Policiais civis ameaçam entrar em greve no Pará

A categoria ameaça entrar em greve caso as negociações com o governo não avancem
A categoria ameaça entrar em greve caso as negociações com o governo não avancem

Policiais civis realizaram uma manifestação ontem em frente à Secretaria Estadual de Administração (Sead), na travessa do Chaco, com a avenida Almirante Barroso, no bairro do Marco, para reivindicar melhores salários e condições de trabalho. A categoria ameaça entrar em greve caso as negociações com o governo não avancem.

Aproximadamente 100 policiais se concentraram em frente à Sead pedindo que uma comissão de servidores fosse recebida pela titular da Secretaria, Alice Viana. Na pauta de discussão, a categoria pede incorporação do abono salarial ao vencimento base, aumento do número de vagas para progressão funcional e gratificação de escolaridade (nível superior) administrativamente. “Queremos a incorporação de R$ 540 ao vencimento, que é de R$ 670”, afirmou Rubens Teixeira, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Pará (Sindpol/PA).

O valor de plantões extras pagos aos policiais também está entre as reivindicações. “Nós recebemos R$180 para um plantão de 24h, é um absurdo”, disse. A nomeação de delegados, investigadores e policiais civis do concurso C149, de 2010, é outra exigência. O número de profissionais atuando atualmente estaria muito abaixo do necessário. “Temos em torno de 2.548 policiais em todo o estado. Considerando os que estão de licença ou se aposentando e as férias, temos 1.869 policiais para trabalhar em todo o estado”, ressaltou Teixeira.

A recente decisão da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), de que policiais militares começarão a registrar ocorrências criminais, também desagrada a categoria. “A população não quer apenas fazer um B.O (Boletim de Ocorrência), quer ter delegados, escrivães. Colocar policiais militares não é a solução, não vamos admitir isso”, informou.

A categoria passou mais de duas horas em frente à Sead e a comissão não foi recebida para negociação. Em nota, a Sead informou que “tem buscado honrar com o conjunto dos servidores públicos, especialmente no que se refere ao mês de revisão anual de salários, previsto no Regime Jurídico Único (RJU), que é o mês da data base-abril”.

A Secretaria afirmou ainda que “não há nenhum descumprimento de compromisso com os servidores públicos, posto que a data base é abril e o reajuste a ser acordado com os servidores só incidirá na folha ao final do citado mês”.

Trânsito engarrafado e nada decidido

Como não foram recebidos pela secretária de Administração, os policiais fecharam os dois sentidos da avenida Almirante Barroso, em sinal de protesto, gerando um engarrafamento quilométrico. Antes disso, os policiais souberam, através de uma nota enviada à imprensa, que uma reunião estava agendada com Alice Viana para o dia 21, às 9h30, na Sead. Os manifestantes pediram, por cerca de uma hora, para que o presidente do sindicato, Rubens Teixeira, entrasse para receber a assinatura que daria ciência ao acordo.

Essa indecisão sobre receber ou não o sindicato foi o que gerou o fechamento das duas vias. “Eu quero saber se eles engoliram a chave”, reclamou um dos policiais que aguardavam na chuva a autorização de entrada do presidente. Assinado por volta das 14h, o documento foi mostrado aos manifestantes, que decidiram liberar pacificamente a via e aguardar a discussão das reivindicações no novo encontro marcado.

Fonte: Diário do Pará

 

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