A VIOLÊNCIA URBANA E A NOVA LEGISLATURA SANTARENA

No dia dezoito próximo passado foi realizada na Câmara Municipal de Santarém, auditório Benedito Magalhães, a sessão de abertura da décima sétima Legislatura, ocasião em que o prefeito Alexandre Wanghon apresentou sua mensagem. Que é uma espécie de plano de atuação e de aplicação das verbas do Município, em obras e serviços.

No dia seguinte iniciou-se, realmente, o período Legislativo, com a primeira sessão ordinária.  Há que se destacar que Santarém vive um momento histórico, o número constitucional de vereadores foi aumentado, de quatorze para vinte e um vereadores. O que isso representa? Representa que Santarém, pelo seu número populacional e eleitoral, está mais bem representada, com possibilidades de melhorar o debate pela quantidade de cabeças pensantes que ali estão representando o povo santareno, assim como a população tem mais possibilidade de cobrar dos seus representantes uma maior atuação mais marcante, com atenção aos problemas que mais afligem a nossa cidade e consequentemente a população. Pois foi assim que se manifestaram na tribuna, os vereadores, abordando os temas, educação, saúde, a segurança, ou seja, a violência que era só urbana, mas é de todos os setores do Município. Isto é, está ocorrendo na região ribeirinha e região rural. Bom tema, bem atual, todos bem contemporâneos.

Mas o que ganhou destaque pela fraqueza da atuação do Estado que não vem cumprindo o dispositivo constitucional que estabelece que a segurança é dever do Estado e do cidadão, mas como se diz no jargão histórico, “UM FRACO REI FAZ FRACA A SUA FORTE GENTE”. É o que estamos presenciando no País afora, ou seja, um Estado aperta os meliantes, eles vão para outros estados e estão praticando o que só via no cinema americano. A bandidagem se especializou, se pós graduou nas casas penais, com a conivência de alguns membros da área de segurança, lamentavelmente, existente em todos os escalões, estamos presenciando diariamente, através dos veículos de comunicação de massa e rede social.

A outrora Santarém, pacata em toda a sua extensão: da Caieira, Laguinho, Maracangalha, São Marcos, onde as famílias no início da noite colocavam as cadeiras nas poucas calçadas e colocava-se próximo, o rádio Transglobe da Philco, para se ouvir a voz da América, e saber das notícias do mundo, (o que antes só o seu ZECA BBC, contava cedo no Mercado da João Pessoa). Enquanto as meninas, em noite de luar ou não, brincavam de roda, cantando “sapatinho branco”, ”Ciranda, Cirandinha” e os meninos, corriam brincando de “pira”, ou às vezes, até jogando futebol à noite. Os namorados passeavam livremente, o medo era dos buracos que já haviam nas ruas que não eram asfaltadas e muitas era um”areal”, o susto que levavam era dos moleques que imitavam “visagem”, ou quando de azar, um susto dos pais das mocinhas santarenas. Havia pouca iluminação nas poucas ruas existentes em Santarém, mas se andava da Aldeia à Prainha e vice versa, tocava-se violão, junto as “alvarengas” existentes na sepultada praia da Vera Paz, onde “o cantor fazia serenata, ponteando um violão”. E para quem não lembra ou não chegou a ver, o cantor, tenor lírico, Joaquim Toscano, fazia serenata deslizando no rio Tapajós, em sua canoa.

Ia-se e voltava a pé, para colégio, igreja, feira da cultura popular, estádio, cinema Olímpia, Cristo Rei, até mesmo, na época do cine Acácia e Tropical. Há! Saudades,! Esses tempos não voltam mais, porque agora o cenário é outro, é cinzento, é negro, pela falta de segurança, que assola a nossa querida “Santarém da Conceição”.

Não se pode andar na rua portando um relógio, uma pulseira, um celular (este, portanto, pela maioria, 99%, de jovens distraídos, mandando mensagens e falando assuntos muitos importantes, não se preocupam com os que lhes vem tomar o aparelho). Tênis, roupas, dinheiro. Não se deve deixar mais os portões das casas abertos, não se pode nem lavar o carro em frente a casa, os comerciantes já estão trabalhando por detrás das grades.

Para variar, Santarém entrou na estatística dos órgãos governamentais, como uma cidade das mais violentas do Brasil, para quem outrora foi considerada pela REVISTA VEJA como uma das mais tranquilas e seguras do Brasil. É uma grande mudança. O que mudou? Muita coisa, desde o estatuto do desarmamento, a população ficou mais desprotegida, porque o cidadão de bem não pode ter arma, a não ser depois de passar por uma burocracia, danada, mas a bandidagem está roubando até as armas dos quartéis. (Antes representado por uma área de segurança. hoje não tem mais nem sentinela na guarita, estão com medo dos bandidos). Tal o problema que irá enfrentar após algumas outras, dores de cabeça, para apurar o verdadeiro acontecimento com o bandido.

Não assaltam mais apenas bancos, mas também, carro transporte de valores, carretas com mercadorias eletrônicas, agropecuárias e farmacêuticas, supermercados, farmácias, armazéns, padaria, mercearia, mini Box, restaurantes, ”arrastões” nas praias, como o que já ocorreu na de Maracanã, e proprietários de estabelecimentos comerciais, como todo cidadão, ficam impotentes. Não se tem um total correto da violência, porque muita gente não acredita na eficiência da Polícia e deixam de registrar o ocorrido.

Aí eu me lembrei do tempo que a violência era “fichinha”, comparando com a atual. Na década de setenta a capital paraense era um temor, total. Havia a tal da turma da “Bailique” e o “Bando da Veraneio” que aterrorizaram Belém, por muitos dias. Até quando a situação ficou insuportável, estava no limite, como está a de Santarém atual. O Prefeito pediu apoio do governo estadual e das forças armadas. Surgiu, então, A PATRULHA MISTA formada, por militares da Marinha, Exército, Aeronáutica, Fuzileiros Navais, Polícia Militar e Polícia Civil, diuturnamente. Em trinta dias, podia-se dormir no banco da praça, sem medo LIMPARAM Belém.

Por que não voltar novamente? Principalmente agora que o governo dos últimos dez anos criou tantas, guardas e brigadas? Falta vontade política. Não é admissível o Comandante da PM dizer para a população e os comerciantes, reforçarem a sua segurança, adquirir aparelhos para filmar, porta com detector de metais etc. Aí, lembrei-me de um artigo escrito e publicado aqui no Impacto, a cinco anos atrás, intitulado: “A quem interessa a Violência?”. Agora, reformo e digo, a quem interessa a “(in)segurança pública”. Dia 12 de março haverá uma sessão especial na Câmara Municipal de Santarém, requerida pelo vereador Sílvio Neto, para tratar da Segurança Pública, participe!.

Hoje no FLUMINENSE, O MELHOR DA SAUDADE, numa promoção dos Ex-Alunos do Seminário São Pio X, com Banda Styllus, Delson e Caetano e a Cantora Diane Freire. E NO SÁBADO ESPECIAL APRESENTAÇÃO DA CANTORA AMAZONENSE SANDRINHA, COM PRÉ-SHOW DA BANDA STYLUS. IMPERDÍVEL!

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