MILTON CORRÊA
Atendimento a saúde?
O atendimento à saúde pública é direito de todo cidadão, garantido na Constituição. Infelizmente, grande parte dos brasileiros não usufrui desse direito. Tomamos como exemplo o Hospital Municipal de Santarém, destinado ao atendimento de urgência e emergência, que atende diariamente pacientes não só daqui, como os oriundos dos demais municípios de nossa região, sufocando os profissionais da saúde que ali trabalham que deixam de atender a urgência e emergência para dar atendimento preventivo, o que deveria ser feito nos postos de saúde. A solução que parece ser a mais prática é dotar de médicos e medicamentos os postos de saúde, localizados em alguns bairros da cidade, outros em localidades do interior, o que desafogaria o atendimento no Hospital Municipal. Infelizmente o que se constata nos dias de hoje em Santarém é certo descaso com a saúde pública, a partir da falta de médicos nos postos de saúde para atender a população. O que é pior, ainda há bairros em Santarém e comunidades do interior do município, que não tem sequer o posto de saúde, muito menos a presença do médico. Sendo assim, pergunta-se: Saúde pública é prioridade em Santarém? Por que os médicos faltam durante meses aos postos de saúde? Enquanto tivermos estas e outras carências no atendimento dos postos de saúde, vamos continuar vendo o excesso de pessoas procurando o Hospital Municipal, sendo sempre mal atendidas e o direito de atendimento à saúde pública, garantido na Constituição, vai continuar apenas no papel. Que pena!
Prestação de contas do HR
A Comissão de Saúde da Câmara (CSC) quer prestação de contas do Hospital Regional. A vereadora Marcela Tolentino (PDT), na Tribuna, foi quem sugeriu, e a sugestão teve apoio em aparte dos vereadores Nélio Aguiar (PMN), Valdir Matias (PV) e Erasmo Maia (DEM). Marcela disse que vai ser feita uma solicitação formal, para que a direção do Hospital Regional vá à Câmara prestar contas dos seus atendimentos. “Temos observado que existem pacientes na Emergência do Hospital Municipal, que precisam ser transferidos para o Regional e está ocorrendo demora nessa transferência, na prestação de contas vamos detectar onde está o obstáculo e acabar com o problema”, ressaltou. “Outra cobrança que a Comissão de Saúde da Câmara vai fazer é com relação às cirurgias cardíacas, temos conhecimento que existe um especialista no Hospital Regional, que veio de fora para esse fim, mas que não está podendo fazer as cirurgias por falta de condições, o que nós temos no Regional é a angioplastia, procedimento para o desentupimento dar artérias, vamos solicitar informações do porque as cirurgias cardíacas não estarem sendo realizadas no Regional, como já deveria estar ocorrendo”, descreve. O resultado de exames de biopsias vai ser outro questionamento feito a direção do Hospital Regional. “Na prestação de contas, vamos cobrar não só a eficiência dos serviços, mas a aplicação correta dos recursos financeiros, também”, definiu Marcela.
Mais médicos
O vereador Nélio Aguiar (PMN), na Tribuna, pediu que o Estado e Município contratem mais médicos para atuarem em Santarém. Segundo o Vereador, temos hoje um problema sério em Santarém, que é a falta de médicos, fato que tem sido colocado em reuniões e entrevistas, pelo próprio Secretário Municipal de Saúde. Nélio Aguiar pediu a Comissão de Saúde da Câmara, que elabore um documento mostrando essa situação de carência de médicos e apelando a direção do Hospital Regional, a presidência da Prá-Saúde, ao Secretário Estadual de Saúde e ao governo Jatene, que no momento da contratação para trabalhar no Hospital Regional, possa ser priorizado o profissional médico que reside em Santarém. “Nós temos analisado alguns contratos do Hospital Regional, onde tem sido dadas prioridades a médicos de fora, que não residem em Santarém e só fazem atendimento aos finais de semana, não atendendo as necessidades da população, já que quando ocorre uma emergência, esse profissional não está aqui”, avaliou.
É indiscutível
É indiscutível que na área do atendimento a saúde, a vida humana é muito mais importante, do que a burocracia. É inadmissível que uma pessoa, por exemplo, vitima de um acidente, tenha que ser atendida somente depois de seus familiares preencherem uma ficha com dados pessoais da vítima, esse processo burocrático pode ser fatal, a prioridade é o atendimento. A jornalista Rose Lima, em seu site Ecos da Noticia, assegura que a burocracia que pode levar a morte. Segundo ela, é sabido que dentro da população carcerária, é grande o número de pessoas com tuberculose, que mata cerca de dois milhões de pessoas por ano em todo o mundo e os órgãos competentes criam uma serie de embaraços burocráticos, para que os presidiários façam o tratamento. Cadê os direitos humanos? São de fato iguais para todos? É absurdo vermos os médicos que atendem nos Hospitais Públicos marcarem exames para detectar a doença de seus pacientes e a burocracia dos laboratórios hospitalares, darem o resultado, dois, três, quatro ou cinco meses depois. E se nesse período da espera o paciente morrer, quem deve ser responsabilizado, o médico, o laboratório ou a direção da unidade hospitalar, que impõe a maldita burocracia? Não estamos dizendo que somos contra regras, que devem ser obedecidas, mas elas devem ficar em segundo plano quando se tratar de salvar uma vida, se assim não for, os médicos, enfermeiros e a direção da unidade hospitalar vai estar sendo omissa e neste caso do atendimento a saúde humana, a omissão é crime.
PRECISAMOS REAGIR, ANTES QUE SEJAMOS AS PRÓXIMAS VÍTIMAS DA BUROCRACIA HOSPITALAR.
Por: Milton Corrêa