O PT e suas mudanças radicais

LULA E DILMA

Ser radical é ser intransigente. Mudanças radicais dão a impressão de outro conceito. Essa palavra era usada de forma pejorativa. Os petistas considerados radicais eram chamados de xiitas, uma referência a grupos extremistas mulçumanos, entre eles drusos, alauítas, ismaelianos, zadistas. Na época em que as alas de extrema esquerda eram incondicionalmente contra tudo e todos.

 

Mas os tempos mudaram. Lula aprendeu que com o radicalismo, nunca chegaria aonde chegou. Travestido de forma elegante, Lula seguiu a cartilha do seu marqueteiro Duda Mendonça, deixando a barba mal feita, as calças jeans desbotadas e as camisetas de algodão branco, surradas.

No lugar do antigo vestuário, Lula passou a trajar-se elegantemente. Mas a capa não era suficiente. Ser radical não tinha levado Lula onde sua pretensão permitia: ser Presidente da República.

Para isso não faltaram acordos tidos como inimagináveis, quando da fundação de um partido com o apoio dos operários do ABC paulista.

Esses acordos antes ditos pelo próprio PT como conchavos inclusive com partidos ditos como de direita, fizeram de Lula o Presidente mais popular da história do País. Do antigo Partido dos Trabalhadores, restaram alguns militantes inconformados, que passaram a buscar alternativas fundando partidos com a mesma ideologia embrionária. Só pra citar dois partidos que lembram os velhos tempos petistas: PSol e PSTU, que têm resultados pífios nas eleições.

As mudanças radicais do PT só prosperaram na esfera federal. O chamado alinhamento político de governabilidade em todos os níveis da Federação foi frustrante, pelo menos no Pará e notadamente em Santarém.

O PT paga um preço alto pela perda da credibilidade, instalada no Estado, e quase via de regra, nas cidades paraenses governadas pelo partido.

Em Santarém, as diversas tendências, pelo menos não tem encontrado consenso. Na última reunião do partido a presidente chegou a pedir cautela com o que chamou de “mudanças radicais”.

Mas espera aí, não era o Partido dos Trabalhadores que não gostava da palavra radical? Por outro lado, não foram exatamente essas mudanças que levaram o partido ao poder? É, senhores petistas, muita coisa mudou, inclusive a confiança do povo nas administrações petistas, imediatamente inferiores ao maior cargo do País, que foi honrado por Lula com 82% de aprovação.

Dilma seguiu a mesma linha do seu guru. Trocou o visual, aposentou os óculos, modificou os cabelos, trocou os ternos de mulher executiva por vestidos digamos mais femininos. Dilma não poderia ter sua sensibilidade vendida como marketing, com o antigo visual. Mais uma vez as mudanças deram certo. Percentual de diferença para o segundo colocado foi considerado apertado, para quem tinha a máquina administrativa nas mãos, e emprestava seu prestígio e popularidade como o presidente Lula.

Só pra não passar despercebido, trago à tona, alguns termos e palavras, que estão em desuso no vocabulário dos petistas: Maracutaia, elite dominante, neo liberalismo, fisiologismo, pelegismo e ideologia. Por falar em ideologia, o PT hoje é um partido de esquerda? Pois sim, me engana que eu gosto. Empresto as palavras, não de um cientista político, mas de um petista militante. Como diria Pedro Peloso: Acorda PT!

Da Redação

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