Petrobras suspende pesquisas no Pará

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Toda a estrutura montada em Belém e Salinópolis pela Petrobras para atividades de prospecção de petróleo e gás na costa paraense foi desmobilizada inteiramente. Os nove rebocadores, que antes ficavam baseados em Icoaraci, já foram retirados da área. A base instalada no Tapanã, para dar apoio em terra às equipes encarregadas das pesquisas em águas profundas, a cerca de 200 km da costa de Salinópolis, também teve suas atividades praticamente paralisadas.

A informação, divulgada com exclusividade na edição de domingo do DIÁRIO pelo jornalista Mauro Bonna, foi confirmada ontem por uma fonte que tem acesso privilegiado às decisões internas da estatal. Segundo o informante, a decisão foi tomada pela nova presidente da Petrobras, Graça Foster, com base em critérios estritamente técnicos e tendo como objetivo reavaliar o plano de investimentos da empresa.

Também não significa que a Petrobras tenha desistido das prospecções de hidrocarbonetos no litoral norte em razão de suposto problema nas pesquisas de campo realizadas até agora. Executivos da empresa e profissionais de geologia que estiveram diretamente envolvidos nas pesquisas, segundo esse informante, confirmaram em diferentes ocasiões a descoberta de petróleo na costa paraense. Como as prospecções estavam apenas começando, havia ainda um longo trabalho pela frente a fim de quantificar os volumes e avaliar a viabilidade comercial de sua exploração. O que é inegável é que altos funcionários da Petrobras, em dois encontros de trabalho realizados na capital, manifestaram-se na época “otimistas” quanto às possibilidades de novas descobertas. Agora, com a interrupção dos trabalhos – considerada como sendo apenas temporária –, vai demorar ainda algum tempo até que os paraenses possam ter sobre o assunto informações definitivas. De certa forma, está se repetindo agora o que aconteceu a partir do final da década de 1970. Na época, uma plataforma submarina operou durante certo tempo no litoral em frente a Salinópolis, contando com o apoio de um grupo em terra e de dois helicópteros. Naquele tempo, circularam versões, nunca confirmadas, dando como certa a descoberta de petróleo e gás. Como volta a acontecer agora, as pesquisas foram paralisadas pela Petrobras com o máximo de discrição e sem uma única palavra de esclarecimento à opinião pública.

No final de agosto do ano passado, circulou em Belém a informação de que um primeiro poço perfurado pela estatal na costa paraense havia apresentado resultado positivo para a existência de hidrocarbonetos. O poço em questão era o “Harpia”, cuja escavação havia sido iniciada em janeiro de 2011, em lâmina d’água de 2.060 metros. Localizado a 222 km de Viseu, em águas profundas, o poço teve sua profundidade final programada para 5.880 metros. Depois disso, reforçaram-se ainda mais as evidências de prováveis descobertas, com o aumento do número de rebocadores em atividade na região e a ampliação da estrutura de apoio em terra. Essa movimentação coincidia com o início dos trabalhos de escavação de um segundo poço exploratório relativamente próximo ao primeiro – o poço “Gavião”, a 216 km de Bragança.

Fonte: Diário do Pará

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