Chuva deixa Belém embaixo d’água

Belém afundou na manhã e no início da tarde de ontem devido à chuva que durou mais de 14 horas. O tempo foi suficiente para que bueiros e canais da capital paraense transbordassem e prejudicassem a população. Marco, Pedreira, Cremação, Umarizal e Jurunas foram alguns dos bairros atingidos pelo temporal. Para os moradores, a solução era ficar em casa ou arriscar entrar na água suja. Nas vias alagadas, os carros tinham duas saídas – ou voltavam ou enfrentavam o problema. Quem optava por atravessar o “rio” que se formava nas avenidas, ruas e passagens da cidade tinha consciência dos problemas que a água, provavelmente, causaria no veículo. Já as pessoas teriam que correr o risco causado pelo contato com a água e lama.

Na rua dos Pariquis, próximo a passagem Euclides da Cunha, os moradores e motoristas precisavam de paciência para transitar na via alagada. Alguns motoristas preferiam não se arriscar e voltavam no sentido contrário da pista, não importando o risco da manobra. “Eu não posso arriscar a quebrar meu carro. Ele já passou por várias revisões e se atravessar essa água o motor com certeza vai falhar. Sei que é contra mão e posso bater em outro veículo”, explicou o mestre de obras Gabriel Moisés. Já o advogado Carlos Nadson, que mora na Pariquis há 20 anos, estava acordado desde as sete horas da manhã e só conseguiu sair de casa às 10h30. Ele esperava que a chuva e o alagamento diminuíssem. “Eu ainda esperei muito. A minha sorte é o fato de não ter audiência hoje e aí pude ficar mais um pouco em casa. Mas agora preciso ir para o escritório. A chuva vai demorar a passar”, relatou o advogado.

CANAIS

Na rua Fernando Guilhon com Generalíssimo, além do canal que estava cheio e quase transbordando, na manhã de ontem, o lixo era outro empecilho para quem tentava transitar pela via. “Acho que a população deveria ter consciência e não jogar lixo no meio da rua. Daqui a pouco tudo inunda e o lixo vai parar no canal. Além disso, quando secar vai ficar uma lamaceira só. Eu passei por aqui porque não tinha outra alternativa e sei dos riscos que estou causando à minha saúde e a do meu neto”, observou a aposentada Hélia Reis.

 Em uma parada na Mundurucus com a Alcindo Cacela, esperar e depois entrar no ônibus era tarefa difícil para os pedestres. A água já cobria metade da rua e também da calçada. Muitas pessoas se aglomeravam no meio da via para conseguir entrar no ônibus. A estudante Carla Clodovil, 14 anos, era uma dessas pessoas. “Mas por segurança eu vou ficar na calçada. O único problema será na hora que o ônibus chegar. Vou ter que pisar na água. Não vai ter jeito”, disse Carla.

No bairro do Marco e Pedreira, a preocupação dos moradores era com os móveis e eletrodomésticos que pudessem se perder durante a chuva. O canal da Vileta transbordou e muitas pessoas ficaram trancadas em suas casas. Quem precisava ir trabalhar estava prejudicado. Na Pariquis com a 14 de Março, a reclamação era da obra de Macrodrenagem que nunca termina. Além dos alagamentos, os motoristas e moradores ainda eram prejudicados pelos buracos na Pariquis causados pelas obras. A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) informou que a previsão para o término da obra de Macrodrenagem é em junho. Com isso, os alagamentos devem ser minimizados.

O liberal

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