Cacique assassinado na gleba Nova Olinda
As causas da morte ainda são investigadas pela Polícia Federal de Santarém e pelo Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC). Ele havia desaparecido desde o último sábado, 23, quando saiu de sua casa, para visitar parentes que moravam no outro lado do lago da comunidade.
Segundo testemunhas, o Cacique Crisomar havia saído em uma rabeta e, apresentava avançado estado de embriaguês quando viajou para visitar seus parentes. Mesmo estando embriagado, a família desconfia que a morte do líder indígena tenha sido encomendada por madeireiros que atuam na Gleba Nova Olinda.
A Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal abriu inquérito para apurar as causas da morte do Cacique Manoel dos Santos.
FATOS: Após a demora no retorno do Cacique Manoel, parentes contam que iniciaram as buscas para encontrá-lo. Horas depois de percorrer a região da comunidade, a canoa que ele usava habitualmente foi avistada, e um pouco mais à frente, estava o corpo do cacique.
Popularmente conhecido como Tracajá, Manoel Crisomar foi uma liderança forte que lutava pela união da comunidade, pela preservação de suas tradições e da floresta em que vivia. Foi lutador incansável pela criação da Terra Indígena Maró, que já passou pelo processo de identificação (reconhecimento da etnia Arapium) e delimitação da área a ser demarcada, na região conhecida como Gleba Nova Olinda.
CONFLITO: Em função da luta das comunidades pela criação da terra indígena, a região vive momentos de tensão e conflitos que envolvem lideranças comunitárias e empresas interessadas na exploração da madeira na região. Algumas lideranças foram ameaçadas, como Odair Borari, da Aldeia Novo Lugar, que anda com escolta policial.
Uma equipe da PF e do Instituto Médico Legal seguiu na quarta-feira para a comunidade e apurar os fatos, após receber uma solicitação do Ministério Público Federal. Também uma equipe do Projeto Saúde & Alegria e outras organizações sociais de Santarém também seguiram para São José, onde prestam solidariedade à família e à comunidade, bem como acompanhar a apuração. Com informações da rede Mocoronga.
Por: Manoel Cardoso
Inexistência de índios Borari gera polêmica
Por Jeso Carneiro em 25/3/2013 às 12:04 • 18 Comentários
O site da Gazeta de Santarém fervilha desde que o antropólogo santareno Edward M. Luz, formado na UnB (Universidade de Brasília), escreveu um texto em que nega a existência de índios Borari, Arapiuns ou “qualquer outra etnia que tenha recentemente se identificada como indígena”.
– Visitei mais de 28 comunidades da bacia do Arapiuns, Aruã, Maró e Tapajós, além de Alter do Chão, onde coletei relatos, entrevistas e impressionantes depoimentos que me revelaram em detalhes o lado perverso e injusto do sistema de manipulação identitária, acobertado, legitimado e celebrado pelo título enganoso de Etnogênese – escreve o pesquisador no site do periódico.
Afirmações como essas geraram contrapontos, todos com réplica de Edward Luz.
Vale a pena uma atenta leitura ao artigo e demais pensatas geradas a partir dele.
Neste link, a íntegra do artigo.