Em depoimento, Robgol diz que é inocente

Depoimento de Robgol ao MP durou duas horas e meia

O ex-deputado Robson Nascimento, o Robgol, negou que o dinheiro apreendido em sua residência, dia 19 de abril passado, pelo Ministério Público (MP), tenha sido fruto de corrupção. Ele depôs ontem pela manhã ao promotor Arnaldo Azevedo, que investiga o esquema de fraudes na folha de pagamento da Assembléia Legislativa.

Muito nervoso, Robson Nascimento chegou à sede do MP às 8h, uma hora antes do horário marcado para depor. Foi orientado pelo advogado de defesa, Roberto Lauria, a responder aos questionamentos do promotor, diferente de outros investigados, que se negaram a prestar informações. O depoimento durou cerca de duas horas e meia, com intervalo de 15 minutos. Durante a oitiva, Robgol pediu para ir ao banheiro três vezes.

O promotor preferiu não revelar o conteúdo do depoimento de Robgol, mas na saída do MP, o ex-deputado disse que tem como comprovar a origem dos quase R$ 500 mil apreendidos em seu apartamento pelos promotores e que todo o valor consta em sua declaração de imposto de renda, prestada à Receita Federal em 2010. “Foi dinheiro do meu trabalho. Todo dinheiro foi declarado na Receita Federal. É dinheiro lícito”, assegurou. No dia anterior, Roberto Lauria já havia informado que quase R$ 400 mil do dinheiro apreendido era proveniente da indenização que Robgol recebera do Esporte Clube Bahia, time que defendeu até 2002.

VALES

Quanto aos vales-alimentação também apreendidos, no valor de R$ 40 mil, o ex-deputado disse que são sobras do gabinete e que seus parentes contratados como seus assessores trabalhavam em Belém e não eram fantasmas, como está sendo investigado pelo MP, a partir das denúncias da ex-chefe do setor de pessoal da AL, Mônica Pinto, uma das cabeças no esquema de fraudes.

“Não havia fantasmas. Meus parentes trabalharam normalmente. Minha mãe nunca entrou na folha. As contratações aconteceram, mas eles trabalhavam. Existe um limite de funcionários de até 45 contratações: havia 33 no meu gabinete”.

Ele ainda se queixou que as acusações contra ele deixaram sua vida um sufoco. “A gente passa por uma decepção terrível”. Arnaldo Azevedo avalia a necessidade de chamar novamente para depor a ex-assessora de Robgol na AL, Euzilene Souza. Ela seria a pessoa responsável por contratar funcionários como laranjas e de receber os contracheques e repassar os valores ao então deputado. Por outro lado, o depoimento de Maria Genuína Silva foi suspenso porque o promotor avaliou que não haveria necessidade de novas informações, após a primeira oitiva dela realizada no final de abril.

Esta etapa de depoimentos se encerra na segunda-feira, com o ex-presidente da AL, Domingos Juvenil, a partir das 9h. Juvenil teria que prestar depoimento anteontem, mas o promotor adiou a data, alegando que precisava de informações sobre a análise da auditoria interna na folha de pagamento da AL, realizada por peritos do próprio MP e que deverão embasar os questionamentos a Juvenil.

Fonte: DOL

 

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