SUS terá medicamento para transplantados produzido no país
O Brasil contará com medicamento utilizado por pacientes transplantados de rim e fígado produzido integralmente com tecnologia nacional. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quinta-feira (11), em Embu das Artes (SP), da cerimônia de entrega do primeiro lote do imunossupressor Tacrolimo, usado para evitar a rejeição a órgãos e garantir o sucesso do transplante. No mesmo evento, o ministro também participou de atividade que marca o início das obras de nova fábrica do laboratório Libbs, destinada à produção de medicamentos biológicos.
O medicamento Tacrolimo é fabricado pela Libbs Farmacêutica. Em 2009, a empresa firmou parceria para o desenvolvimento produtivo com o Ministério da Saúde, com a transferência de tecnologia para o laboratório Farmanguinhos/Fiocruz. O instituto acompanhou todo o processo de produção do medicamento para internalizar as técnicas e o conhecimento tecnológico da empresa privada.
A previsão é que em 2015 o Farmanguinhos passe a produzir o medicamento, o que vai diminuir o custo na aquisição do Tacrolimo. Desde 2009, a compra do produto passou a ser feita de forma centralizada pelo Ministério da Saúde, o que gerou a economia de R$ 75 milhões. “Produzir um medicamento 100% nacional é um salto de extrema importância para a indústria brasileira, com impacto na geração de mercado para todo o Brasil, além de garantir segurança aos pacientes atendidos pelo SUS”, afirmou Padilha, durante a solenidade.
O ministro explicou que a qualidade dos medicamentos é um fator decisivo na vida do paciente transplantado porque garante o funcionamento do órgão, sem problemas de rejeição. Ele lembrou que o Brasil está entre os países que mais realizam transplantes do mundo. “Nenhum país fez mais de 24 mil transplantes gratuitos pelo SUS, como o Brasil fez”, afirmou Padilha.
“O domínio de todas as atividades de produção resulta em produtos de qualidade a preços competitivos, garantindo o abastecimento dos serviços públicos de saúde com redução da dependência internacional”, ressaltou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha. Em 2013, foram adquiridas 53.547.100 e 2.965.050 cápsulas do tacrolimo 1mg e 5mg, respectivamente.
BIOLÓGICOS– A nova fábrica da Libbs Farmacêutica, no complexo industrial do município, será uma das primeiras plantas industriais brasileiras para a produção de medicamentos biológicos, considerados estratégicos pelo SUS. “A construção da planta reflete o compromisso do governo federal com a pesquisa, a inovação e geração de renda para o país”, afirmou Gadelha. A Libbs retomou os investimentos da empresa em seu Parque Farmoquímico depois que foram firmadas PDPs com o Ministério da Saúde e laboratórios públicos.
A parceria estabelece que o Ministério da Saúde compre, exclusivamente, medicamentos produzidos pela empresa, pelo período de cinco anos, para atender à demanda do SUS. Em contrapartida, os laboratórios privados transferem as tecnologias aos públicos, que dominando a cadeia de produção, podem desenvolver genéricos a preços mais competitivos. O laboratório Libbs está envolvido em sete parcerias.
A fábrica de biotecnologia terá capacidade inicial de produção de 150 kg de medicamentos ao ano. Quando estiver em pleno funcionamento, a produção será ampliada para 400kg. No local, serão produzidos, em parceria com os laboratórios públicos Butantan e Bahiafarma, seis medicamentos biológicos.
O primeiro medicamento fruto dessas parcerias – o oncológico Rituximabe – deverá estar pronto para distribuição no SUS no primeiro semestre de 2016. Os investimentos da empresa farmacêutica em biotecnologia estão estimados em R$ 560 milhões, provenientes do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da própria empresa.
O medicamento biológico é feito a partir de material vivo e manufaturado em processos que envolvem medicina personalizada e biologia molecular. Representam 5% do total da oferta pública de medicamentos e consomem 43% dos gastos do governo federal com medicamentos (aproximadamente R$ 4 bilhões/ano).
SAÚDE REPASSA R$ 163,9 MI PARA HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS
Os hospitais de ensino de 21 estados e do Distrito Federal, vão receber reforço financeiro com o repasse de R$ 163,9 milhões por meio do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) Portaria 3.015/2013. O valor faz parte do total de R$ 560 milhões aprovado em 2013 para a reestruturação dos hospitais. Ao todo, 47 unidades de saúde ligadas ao Rehuf (tabela abaixo) serão beneficiadas com o recurso, que poderá ser investido em obras, modernização e custeio de procedimentos hospitalares.
No período de 2010 a 2013, o Ministério da Saúde investiu o valor de R$ 1,9 bilhão em todos os hospitais universitários do Brasil, por meio do Rehuf. Este ano, o custeio das unidades recebeu a maior parte dos recursos (65%). O restante do repasse deve ser aplicado no financiamento de compra de novos equipamentos, reforma ou ampliação. Somente em 2012, o programa recebeu R$ 541 milhões do Ministério da Saúde.
O Rehuf foi instituído em parceria com o Ministério da Educação para melhorar a gestão administrativa, financeira e hospitalar no campo da assistência e do ensino. O programa beneficia diretamente a 45 hospitais e a outras duas unidades de saúde ligadas às universidades. Essas instituições estão localizadas em 32 cidades do país, sendo 22 capitais.
Os benefícios abrangem tanto o acesso e a qualidade dos serviços prestados à população, quanto às condições de trabalho e de ensino para os alunos de graduação e pós-graduação na área da saúde.
Os hospitais universitários são vinculados às instituições de ensino superior do Ministério da Educação, responsável pelo pagamento dos profissionais concursados. Já o Ministério da Saúde repassa, além do financiamento do REHUF, recursos referentes aos serviços prestados à população nas unidades, entre outros incentivos.
ESTABELECIMENTOS | VALOR (R$) |
Universidade Federal De Alagoas | 2.121.336,18 |
Universidade Federal do Amazonas | 6.144.776,01 |
Universidade Federal da Bahia – Hospital Prof. Edgard Santos | 2.883.579,79 |
Universidade Federal da Bahia – Maternidade Climério de Oliveira | 2.908.400,49 |
Universidade Federal do Ceará – Hospital Universitário Walter Cantídio | 8.459.961,59 |
Universidade Federal do Ceará – Maternidade Escola Assis Chateaubriand | 2.645.624,57 |
Universidade de Brasília – Hospital Universitário Brasília | 130.256,46 |
Universidade Federal do Espírito Santo – Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes | 19.636.748,37 |
Universidade Federal de Goiás – Hospital das Clínicas | 3.538.713,59 |
Universidade Federal do Maranhão – Hospital Universitário | 7.894.057,93 |
Univ. Federal de Minas Gerais – Hospital das Clínicas | 9.470.214,89 |
Univ. Federal de Juiz de Fora – Hospital Universitário | 2.064.060,18 |
Univ. Federal do Triângulo Mineiro – Hospital Escola | 12.271.508,54 |
Univ. Federal de Uberlândia – Hospital das Clínicas | 4.680.293,18 |
Univ. Federal do Mato Grosso do Sul – Hospital Univ. Maria Aparecida Pedrossian | 4.038.967,60 |
Universidade Federal da Grande Dourados- Hospital Universitário | 2.772.870,99 |
Univ. Federal do Mato Grosso – Hospital Universitário Júlio Müller | 1.600.484,31 |
Universidade Federal do Pará – Hospital Universitário João de Barros Barreto | 2.564.221,26 |
Universidade Federal do Pará – Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza | 251.616,80 |
Univ. Federal da Paraíba – Hospital Universitário Lauro Wanderley | 10.182.842,34 |
Univ. Federal da Paraíba – Hospital Universitário Alcides Carneiro | 3.205.284,21 |
Universidade Federal de Pernambuco – Hospital das Clínicas | 3.503.056,73 |
Universidade Federal do Vale do São Francisco | 1.495.159,44 |
Universidade Federal do Piauí – Hospital Universitário | 71.120,46 |
Universidade Federal do Paraná – Hospital de Clínicas | 2.087.084,30 |
Universidade Federal do Paraná – Maternidade Vitor Ferreira do Amaral | 742.020,00 |
Universidade Federal Fluminense – Hospital Universitário Antônio Pedro | 4.787.123,14 |
Univ. Federal do Rio de Janeiro – Clementino Fraga Filho | 2.309.647,74 |
Univ. Federal do Rio de Janeiro -Instituto de Neurologia Deolindo Couto | 277.116,07 |
Univ. Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Ginecologia | 194.807,35 |
Univ. Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Doenças do Tórax | 239.844,83 |
Univ. Federal do Rio de Janeiro – Maternidade Escola | 1.078.486,47 |
Univ. Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira | 778.295,22 |
Univ. Federal do Rio de Janeiro – Hospital Escola São Francisco de Assis | 194.863,11 |
Univ. Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Psiquiatria | 961.101,67 |
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Hospital Universitário Gaffrée e Guinle | 2.079.383,67 |
Univ. Federal do Rio Grande do Norte – Hospital Universitário Onofre Lopes | 4.974.489,71 |
Univ. Federal do Rio Grande do Norte – Maternidade Escola Januário Cicco | 3.285.395,04 |
Univ. Federal do Rio Grande do Norte – Hospital Universitário Ana Bezerra | 1.872.405,85 |
Univ. Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Hospital de Pediatria Prof. Heriberto F. Bezerra | 614.097,25 |
Universidade Federal de Pelotas – Hospital Escola | 1.616.713,13 |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Hospital de Clínicas de Porto Alegre | 10.631.834,51 |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Júnior | 1.962.995,57 |
Univ. Federal de Santa Maria – Hospital Universitário | 2.454.636,43 |
Universidade Federal de Santa Catarina – Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago | 3.660.521,75 |
Universidade Federal de Sergipe – Hospital Universitário | 2.379.913,80 |
Universidade Federal de São Paulo | 198.845,75 |
TOTAL | 163.916.778,27 |
MINISTÉRIO DA SAÚDE ENVIA 230 MIL DOSES DE VACINA PARA O RIO DE JANEIRO
O Ministério da Saúde envia vacinas, medicamentos e insumos de saúde para atender a população do Rio de Janeiro, que sofre com a chuva e enchentes. Foram entregues na quinta-feira (12) 230 mil doses de vacinas, sendo 150 mil doses de DT (contra tétano e difteria) que são destinadas a adultos e 80 mil doses de DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) para crianças. Além um kit de medicamentos e insumos com capacidade para atender cerca de 1.500 pessoas por mês. Cada kit é composto por 48 itens (30 tipos de medicamentos e 18 insumos para primeiros-socorros). Devem ser enviados nos próximos dias 40 mil frascos de hipoclorito que servem para purificação da água.
Por enquanto ainda não foram solicitados profissionais para ajudar no atendimento à população. Porém, a Força Nacional do SUS se mantém preparada para atuar a qualquer momento. Atualmente, o Ministério da Saúde conta com 42 equipes de respostas a desastres – formada por médicos, enfermeiros e auxiliares – em escala por semana epidemiológica para atuar em situações de emergência.
Tanto para o envio dos medicamentos e insumos quanto tanto para a ação da FN-SUS é preciso que haja uma solicitação que pode ser feita pelo gestor local ou pelo governo federal por meio do Ministério da Integração.
FORÇA NACIONAL DO SUS – Criada em novembro de 2011 para agir no atendimento a vítimas de desastres naturais, calamidades públicas ou situações de risco epidemiológico, a FN-SUS atuou em 19 missões, sendo seis de desastres naturais, quatro relacionados à assistência, oito de apoio à gestão local nas diversas situações e uma de tragédia.
Ainda em 2013, houve a missão exploratória na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, após a enchente, com envio de técnicos da FN-SUS e distribuição de kits desastres contendo insumos estratégicos e medicamentos, descartáveis e hipoclorito de sódio para descontaminação e tratamento da água.
Fonte: Ascom/MS