Em sociedade
Miguel Ângelo Sampaio, santareno que está perto de conquistar o espaço e só depende de seu voto. Formado em engenharia pelo ITA,
hoje cursando mestrado e trabalhando na Mectron, no ramo de Defesa e Tecnologia. Confira a entrevista exclusiva que concedeu ao titular deste espaço, recém chegado da Austrália.
Jorge Serique: Como foi sua trajetória até chegar ao ITA e a possibilidade de você ser escolhido para ir ao espaço?
Miguel Ângelo: O ITA é um centro de excelência em engenharia reconhecido internacionalmente e é de responsabilidade da Força Aérea, portanto, possui um concurso muito disputado e difícil. Para preparação para o vestibular existem cursinho específicos muito caros e se concentram em Fortaleza, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e São Jose dos Campos. Como meus pais não podiam pagar um cursinho deste, eles me apoiaram para que pudesse estudar em casa, e fizeram o que podiam para me ajudar. Foi um período muito duro, pois tive de correr atrás do conhecimento que não era disponível para mim. Foi muita luta, muito estudo e muita perseverança. Como diz Albert Einstein: “O único lugar onde o Sucesso vem antes do Trabalho é no dicionário”. O ITA me deu um ótima formação, nos padrões do MIT, Massachussets Institute of Technology, dos EUA. O MIT é a referência mundial em tecnologia e muitas inovações tecnológicas existente e que muito de nós usamos, vieram de lá. Hoje trabalho no Programa Espacial Brasileiro como Coordenador Técnico do Subsistema de Energia do Satélite Amazônia 1. Muito legal a coincidência de um Amazônida estar à frente de um importante subsistema de um satélite que vai monitorar nossa região. Fui para Austrália participar de um curso de Ciências Espaciais pela International Space University, Instituição de Referência Internacional na área espacial cuja sede é em Strassbourg, França. Fiquei cerca de dois meses imerso em atividade do ramo, com outros profissionais da área espacial provenientes de todos os continentes. Fiquei na Universidade of Soth Australia em Adelaide, sul da Austrália. Lá soube da competição para Astronautas civis e fui considerado apto para a missão. Então há possibilidades reais de ser o segundo brasileiro e primeiro civil com o titulo de astronauta
JS: Chegaste recentemente da Austrália depois de teres feito um curso sobre área espacial. Conte-nos como foi desenvolvido este curso?
MA: O curso é muito intenso, intercultural e interdisciplinar. Tive contato com expoentes da área de tecnologia aeroespacial de países como EUA, França, Alemanha, Itália, China e Índia. Eu era o único brasileiro e tive a honra de representar nosso país, carregando nossa bandeira na cerimônia de abertura oficial. Me senti como nos jogos olímpicos, o mundo todo olhando você representar o seu país. Foi importante para quebrar a idéia de que o Brasil apenas exporta produtos agrícolas. Agora somos vistos como uma potência espacial e uma superpotência na América Latina. Pude mostrar ao mundo que nós temos capacidade técnica e intelectual para dominar o espaço;
JS: Fale-nos sobre o projeto de satélites que você atua no ITA?
MA: As pessoas acham que assuntos espaciais são algo para cientistas e engenheiros e que não tem nada a ver com o cotidiano delas. Mas os satélites estão mais presentes do que se imagina. O simples fato de você usar a internet, ver um show o jogo ao vivo direto de outro país, ter a previsão do tempo, usar seu GPS para encontrar um caminho e poder sacar dinheiro no banco é possibilitado pelas tecnologias de satélites. Trabalho na Mectron, empresa do Grupo Odebrecht na Área de Defesa e Tecnologia. Desenvolvemos subsistemas para o Satélite Amazônia 1 do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais que vai fazer monitoramento da Amazônia, verificar desmatamentos, dinâmica dos rios, ocupação de áreas urbanas, previsão do tempo e ajudar no planejamento urbano e prevenção de desastres, bem como identificar propriedades ilegais, garimpos, pistas usados para tráfico de drogas e vai auxiliar o governo e aos centros de pesquisa em desenvolver ações na região Amazônica.
JS: O seu desafio maior é conquista do espaço, pois você nos falava na busca desse desafio e de chamar atenção dos políticos para melhor investimentos aos jovens e na educação dos projetos desse porte no Brasil?
MA: O Brasil é carente de referências, que realmente inspirem os jovens e adultos buscar seus sonhos, de desenvolver suas regiões, de acreditar que podem realizar grandes feitos. Hoje nossas referências são artísticas e televisivas. Precisamos de referências que estimulem o interesse pela educação, pelo desenvolvimento pessoal, político e social. Uma mente vazia é como uma folha na água, vai para onde o vento leva. Precisamos de que as pessoas sonhem e possam correr atrás dos seus objetivos. E se os objetivos estão ligados à educação, teremos um povo mais consciente de seu papel na sociedade e isso trará benefícios para a cidade, para o estado e para o país. Nas viagens pelo mundo, vi que a educação é saída para tudo! Impressionante como nos países de primeiro mundo a educação é prioridade. Isso só traz benefícios para todos. Então, inspirar pessoas a estudar e ir à luta é o primeiro passo para um futuro melhor, e assim melhorar nossa classe política.
JS: Quem você levaria para o espaço?
MA: Eu levaria os grandes líderes mundiais, para eles verem que a Terra é a nossa casa e para entenderem a grandiosidade e a perfeição que ela é e assim pensarem melhor nas suas atitudes e evitar que nos a destruamos.
JS: Diga de que maneira os santarenos podem votar em você para conseguir este marco histórico?
MA: Eles podem votar no meu linlk da competição. Os mais votados irão receber o treinamento para o voo suborbital
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Vapt – Vupt
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** Amar é…. a mais sublime das realizações humanas na qual as almas ficam conectadas pelo mais forte dos vínculos e para sempre.
