A ÉTICA DO NEGÓCIO

Não me surpreendi, com nada do que foi mostrado pelo Fantástico, no domingo, dia 18.03. No diálogo entre corruptores e corrompidos (eis aí porque o atual governo central, assim como o anterior, tenta calar a imprensa).
Como se nada mais interessasse, sem atentar para os valores da sociedade, os personagens da hora, ainda falam na maior “cara de pau”, no maior “descaramento”, de ética do negócio. Está explicado. Para ser ladrão no Brasil é preciso ter ética, ter classe, o que eles não tiveram.
Quando da sua aposentadoria a Ministra do Supremo Tribunal Federal, Ellen Grace, encerrou sua entrevista a revista Veja dizendo que o Judiciário era o Poder menos corrupto no Brasil. E ninguém rebateu suas palavras. Logo os demais…
A corrupção vai desde para se trabalhar como flanelinha na Avenida Tapajós à guardiã máxima do Planalto, lamentavelmente.  O jornalista carioca Zé Simão, diz que: “O homem mais rico do Brasil não é o EIKE, é o seu PINA, tudo vai PRO PINA”. É ela que consegue vaga no ponto de táxi, de mototáxi, de vencer a licitação e abrir muitas portas pelo Brasil afora.
Ocorre corrupção na merenda escolar, no transporte escolar, ônibus, caminhão, pick up, motor de centro, barco, lancha. No remédio do SUS, sendo vendido em farmácias (abafaram). Estradas,- a nossa BR 163 tem mais de trinta anos de atoleiros e de dinheiro que foram pelos esgotos dela mesma. Escolas, derrubadas, no início do ano letivo, para se alugar armazéns e depósitos para colocar crianças com a desculpa de educar. Pontes, – clássicas histórias de construção das pontes, PAC, antes de se concluir o Um lançou-se o dois. Ambulâncias (lembram dos sanguessugas – tem um deles que se diz santareno que está com mandato de novo, na investigada Assembléia Legislativa do Estado do Pará), nas ruas dadas como asfaltadas e estão só buracos.
O caso da licitação marcada, não é novidade em toda esfera governamental. Do Município, do Estado e da esfera Federal. Inventaram o pregão eletrônico, já falsificaram até o software. Os gestores para esse trabalho já são indicados para esse tipo de serviço, para que o gestor maior fique numa boa, como inocente, com cara de quem não sabia de nada, de que fora traído pelos, hoje, chamados de colaboradores. Apenas uma empresa é vencedora, nos serviços de construção civil, das rodovias, na eletricidade, na orla, no lixo, etc.
Fala-se apenas da licitação, mas pouco se fala do processo de alienação de máquinas e equipamentos, por exemplo, outro filão, para os chamados “sucateiros”.
Nessas minhas cinco dúzias de anos de vida, tenho acompanhado e, até, presenciado muitas mazelas e, ao mesmo tempo, o esforço, desses mesmos governos, que se dizem sérios, em evitar que seus colaboradores sejam denunciados, sejam exonerados, ou se expliquem perante às câmaras, assembléias, comissões e Senado. Colocam um verdadeiro “pára choque” em defesa dos seus suspeitos.
A apuração pelos próprios procedimentos, criados, por muitos deles, não vai ter resultado, de imediato, agora. Observem no presente caso do Rio de Janeiro, os depoimentos começaram na quarta feira (21.03), e o primeiro depoente faltou. Deverá ser intimado para uma nova data desimpedida.
Daí porque se presume que vai para mais de dez anos, para se chegar a uma sentença, possivelmente, condenatória, (vejam o caso do INSS da Advogada Georgina de Freitas e do TRT de São Paulo, do Juiz, que ficou conhecido como juiz “Lalau”), depois de muitos anos, foram punidos, mas não devolveram todos os valores desviados para os cofres da União, reembolsando os consumidores. Nos demais casos, (como o do mensalão) ninguém vai ser punido, nem vai devolver o dinheiro, como aconteceu com os ministros que foram demitidos pelo atual governo, exceto um, todos os demais foram demitidos por corrupção e desvio do dinheiro público.
O governo tenta desviar a atenção e iludir o povo, acreditando talvez, que todos sejam imbecis ou mesmo, “burros” e alguns políticos querendo fazer o povo acreditar que não há político no meio da corrupção denunciado no hospital universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, já querem até instalar CPI (como se esta resolvesse alguma coisa, a história recente tem nos demonstrado que não. O caro leitor já viu alguma medida concreta resultante de CPI?), os habitantes do Planalto estão assanhados. Até o atual ministro da educação Mercadante, com mais de trinta anos no poder, se posicionou como se fosse um desconhecedor do caso, um inocente, coitado!. Vem aí o PROCAMPO, é muito dinheiro!
Quem me garante que essa atitude da CELPA, em pedir a concordata, não é para que se imponha a construção da hidroelétrica de Belo Monte em Altamira, afinal, tem muito dinheiro em jogo, bom e pronto para se desviar.
Os políticos estão eufóricos para demonstrarem que eles não têm culpa. Mas eles têm culpa, sim!  Pois embora queiram tirar “a bronca”, são eles que indicam os “afilhados”, para os cargos e já vão endoutrinados para o exercício do cargo, ou da função.
Mas, a dona Dilma se quisesse acabar com essas “maracutaias” acabaria. Bastava o uso da caneta. Se quiser pode. O Executivo está governando mais com as MPs que chegam a obstruir a pauta, por que não usá-la, para acabar com essa “sem vergonhice”? Ou falta-lhe coragem? Ou teme a reação dos adversários? Por quê?.
Encerro com as palavras do deputado Federal e ex-jogador de futebol, Romário (RJ) em sua entrevista a revista Veja de domingo (18.03): Se não abrirmos os olhos, a copa de 2014 vai ser a maior roubalheira da história, com obras sem licitações. Vamos acompanhar a bandalha.

Um comentário em “A ÉTICA DO NEGÓCIO

  • 21 de março de 2012 em 10:10
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    Meu querido professor Eduardo;

    Posso arriscar a resposta? Seria por que não temos agua em Santarém? !!!!!!

    Bom! Em relação a sua narrativa, que é oportuna, tenho alguns pontos e gostaria de colocar para reflexão. Hoje temos aqui em Santarém um Programa denominado Educação Fiscal, este, tem como objetivo, justamente trabalhar a questão colocada por voce, no que diz respeito a importancia da Nota ou Cupom Fiscal, que vai além, muito além de dar ao consumidor a priopriedade do produto comprado. Os documentos fiscais, que devem ser exigidos por nós consumidores conscientes, tem uma larga importância no combate a sonegação de tributos. Com a emissão deste doc. fiscal, reduz-se a possibilidade de evasão, esse \”mal\” que destroi toda uma sociedade. Isso depende de cada cidadão.Devemos atentar para o fato de que, o sonegador não existe por si só, ele precisa de alguem, e esse algum é quem compra e não exige o documento fiscal; e neste caso, ele pactua com o crime, logo, é criminso também. Os dois estão lesando a coletividade. Esta discussão se faz urgente nas escolas.

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