Alerta – Confirmado caso de Febre Chikungunya em Santarém
Um novo vírus transmitido pelo Aedes Aegypti e identificado pelos cientistas como Febre Chikungunya teve o primeiro caso confirmado em Santarém, Oeste do Pará, pela Divisão de Vigilância Sanitária (Divisa). O vetor da dengue é protagonista de nova preocupação epidemiológica de autoridades de saúde pública do Estado do Pará.
Além do caso confirmado, outros três pacientes continuam em observação em um hospital público de Santarém, suspeitos de contraírem o vírus.
De acordo com o coordenador da Divisa, João Alberto Coelho, tanto o paciente que teve a confirmação de ser portador do vírus quanto as três pessoas que estão sendo acompanhadas pelos médicos, suspeitas de terem contraído a doença, vieram de outros municípios da Região Norte.
Ele explica que o paciente, cujo exame deu positivo, foi contaminado pela doença na Região Metropolitana de Belém (RMB), antes de chegar a Santarém. Já os outros três são procedentes da cidade de Macapá (AP) e da Guiana Francesa.
“A doença é transmitida tanto pelo mosquito da dengue Aedes Aegypti quanto pelo Aedes Albopictus. O paciente contaminado recebeu atendimento na rede pública e não teve complicações”, garante João Alberto.
Com o intuito de prevenir a doença, agentes de endemias, técnicos em enfermagem e enfermeiros de municípios localizados na região Oeste do Pará, iniciaram no dia 13 deste mês em Santarém, uma capacitação promovida pela 9ª CRS-Sespa, para desenvolver ações articuladas de combate a Febre Chikungunya.
“Nessa capacitação estão sendo enfatizados aos profissionais de saúde alguns sintomas mais característicos que devem ser observados para o diagnóstico precoce do paciente e encaminhamento do paciente para as unidades de saúde. Informamos à população que a transmissão é através de um vetor e não é transmitido de pessoas para pessoa como ocorre com a dengue”, esclareceu o coordenador regional de endemias da Sespa, Zenildo Oliveira.
Segundo ele, a melhor forma de prevenir o surgimento da nova febre é fazendo o controle do mosquito transmissor da doença. “É fundamental o trabalho dos agentes de endemias, aliado a participação da comunidade, para a eliminação dos focos do Aedes Aegypti”, aponta.
DISSEMINAÇÃO: Originário da Tanzânia e amplamente disseminado entre países africanos e asiáticos, o vírus chikungunya fez as primeiras vítimas em solo caribenho em dezembro de 2013, e acendeu o sinal de alerta ao longo de toda a América do Sul. Muito parecida com a dengue – inclusive o vetor de transmissão, o mosquito Aedes Aegypti, é o mesmo –, a doença também acarreta febre, dor de cabeça e fadiga. A grande diferença está nas dores articulares, que podem acompanhar o paciente por meses. Nos casos mais agudos, essas dores se assemelham à artrite reumatoide e em situações extremas podem levar a deformidades. Essa foi a primeira vez que o vírus foi transmitido no hemisfério ocidental de forma autóctone, ou seja, já contaminou os mosquitos locais.
De acordo com o Ministério da Saúde, os casos registrados anteriormente foram todos importados por meio de turistas picados em países onde a doença é endêmica. Inclusive, no Brasil foram identificadas, em 2010, três situações como essa. Na época, os viajantes já chegaram infectados vindos da Indonésia e da Índia. Até então não havia nenhuma identificação de contágio dentro do continente americano. Diante da proximidade e das condições favoráveis, especialistas já cogitam a possibilidade de propagação para a América Central e do Sul.
Fonte: RG 15/O Impacto