Aids – Número de casos aumenta 50% em Santarém e região

Ana Lúcia Ferreira, diretora CTA
Ana Lúcia Ferreira, diretora CTA

O aumento no índice de pessoas contaminadas pelo vírus HIV/AIDS no ano de 2013 em Santarém e demais cidades da região Oeste do Pará preocupa autoridades da área de saúde pública. Uma estatística feita de janeiro a dezembro deste ano pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA/SAE), revela um aumento de quase 50% do número de casos de HIV/Aids na região Oeste do Pará em relação ao mesmo período de 2012.

De acordo com o CTA, em 2012 foram registrados 111 novos casos da doença. Já em 2013, já são 165 os novos casos confirmados através de exames, o que deixa o órgão de saúde em alerta.

A coordenadora do CTA, bióloga Ana Lúcia Ferreira, garante que desde 2010 mais de 50 novas pessoas são contaminadas pelo vírus HIV, por ano na região Oeste do Pará. Segundo ela, atualmente os pacientes ‘soro-positivo’ de Santarém fazem acompanhamento no CTA, bem como pacientes de outros municípios da região Oeste do Pará. Além dos dados alarmantes, o público jovem é o que mais tem se contaminado com o vírus HIV.

“Adolescentes e jovens na faixa etária de 13 a 23, 26 anos de idade foi a população que mais se contaminou com o HIV”, revela a bióloga.

Para que as pessoas tenham consciência da prevenção, o CTA realizou em 2013 e continuará em 2014 com uma programação de combate ao crescimento da AIDS na região. Entre as ações especiais, farão parte da programação blitz educativas, panfletagens e eventos que alertam ao uso do preservativo.

TESTES: O número maior de casos diagnosticados se deve ao volume também crescente de testes realizados tanto na sede do CTA, quanto em unidades básicas de saúde e nas campanhas que o Centro realizou em logradouros públicos, eventos como o Sairé e universidades. Este ano, dentro do projeto “Universidade Solidária”, o CTA atendeu cerca de 3 mil universitários com serviços de orientação e testagem.

A bióloga Ana Lúcia Ferreira diz que a faixa etária de pessoas que procuram a unidade para fazer o teste rápido é muito diversificada, assim como a de pacientes diagnosticados como soros-positivos.

Semanalmente, o CTA realiza mais de 600 testes de HIV/Aids, além de exames de sífilis e hepatites.

“Há jovens de 15 anos com vida sexual ativa que procuram o CTA para fazer o exame, bem como pessoas de até 60 anos de idade. Essa faixa etária hoje é bastante variável. E essa maior demanda pelo exame se deve às campanhas de conscientização que o governo Federal veicula na mídia. As pessoas sabem que quanto mais cedo tiverem o diagnóstico, o tratamento responderá de forma mais eficaz e melhor será a qualidade de vida do soro-positivo”, garante Ana Lúcia Ferreira.

CASOS DE DENGUE DEIXA POPULAÇÃO EM ALERTA: O aumento nos casos de Dengue em Santarém e a aproximação do período chuvoso preocupam autoridades da área de saúde. De janeiro a outubro deste ano, Segundo a coordenação do Programa Estadual de Controle de Dengue, foram notificados 2.681 casos da doença, em Santarém.

Desse total, 864 casos foram confirmados. Um aumento de aproximadamente 80% se comparado ao mesmo período do ano passado.

O diretor de endemias da 9ª Regional da Sespa, João Portela, explica que vários fatores contribuíram para o aumento deste número. “Os fatores que contribuíram para essa elevação, primeiro foi a introdução do sorotipo 4, que é um sorotipo novo, que as pessoas não tinham anticorpos formados e muita gente pegou dengue por conta disso. Outro fator comum nos municípios da nossa região, das cidades mais urbanizadas, é a questão da insuficiência de água nas torneiras. O morador é obrigado a armazenar água e armazena de forma inadequada, não tampando. Outro fator  é a questão do lixo”, declarou.

Para a coordenação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Santarém, os números podem ser maiores do que os apontados no boletim. “De janeiro até outubro, quando aconteceu a 44ª Semana Epidemiológica, tivemos 2.708 casos notificados e 864 confirmados. Tendo água e tendo algum objeto para acumular, o mosquito vai lá e desova e com dez dias ele já está voando e as fêmeas já estão procurando sangue. Estamos bastante preocupados em virtude desse problema da coleta de lixo. A cidade tem muito lixo”, alertou o coordenador do CCZ, João Alberto Coelho.

Ele ainda ressalta que três bairros estão dentro da zona que mais notifica casos da doença. “A cidade toda é dividida em oito extratos, que são bairros. O extrato 5 é composto pela Interventoria, pelo Diamantino e pelo Aeroporto Velho. E por incrível que pareça esse extrato 5 é um que nós não conseguimos nunca baixar esse índice de infestação predial, nunca passamos de médio. Sempre é alto ou médio, nunca chegamos ao baixo como os demais”, analisa.

FALTA DE CONSCIÊNCIA: Um dos motivos para o aumento do índice de infestação predial, segundo a coordenação do Centro de Controle de Zoonoses, é a falta de consciência da população, que não contribui e negligencia, deixando de zelar pela própria saúde.

João Alberto ressalta que sem a mobilização da sociedade é difícil para o CCZ controlar os focos do mosquito. Neste período de verão intenso, o órgão mantém-se vigilante, pois a doença não escolhe data para se manifestar. Agentes de endemia se concentram nos bairros que detêm os maiores índices de proliferação dos focos e também em Alter do Chão e comunidades do Planalto santareno.

João Alberto demonstra sua preocupação com a omissão dos moradores e diz que sem o apoio popular é difícil controlar a proliferação da doença no Município. Segundo os agentes de endemia do CCZ, a maior dificuldade do trabalho preventivo, principalmente nas comunidades com maior índice de infestação da dengue, é a falta de zelo das pessoas que se descuidam com a limpeza de seus terrenos. “Precisamos do apoio de todos, pois a dengue mata. O índice está bastante elevado e isso é preocupante”, disse o coordenador do CCZ.

Fonte: RG 15/O Impacto

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