A CRISE VOLTOU. E AGORA?

A previsão de inflação do ano de 2012, de 4,6%, estourada apenas nos seis primeiros meses, em 5,58%, provocou um verdadeiro corre-corre esta semana entre o governo e previsões de especialistas em economia.

As medidas de elevação das taxas de juros (selic), que refletem principalmente no bolso do consumidor que compra a prazo, não foram suficientes para frear o consumo e desacelerar o processo inflacionário.

A taxa selic vem sendo aumentada sistematicamente, praticamente todos os meses, passando para  o patamar de 12,50%, a segunda maior do mundo.

O instrumento de controle da inflação do Banco Central não retraiu o consumo e ainda agravou a situação do endividamento do consumidor, que ainda com riscos iminentes de inadimplência continua comprando com prestações elásticas e juros abusivos,

Há quem duvide que as ‘inofensivas’ prestações de bens de consumo, não têm reflexos na economia brasileira.

Estamos colhendo “frutos” da explosão de consumo do ano passado, quando em pleno ano de eleições presidenciais, tivemos um crescimento de mais de 7% ao ano, mas as medidas amargas foram poupadas, para mascarar na época, uma realidade que o governo sabia que iria acontecer.

É contraditório imaginar no emaranhado de informações do economez  “é proibido crescer”, além daquilo que pode comprometer o controle da inflação.

Para contribuir contra nós, ainda apareceram os escândalos do Ministério dos Transportes, e mais recentemente do Ministério do Turismo, sem falar na chamada globalização da economia, que nos coloca em um sistema, do qual não pedimos para entrar, mas que somos envolvidos enquanto País emergente que nos coloca na sétima posição da economia mundial, e por esse status, pagamos o preço.

A desvalorização cambial é outro fator que propicia a entrada de produtos mais baratos e dificulta a indústria interna de participar da competitividade, pela alta carga tributária que é imposta a quem produz.

Durante toda a semana, foram muitas as manchetes “plantadas” para neutralizar a possibilidade de descontrole da inflação, que não é bom pra ninguém.

Acompanhe algumas manchetes, que não trazem no conteúdo da matéria, nada de concreto para a redução da expectativa de  redução de inflação para este ano: “Sensação de descontrole inflacionário sumiu”, ou ainda “Como reação à crise, empresários aguardam redução de juros, reforma tributária e recursos do pré-sal”.

Vale tudo, até dizer que mesmos com os escândalos, que “a presidente Dilma Rouseff mantém nível de avaliação estável”. A pesquisa da Datafolha aponta que o governo petista é considerado ótimo ou bom, por 48% dos brasileiros com 16 anos ou mais.

São esses mesmos brasileirinhos, que tem a mesma força do voto, de eleitores mais vividos e acostumados a ver tanta coisa passar, e até ser superada. Assim esperamos que sejam superadas todas as adversidades, mas sabendo que teremos que apertar o cinto ainda mais.

A presidente Dilma já admite que haveremos de enfrentar por um período maior que aquele que experimentamos recentemente com a crise mundial provocada pelos commodities, que numa linguagem menos rebuscada, são mercadorias, utilizadas nas transações comerciais de produtos de origem primária nas bolsas de mercadorias.

A renúncia fiscal, aliada ao aumento da base de arrecadação, podia ser uma saída, mas o governo não aceita dar com uma mão e receber com a outra em transações que não tenham efeito imediato.

A máquina pública é pesada e não pode esperar, mesmo que isso signifique necessidade sine qua non (sem a qual não). Como nosso futuro depende decisões políticas,  nos resta torcer para que saiamos mais uma vez dessa, com o menor estrago possível.

Da Redação

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