Padre Edilberto: “Empresa Buriti deve ser punida por crime ambiental”
A construção de grandes empreendimentos em Santarém e em outros municípios da região Oeste do Pará revolta e gera polêmica entre lideranças de comunidades tradicionais, indígenas e ambientalistas direcionadas aos governos Estadual e Federal. Para o padre Edilberto Sena, o governo está enfiando “goela abaixo” a construção das hidrelétricas de Belo Monte, Teles Pires e Tapajós sem respeitar as comunidades tradicionais e o meio ambiente. Outro exemplo de degradação ambiental citado pelo religioso é a construção do residencial da Empresa Buriti, na rodovia Fernando Guilhon, próximo ao Lago do Juá, em Santarém. Padre Edilberto acusa o governo de omissão para embargar definitivamente a obra e diz que está preocupado com a aproximação do período chuvoso, o que poderá acelerar ainda mais o processo de poluição e assoreamento do Lago do Juá, ocasionado pelo empreendimento da Buriti. Padre Edilberto desconfia, ainda, de boicote do ministro Edison Lobão no sistema de distribuição de energia elétrica em Santarém, para fazer a população acreditar que a construção da Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós vai solucionar o problema. Veja a entrevista na íntegra:
Jornal O impacto: A possível conclusão do conjunto habitacional da Empresa Buriti poderá acelerar ainda mais a degradação do Lago do Juá?
Padre Edilberto: O projeto da imobiliária na Estrada do Aeroporto é uma agressão ao meio ambiente e à dignidade da população santarena. No local foram destruídos 180 hectares de mata para a construção imobiliária, para negócios e para ganhar dinheiro e não para o serviço público. Tudo isso foi para ganhar dinheiro! Isso é um absurdo e a população santarena precisa ter consciência, de que devemos zelar pelo nosso futuro e não apenas pelo nosso presente. Então, temos que lutar para que o Governo não ceda à pressão do capital, mas ceda o respeito à população da nossa cidade. Precisamos ser duros em exigir do Governo do Pará que desaproprie aquela obra e aquela terra, para que o local seja revitalizado. O Governo Municipal e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente devem ter a dignidade de declarar publicamente que vão embargar obras imobiliárias naquela área. A empresa que construiu aquilo deve pagar e ser punida pelo prejuízo que fez para a população.
Jornal o Impacto: O período chuvoso está iniciando e pode complicar ainda mais a situação de poluição e assoreamento do Lago do Juá?
Padre Edilberto: O Lago do Juá já está afetado gravemente, por esta insensibilidade de deixaram isso acontecer em um manancial como aquele, que não serve somente para se pegar peixes, mas daqui a alguns anos será fonte de água doce para a cidade de Santarém. É um absurdo o silêncio e a omissão do Poder Público Municipal com relação a desgraça feita ao Lago do Juá, mas não só ao manancial, mas à terra que foi desmatada também.
Jornal O Impacto: Como o senhor analisa a questão de Belo Monte, onde a Justiça e o Governo Federal parece que não caminham na mesma direção?
Padre Edilberto: Quem faz a liminar é a justiça! Agora o Governo da presidente Dilma está fundamentado a enfiar goela abaixo Belo Monte, Teles Pires e Tapajós. Essa é outra questão gravíssima, porque precisamos pensar no futuro nosso. Se imaginarmos a construção de 07 hidrelétricas no rio Tapajós serão muitos impactos e desgraças. Nós vamos deixar de comer certos tipos de peixes, porque os cardumes serão impedidos de migrar, por causa das barragens que serão construídas no curso dos rios. Eu sinto a agonia de ver a omissão, o silêncio e o alheamento dos cidadãos e cidadãs de Santarém. Ainda tem gente que aplaude e é a favor disso aí!
Jornal O impacto: Em relação à distribuição de energia elétrica em Santarém, o senhor acredita em boicote do Ministro Edison Lobão?
Padre Edilberto: Eu tenho suspeita de que esses apagões que acontecem em Santarém é uma forma que o Governo Federal está utilizando para fazer com que a população fique indignada e pense que a construção de novas hidrelétricas venha solucionar o problema de energia no Município, o que é uma mentira! Isso nunca vai acontecer… Porque as hidrelétricas no rio Tapajós não serão para atender nem Santarém, nem o Estado do Pará, que já tem a segunda maior hidrelétrica do Brasil (Tucuruí). Se não temos, hoje, a energia elétrica de Tucuruí em Alenquer, Óbidos, Monte Alegre e do outro lado do rio Amazonas, não é por falta de potência, mas por falta de vergonha dos governos Estadual, Municipal e Federal, de fazer o linhão chegar até a Calha Norte. Tucuruí tem capacidade para gerar energia para todo o estado do Pará.
Fonte: RG 15/O Impacto
Sinceramente, tudo bem que todos nos temos que nos postar diante de absurdos cometido contra natureza e cobrar das autoridades…mas percebo que este senhor esta querendo virar político…pois levar a palavra de Deus ao seu rebanho é umas das coisas que menos faz.
Uma das poucas coisas que me pareciam organizadas em Santarém era esse loteamento, como são atrasados, preferem invasão, contratinho de posse, ruas esburacadas, terreno 10×30. Santarém 350 anos de ATRASO.
Padre hipócrita. Porque esse agitador não procura o Ministério Público e move uma ação cobrando indenização por danos ambientais causados na área em questão à época por invasores de terra, que destruiram sem dó toda a mata que ainda restava naquele local?. Vá cuidar do seu trabalho, que nada mais é que arrebanhar almas para o reino de Deus. Ou o senhor nem disso sabe?. Recolha-se à sua insignificância.