Lixo e mato predominam em área no bairro do Aeroporto Velho

Terreno vira lixão no Aeroporto Velho
Terreno vira lixão no Aeroporto Velho

Moradores do bairro do Aeroporto Velho, em Santarém, Oeste do Pará, próximo a área central da cidade, denunciam o lixão que foi criado no antigo terreno pertencente ao 8º BEC, doado em 2011 à Prefeitura Municipal de Santarém, para construção de moradias e outras benfeitorias para atendimento à população.
Todos os dias é grande o movimento de entrada e saída de veículos que despejam resíduos no local, principalmente carros particulares que despejam todos os tipos de lixo, desde sobra de materiais usados na construção civil a galhos e troncos de árvores, sucatas e até lixo doméstico e restos de animais.
“Quando chega a noite, não conseguimos nem dormir, porque com o acúmulo de diversos materiais, entre eles restos de madeiras, os carvoeiros utilizam a área para produzir carvão, gerando um grande volume de fumaça que prejudica nossa saúde”, declarou José Evandro Cunha, que reside próximo ao local.
Já para Maria do Socorro Moraes, alguns moradores são obrigados a jogar seu lixo na área, porque o carro de coleta não passa na rua de suas residências. “Estamos aqui correndo todo tipo de risco, esse lixo acumulado atrai ratos, baratas e outro insetos que acabam chegando às residências. Nossas crianças não podem nem brincar no quintal, pois correm o risco de contraírem alguma doença”, denuncia a moradora.
Nossa equipe de reportagem esteve no local, e constatou o estado de abandono no qual aquela grande área se encontra, mesmo sendo objeto de um dos maiores investimentos em moradia popular que o Município já recebeu, pois abriga também a abandonada obra do Conjunto Residencial Moaçara, financiada pelo Programa Minha Casa Minha Vida.
INCÊNDIO NO LIXÃO NO AEROPORTO VELHO: No último domingo (28/06) homens do Corpo de Bombeiros foram acionados para apagar um incêndio que estava acontecendo em um terreno conhecido como Lixão do Aeroporto Velho, próximo a obra abandonada do Projeto Minha Casa Minha Vida. Moradores que residem próximo ao terreno que pertencia ao 8º BEC disseram que o incêndio começou por volta das 20 horas e o fogo se alastrou rapidamente, levando medo a todos que possuem residência próxima ao local. Por sorte, os homens do Corpo de Bombeiros agiram com eficiência e conseguiram apagar o incêndio.

Local está servindo para consumo de drogas e abrigo de bandidos
Local está servindo para consumo de drogas e abrigo de bandidos

MARGINAIS UTILIZAM ANTIGO PRÉDIO DA EMPRESA JADE: Ainda naquela grande área, agora na extremidade próxima à Rodovia Santarém/Cuiabá, moradores denunciam que marginais estão utilizando o antigo prédio administrativo deixado no terreno pela empresa JADE.
À noite a escuridão predomina, e moradores que passam pela área são ameaçados. “Faço caminhada todos os dias, e passo por essa região e muitas vezes eu volto para casa, pois não tenho coragem para seguir em frente”, diz Suzana Ferraz.
Muitas pessoas dizem que o local está servido para tráfico de drogas e esconderijo de bandidos. Para ambos os casos, a população solicita apoio do Governo Municipal e da Polícia Militar, para solução e minimização dos problemas enfrentados diariamente pela comunidade.
OUTROS LOCAIS COM ACÚMULO DE LIXO: No mês de maio deste ano, nossa equipe de reportagem foi acionada para verificar uma denúncia feita por moradores que residem às proximidades de um terreno pertencente ao 8º Batalhão de Engenharia de Construção (BEC), localizado entre as avenidas Turiano Meira, Castelo Branco e Curuá-Una, no bairro da Interventoria, que está se transformando em lixão a céu aberto. Lixo, mato e lama tomam conta do local. A preocupação dos moradores fica por conta da grande quantidade de urubus que se concentram no local devido ao acúmulo de restos orgânicos, no lixão, dentro do terreno do BEC. Ratos e animais peçonhentos atraídos pelo lixo também geram desconforto em centenas de famílias que residem no local.
Por conta do abandono, no mês de outubro do ano passado centenas de famílias invadiram o terreno alegando que não tinham casa para morar. Passado oito meses da retirada dos ocupantes, o mato toma conta da área, onde famílias que residem próximo, afirmam que é comum o lugar ser usado para consumo de drogas e prostituição.
Além do terreno da Turiano Meira, outras áreas de terras da União, localizadas na zona urbana de Santarém estão abandonadas. Entre os terrenos da União, segundo histórico da Coordenadoria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano (CHDU), na época do governo militar, a área no bairro Interventoria, na avenida Turiano Meira, foi cedida pelo Município ao Exército para a construção de um quartel e, como nada foi construído, gerou uma série de problemas para a comunidade, virando depósito de lixo, esconderijo de marginais e matagal.
“Fizeram uma limpeza parcial no ano passado, mas agora os cenários são diferentes nesse local. Há pessoas de outros bairros que jogam lixo aqui. Com a coleta regular, já jogavam lixo. Agora, com a coleta irregular, colocam mais lixo ainda”, afirmou o morador José Almeida.
Muitas pessoas sugerem que a Prefeitura construa campos de futebol nessas áreas abandonadas. “Estão acabando os campos de futebol. Seria o momento de construir os campos aqui pra lazer, tirar essa rapaziada dos vícios das drogas e de gangues”, explicou um morador.
LIXÃO DE PEREMA: O elevado nível de contaminação de mananciais localizados no entorno da rodovia Santarém/Curuá-Una (PA-370) levou um grupo de lideranças de comunidades próximas ao local a pedir a desativação do Lixão de Perema. O comunitário João Batista de Oliveira, da comunidade Perema e membro do “Movimento Fora Lixão, em defesa água e da vida” informou, que a comunidade está propondo à Prefeitura de Santarém que ofereça ajuda para preservar o meio ambiente. Segundo ele, os Igarapés do Urumari e do Miritituba estão pedindo socorro, devido a poluição e a contaminação provocadas pelo Lixão instalado na área. Para Francinon Linhares, são 12 comunidades afetadas com os problemas causados pelo Aterro, que se localiza cerca de 200 metros da nascente do igarapé do Miritituba. Joilson Vasconcelos dos Santos, da comunidade do Bom Jardim, disse que a única solução é a retirada do Aterro daquela localidade, tendo em vista, a situação. Com o intuito de buscar soluções para o problema, um grupo de vereadores, no mês de abril deste ano, visitou o Lixão de Perema, no quilômetro 14, da Rodovia Santarém/Curuá-Una. O vereador Silvio Amorim (PRTB), que é presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, disse que os vereadores observaram, na época, o erro do projeto que originou o Lixão que está no Perema. Trata-se de um erro antigo que não se consegue corrigir de uma hora para outra. No entanto, os poderes competentes precisam tomar medidas mesmo que sejam paliativas para amenizar a situação que afeta diversas comunidades no entorno do Lixão.
O secretário Municipal de Planejamento, Nélio Aguiar, que participou da visita ao Lixão informou, que em reunião realizada em 31 de março de 2014, com a participação dos secretários municipais de Meio Ambiente, Infraestrutura, Agricultura, OAB e lideranças comunitárias do entorno do Perema foram firmadas ações de infraestrutura do Aterro, que estão sendo feitas e devem ser concluídas por esses dias.

Fonte: RG 15/O Impacto

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