Floresta desaparece próximo de estradas

Transamazônica

O modelo de ocupação demográfica amazônico gera, ano após ano, níveis significativos de desmatamento, resultado da abertura de estradas, do crescimento das cidades, da ampliação da pecuária extensiva, exploração madeireira e da agricultura de monoculturas.

Estudo desenvolvido no Museu Goeldi analisa parte da malha viária do Pará que tem, hoje, mais de 60 mil quilômetros de estradas. Foram escolhidas três rodovias, duas federais: a Transamazônica (BR-230) e a Cuiabá-Santarém (BR-163) e uma estadual: a PA-273, que juntas totalizam mais de três mil quilômetros de extensão. A coleta de dados foi obtida a partir de informações cartográficas digitais do IBGE e INPE.

Para mensurar os níveis de desmatamento, o bolsista Cezar Augusto Borges, orientado pelo pesquisador da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia do Museu Goeldi, Leandro Valle Ferreira, desenvolveu o trabalho “A Conservação da Biodiversidade em Diferentes Tipos de Ordenamento Territorial, Uso e Ocupação nas Rodovias no Estado do Pará”.

Segundo o bolsista, “o critério para a escolha das três rodovias foi a sua importância histórica na ocupação do Pará e também o uso das mesmas no transporte de produtos dentro e fora da região”. Esse estudo determinou que o desflorestamento total em uma área de influência de 50 quilômetros de cada lado é de 30,3%. Esse resultado demonstra que o desflorestamento ao longo das três rodovias analisadas é significativamente maior do que os 19,4% de desflorestamento acumulado para todo o Pará até 2008.

A área desflorestada na Amazônia Legal brasileira chegou a 713 mil km2, em 2008, correspondendo a 13,7% em relação à área total e 17,7% sobre a área da Amazônia em floresta. A maior área desflorestada concentra-se ao longo do “Arco do Desmatamento”, cujos limites se estendem do sudeste do Estado do Maranhão, norte do Tocantins, sul do Pará, norte de Mato Grosso, Rondônia, sul do Amazonas e sudeste do Estado do Acre ao longo das principais rodovias federais e estaduais.

Fonte: DOL

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