Número de peixes pesquisados no Xingu aumenta 250%

Pacu-capivara estava ameaçado de extinção
Pacu-capivara estava ameaçado de extinção

Novo laboratório da UFPA, entregue pela Norte Energia em junho de 2014, ampliou de 130 para 460 as espécies pesquisadas. Resultados incluem novos registros no rio Xingu de espécie tida como ameaçada, o pacu-capivara.
O Laboratório de Ictiologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Altamira aumentou em 250% o número de espécies de peixes pesquisadas na região do Xingu no último ano. Segundo o seu coordenador, Leandro Melo de Souza, desde a inauguração do laboratório, entregue à universidade pela Norte Energia em junho do ano passado, o número de espécies colhidas para estudos passou de 130 para cerca de 460, e o numero de exemplares pesquisados saltou de dois mil para aproximadamente 40 mil.
“Esse salto mostra o quanto o novo laboratório ampliou os estudos sobre a imensa diversidade de peixes nos rios da região Transamazônica. Antes desse prédio, não tínhamos um espaço adequado para pesquisar e armazenar as espécies colhidas durante as visitas de campo, por isso, a produção da nossa pesquisa era realizada em escala bem menor”, afirma Souza.
O espaço destinado à pesquisa da fauna aquática da região do Xingu ganhou mais pesquisadores e o reforço da estrutura física e de equipamentos. Com os recursos recebidos do convênio com a concessionaria da Hidrelétrica Belo Monte, a universidade garantiu a contratação de mais 10 bolsistas, o que possibilitou mais agilidade no trabalho de identificação e catalogação das espécies.

Laboratório de Ictiofauna da Universidade Federal do Pará
Laboratório de Ictiofauna da Universidade Federal do Pará

Padrões internacionais – Entre os exemplos de espécies catalogadas a partir da instalação do laboratório está o peixe Pacu-capivara, classificado até pouco tempo como uma espécie ameaçada de extinção. “Diferentemente do que se imaginava, os estudos sobre o Pacu-capivara mostraram que eles não habitam apenas a Volta Grande do Xingu, mas que a espécie também é encontrada na parte do alto rio Xingu e, portanto, não corre risco de extinção, como se apontava antes”, explica o coordenador.
Orçado em torno de R$ 2 milhões, o laboratório conta com salas de estudos, área de triagem, acervo de pesquisa, sala de reuniões, escritório de visitantes, dormitório, almoxarifado, copa e cozinha. Construído dentro dos padrões internacionais, o espaço tem funcionado como um importante instrumento para o Mestrado de Biodiversidade e Conservação Ambiental da UFPA no município.
O laboratório integra os investimentos do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Norte Energia e o Ministério da Pesca e Aquicultura para promover o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do pescado na região do Xingu. Em três anos, a empresa vai destinar R$ 22 milhões para criar condições de trabalho e acesso a mercados de consumo – em investimentos que podem chegar a R$ 40 milhões. Serão desenvolvidos projetos como a implantação, em Altamira, do Centro Integrado de Pesca Artesanal (Cipar) e a reforma e construção das sedes das colônias de pescadores de Altamira, Vitória do Xingu, Anapu, Senador José Porfírio, Porto de Moz e Gurupá.
Fonte: RG 15/O Impacto e Stefany Bragança

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