Comunidades apoiam operação contra o desmatamento

Equipe percorre comunidades na extensão de Juruti

O desmatamento das florestas do oeste do Pará está sendo combatido pela operação Mamuru II, realizada pelos órgãos de Segurança Pública e de Meio Ambiente do Estado. Nos últimos 15 dias, a ação percorreu várias comunidades na extensão do rio Mamuru, afluente do rio Amazonas, ao sul do município de Juruti, a fim de desarticular a exploração ilegal feita por madeireiras. A cada parada, a esperança da comunidade em ver a floresta preservada.

A professora Auxiliadora da Silva mora em Manaus (AM), mas passa a maior parte do mês na Vila Sabina, primeira comunidade do rio Mamuru, na divisa entre o Pará e o Amazonas, onde leciona Ciências na escola municipal. Ela, assim como toda a comunidade, presencia o movimento da exploração. “É triste ver as florestas indo para o chão. Os madeireiros destroem as árvores, colocam nas balsas e levam embora daqui”, conta a professora, que diz observar da vila as embarcações carregadas de toras passarem no rio.

“Eu acho ótimo que esteja acontecendo essa operação, pois assim a gente se sente mais seguro e sabe que o Estado está protegendo o que é de toda a população paraense”, afirma Auxiliadora. Assim como a professora, a agente de saúde Erlita Lopes, da Vila Sabina, tem esperança de que a operação combata a exploração ilegal de madeira e mantenha em pé a floresta desta área do oeste paraense.

“A gente sente esperança nessas pessoas que fazem a operação, de nos ajudar a salvar as nossas florestas. Daqui a alguns anos, se a exploração continuasse, a gente não mostraria mais para os nossos filhos a natureza exuberante que nós temos”, acredita Erlita, que ficou surpresa em saber que as florestas são monitoradas via satélite pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor). “Eu fico mais segura sabendo que tem esse acompanhamento, mesmo de Belém”.

Em outra comunidade, a Vila Mocambo, uma das maiores do rio Mamuru, o agricultor Jorge Trindade afirma que a operação afasta da região a ação das madeireiras ilegais. “Toda fiscalização amedronta os madeireiros. O desmatamento que já aconteceu está no passado, o que importa é que a floresta seja mantida do jeito que ela está. Eles (os fazendeiros) levam o nosso ‘ouro’ e a gente fica com o vazio. Que todos esses que fazem isso sejam penalizados”, deseja o agricultor.

Investigação

A operação Mamuru II, contra o desmatamento e a exploração ilegal de madeira, desarticulou duas madeireiras ilegais que agiam na região. A Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), iniciou investigação para chegar até os responsáveis pela exploração das florestas. Segundo depoimentos, a madeira era retirada de comunidades do Mamuru e levada para Parintins (AM) e Belém. A Polícia investiga ainda um suposto acordo para repasse financeiro que teria sido feito em 2010 entre a Associação dos Produtores Rurais do Rio Mamuru (Aprim) e os madeireiros, com o aval da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Ainda de acordo com os depoimentos já apurados pela Dema, dois homens, Claudecy Pereira, que reside em Parintins (AM), e “Mica”, de Santarém (PA), trabalhavam para a GC Madeiras, que teria como donos dois homens chamados Ciro e Tiago, pai e filho, de Belém. Estes seriam os principais exploradores da região, e faziam acordos financeiros e materiais com as comunidades para garantir a extração.

A Polícia Civil do Pará solicitou apoio da Polícia do Amazonas, que já identificou Claudecy e deverá ouví-lo nos próximos dias. A polícia paraense ainda ouvirá em Santarém o homem conhecido como “Mica”. Conforme o rumo das investigações, e os próximos depoimentos, a Polícia Civil do Pará poderá indiciar os culpados pela exploração.

Fonte: Agência Pará

Um comentário em “Comunidades apoiam operação contra o desmatamento

  • 31 de março de 2012 em 15:39
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    Até que enfim, né? SEMA-PA, vamos ir pra campo, ralar, aprender a identificar desmatamentos com geoporcessamento, a esticar a trena pra medir madeira, porque agora essa responsabilidade é dos estados, graças à MP 140. O IBAMA tá sendo extinto pelos nossos digníssimos políticos, e a bomba ambiental é de vocês agora. Mas estamos de olho, se deputado e senador vendido desmandar as ações do estado, vamos canetar, prender e cassar seus diplomas….

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