Fechamento de fábrica de gelo prejudica setor pesqueiro

Fábrica de Gelo Beira Rio foi fechada pelo Ministério Público

O prejuízo junto aos pescadores, depois da decisão judicial que resultou no fechamento da fábrica de Gelo Beira Rio, uma das maiores de Santarém, fez com que muitas toneladas de gelo usadas para armazenar o peixe, além das que são vendidas em outros estabelecimentos deixasse de ser vendida. Houve prejuízo econômico, pois os vendedores de peixe e donos de geleira tiveram que comprar gelo até no município de Monte Alegre, devido a escassez do produto em Santarém. Sacas de gelo que custavam 4 ou 5 reais passaram a custar até 14 reais.

A fábrica abastecia 80% dos pescadores da região, e, por conta disso, o representante da Colônia de Pescadores Z-20, Antônio Pinto, afirma que a decisão está prejudicando o segmento. “A fábrica atende outros municípios, pescadores de outros lugares que abastecem sua embarcação pesqueira aqui e saem para pescar. Isso está dificultando os pescadores na captura e armazenamento encerrardo peixe, para chegar até a indústria”, disse.
Causas – Os residentes do entorno da fábrica fizeram um abaixo assinado para denunciar a fábrica de provocar poluição sonora. O dono da empresa, Fabrício Plack, garante que não foi procurado pelos moradores e explica o motivo do barulho. “Tudo originou por conta do nosso grupo gerador de emergência. Ele é um item de segurança na fábrica de gelo, como deveria ser em todas as fábricas. A gente não tem uma energia confiável em Santarém, tem oscilação, queda de energia, variação de freqüência”. Para ele, é imprescindível o uso do equipamento. “Têm ocasiões que a gente paralisa a produção três ou quatro vezes ao dia. Isso demanda tempo, espaço e mão de obra. Sem o grupo gerador, é impossível trabalhar em Santarém”, assegura.
Segundo informações da assessoria de comunicação do Ministério Público, após inúmeras reclamações feitas pelos moradores da proximidade da fábrica, a promotora
Lilian Braga abriu procedimento que detectou problemas no funcionamento da fábrica. Por sua vez, o empresário afirma que todo esse problema deveria ser evitado, bastava os moradores que se diziam prejudicados procurarem o dono da fábrica que estava pronto a dar os devidos esclarecimentos. Por falta desse entendimento houve alta no preço do pescado, e a conseqüente paralisação de parte da economia na região, que depende da produção do pescado em Santarém.
Vereadores indignados com a decisão do MPE – “Qualquer medida que seja de fechamento de estabelecimento comercial, na presente situação que se encontra nosso Município e nossa região, é ruim”, disse o vereador Nélio Aguiar. “Qualquer agente fiscalizador deve dar oportunidade e prazos para que a empresa possa se adequar e continuar com as portas abertas, porque é lamentável ver uma empresa falir, ter que fechar as portas e demitir seus funcionários, deixando de prestar serviços à população, nesse caso, à classe dos pescadores. O empresário não deve ser visto como vilão, sim como parceiro”, disse o Vereador e médico. Na opinião do vereador Gerlande Castro (PP), a rigidez das leis ambientais federais tem sido o grande entrave para alguns comerciantes: “Nós temos a questão do pescado, como exemplo, temos questão dos madeireiros, onde os menos favorecidos, donos de estâncias acabaram e os mais fortes se legalizaram e conseguiram sobreviver. Agora, a questão do MP sobre a Fábrica de gelo tem que ser avaliada, pois o Município não pode mais ter perdas econômicas”, disse o edil.
O vereador Henderson Pinto (DEM), por sua vez, esclareceu que esteve na segunda-feira, dia 08, reunido com o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Marcelo Corrêa, buscando esclarecimentos, pois em seu entender: “Não se trata apenas do fechamento de uma fábrica de gelo, sim do engessamento (paralisação) de todo um segmento comercial no município de Santarém, prejudicando, sobretudo, o setor pesqueiro, onde mais se utiliza o gelo em Santarém”, disse o edil. O Vereador antecipou que esteve em contato com o proprietário da Fábrica, senhor Fabrício Plachi, que garantiu que dentro do prazo de trinta dias vai fazer a adequação e dessa forma contribuir ainda mais com o setor pesqueiro.

Por: Carlos Cruz

Um comentário em “Fechamento de fábrica de gelo prejudica setor pesqueiro

  • 13 de março de 2011 em 01:22
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    promotoria?justiça? ñ sei aonde…

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  • 30 de novembro de 2010 em 16:29
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    É visivel a falta de comunicação e negociação. Será que a justiça não entende o lado social do fato? O prejuízo financeiro provocado a outros? É muita irracionalidade, despreparo para soluções. Senhores, aprendam a negociar, a pro atividade, a apresentar soluções dignas. Aprendam o ganha-ganha

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