, preservando a uniformidade e a harmonia do espaço, em conformidade com o projeto original.
Como nada foi efetivamente feito até então, e a orla permanece sem o devido cuidado, decidi republicar o artigo na íntegra, agora direcionado ao atual prefeito. Quem sabe o novo gestor se sensibilize e passe a zelar melhor por nossos espaços públicos, sem olvidar a Praça Rodrigues dos Santos, parcialmente demolida para dar lugar a um camelódromo.
Alter do Chão, nossa cereja do bolo e destino de grande prestígio turístico, também sofre do mesmo descaso.
*Vide o artigo supracitado:
“Não basta edificar, é preciso preservar
A orla de Santarém, recentemente concluída, justiça seja feita, ficou muito bonita e atraente, embelezando a frente da cidade, contornada pelos majestosos rios Tapajós e Amazonas, com destaque ao encontro das águas, presente da mãe natureza.
Entretanto, noto, durante as minhas caminhadas, que a cada semana que passa aumenta a sua descaracterização devido à falta de conservação.
Os ladrilhos, em alguns pontos, estão sendo arrancados ou quebrados sem a devida substituição.
Quando não deixam buracos no piso, que enfeiam o ambiente de lazer, preenchem o vácuo com cimento cru, comprometendo a estética da calçada.
Esperava-se — e aqui reside o meu inconformismo, que deve ser recebido como uma contribuição — que o município mantivesse uma equipe permanente para realizar revisões periódicas da obra, garantindo os reparos necessários.
A orla de Copacabana, com o piso de pedras importadas de Portugal há mais de 100 anos, preserva sua originalidade, mantendo o estilo e o design ambiental até hoje, projetando-se para o futuro.
O que se espera, doravante, para a manutenção das obras que valorizam as belezas da Pérola do Tapajós, é que a gestão municipal volte sua atenção, de forma permanente, à conservação dos logradouros públicos e de seus equipamentos sociais, antes que os danos se tornem mais difíceis ou até mesmo impossíveis de reparar.
Uma equipe chefiada por um mestre de obras diligente resolveria esse problema crônico de nossa cidade.
Será que esse povo mora em Marte?”
Para arrematar, o artista plástico Renato Sussuarana, idealizador e executor do projeto original da orla, instado pelo signatário, assim se reportou: “E a criação dessa paginação com os detalhes estilizados da cerâmica da Cultura Tapajó, foi obra minha. Estou pronto para ajudar.”
O Impacto