Paralisação poderá afetar abastecimento no Pará

Greve dos caminhoneiros poderá comprometer o abastecimento no Pará
Greve dos caminhoneiros poderá comprometer o abastecimento no Pará

A greve dos caminhoneiros, deflagrada há uma semana em vários Estados brasileiros, poderá comprometer o abastecimento no Pará. Segundo a Associação Paraense de Supermercados (Aspas), a falta de produtos, em especial os alimentícios, afetaria grande parte do Estado. “A paralisação não nos afetou, mas, se continuasse, certamente ia afetar, pois temos um estoque que duraria no máximo 15 dias”, disse o presidente da Aspas, José Oliveira.

O setor supermercadista seria o principal afetado, uma vez que 80% dos produtos consumidos no Pará vêm de outros Estados, como São Paulo, Ceará, Pernambuco e Minas Gerais. O setor que mais sofreria desabastecimeto no Pará seria a agroindústria, em especial os produtos hortifrutigranjeiros, que precisam ser renovados a cada cinco dias. Outros produtos, como o feijão, arroze itens de limpeza em geral, também poderiam ser afetados.

Até ontem empresários do segmento estavam apreensivos com a possibilidade de prorrogação da greve, mas ao mesmo tempo se consideravam otimistas quanto ao recuo do movimento. “Seria um prejuízo muito grande para o setor comercial e também para a população, que teria que pagar a mais devido à escassez dos produtos”, informou Oliveira.

Outros setores, como os combustíveis, dificilmente seriam afetados. Segundo o presidente do Sindicato dos Combustíveis do Pará, Ovídio Gaspareto, o abastecimento local é feito por cabotagem através de navios pelo Porto de Miramar. “Hoje, não está faltando combustível no Pará”, garantiu.

PREÇOS

O governo anunciou ontem que os preços do diesel não sofrerão aumento pelos próximos seis meses. Segundo o ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência), a informação foi repassada ao governo pela Petrobras. Além da garantia sobre a estabilidade temporária dos preços, o governo federal ofereceu ao movimento de caminhoneiros uma série de medidas condicionadas ao fim imediato dos bloqueios nas estradas. Até a conclusão desta edição ainda não havia resposta.

O pacote, negociado por Rossetto sob a chancela da presidente Dilma Rousseff, responde a parte das reivindicações de lideranças dos motoristas e foi fechado após uma reunião entre governo, empresas e trabalhadores na tarde de ontem, no Ministério dos Transportes.
O governo disse estar disposto a sancionar integralmente a chamada Lei dos Caminhoneiros, que na prática reduz o valor do pedágio que pode ser cobrado dos caminhões e aumenta o número de horas extras que podem ser feitas pela categoria. Dilma tem até o dia 13 de março para sancionar o texto, já aprovado pelo Congresso.

A segunda medida é a suspensão, por um ano, dos pagamentos de empréstimos feitos pelo BNDES para a aquisição de caminhões. O governo se comprometeu ainda, a mediar a criação, por empresas e caminhoneiros, de uma tabela referencial de fretes, o que pode levar a preços mínimos para o serviço. A quarta proposta é o estabelecimento de uma mesa permanente de negociações entre motoristas e representantes empresariais.

Ontem, o número de rodovias interditadas diminuiu no fim do dia por causa de decisões da Justiça favoráveis ao pedido da AGU (Advocacia-Geral da União), autorizando a desobstrução total nas rodovias federais em Minas, São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraná.

Já no Paraná, tropas da Força Nacional auxiliaram a Polícia Rodoviária Federal na retirada de caminhoneiros de rodovias federais nas regiões oeste, sudoeste e central do Estado. Não foi necessário o uso da força policial. Além disso, muitos caminhoneiros decidiram liberar as vias por conta própria na expectativa da reunião do governo com representantes.

Fonte: Diário do Pará

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