UFOPA: Greve dos professores prejudica acadêmicos

Universitários perderam quase um semestre de aula, por conta da greve dos educadoresamianto
Universitários perderam quase um semestre de aula, por conta da greve dos educadoresamianto

Após quatro meses de greve, os professores da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) em decisão realizada em Assembleia, resolveram retornar às suas atividades normais dentro da Universidade e seus Polos. Acontece que esse período demasiadamente longo de greve prejudicou em muito todos os acadêmicos, especialmente aqueles que estavam próximos da conclusão de suas graduações. A greve ficou para trás, mas, também, deixou frustrados aqueles estudantes que tinham esperança em buscar uma oportunidade no mercado de trabalho, ou quem sabe, uma oportunidade de prosseguir os estudos com uma pós-graduação.

“Realizamos muitos sacrifícios para conseguirmos estar aqui na UFOPA, com o sonho de poder concluir um Curso Universitário. Infelizmente temos nossas esperanças jogadas no chão. Sei que temos dificuldades, e a Universidade precisa melhorar a sua estrutura. Porém, eu não entendo que pessoas que são educadoras não tenham bom senso de saber o momento de dialogar, pensar no coletivo, no social. Penso que o papel social da UFOPA na região é muito maior que as revindicações que outrora serviu de base para o início da greve. Por que um movimento grevista que fez a gente perder um semestre não foi encerrado juntamente com o movimento de outras Universidades Federais? As revindicações poderiam ser realizadas em uma mesa de negociações paralelas às atividades acadêmicas, sem prejudicar os estudantes”, desabafa uma Universitária da UFOPA.

Os universitários perderam quase um semestre de aula, por conta da greve dos educadores, que demonstraram total falta de compromisso com a educação e uma enorme falta de ética profissional de uma grande maioria d’aqueles que, juraram formar cidadãos para o futuro de uma sociedade moderna e globalizada.

PASSIVO NEGATIVO: Com um semestre perdido, os coordenadores da Universidade já trabalham com o objetivo de buscar uma adequação do calendário, para que os estudantes possam retornar às salas de aula. Porém, mesmo com fim do movimento grevista, os acadêmicos e a UFOPA acabam tendo maiores dificuldades que antes da greve ter iniciado. Entre o passivo, encontra-se, além de um semestre todo pedido, a paralisação de projetos de pesquisas e extensão, e também de obras e reforma de prédios da instituição que também terão que ter revisto seus cronogramas.

NOTA DA UFOPA: Embora o fim da greve tenha sido definido, alunos só devem retornar após aprovação do calendário de reposição das aulas.

Em assembleia realizada na tarde de segunda-feira, 19 de outubro, na Unidade Rondon do Campus de Santarém, professores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) decidiram encerrar a greve. Na ocasião, a data definida para o término do movimento foi 26 de outubro, próxima segunda-feira. Mesmo com o fim da greve, estudantes só devem retornar após aprovação do calendário de reposição das aulas, que será debatido em reunião entre Conselho Universitário, Sindufopa e professores.

Em nome da Reitoria, o vice-reitor Anselmo Colares fez a leitura de uma mensagem assinada por ele e pela reitora Raimunda Monteiro. Na mensagem, a Administração Superior da Ufopa reitera “a importância das discussões feitas neste período de paralisação, considerando que acumulamos entendimentos relevantes para a Universidade e para a organização dos professores […]. As pautas apresentadas pelas categorias também ajudaram a identificar onde a comunidade tem sentido as principais dificuldades da Universidade e vão servir como indicativo para priorização de encaminhamentos”.

Para o vice-reitor Anselmo Colares, o fim da greve por meio de diálogo representa a construção de um ambiente sólido entre as partes. “O momento é importante para todos. Para os colegas professores fica a conquista de uma história de luta. Não queremos que todo movimento realizado até agora se perca, mas que esse diálogo continue”.

O presidente do Sindicato dos Professores da Ufopa (Sindufopa), Amadeu Cavalcante, esclareceu que o diálogo com a Reitoria da Ufopa irá continuar para fechamento de pautas locais, mas que “nenhum professor deve sair da greve com ar de derrota, mas de conquista, porque tivemos uma história de luta e com resultados que devem ser levados em conta como positivos”.

A votação que decidiu pelo fim da greve foi executada após exposição sobre “Impactos dos cortes orçamentários nas atividades da Ufopa”. A apresentação dos cortes foi feita pelo pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da Universidade, Clodoaldo dos Santos, sendo esta uma das condições alinhadas com a Reitoria, em encontro anterior, para a suspensão ou não da greve.

REPOSIÇÃO: O calendário de reposição das aulas que deixaram de ser ministradas no período de suspensão das atividades acadêmicas deve ser discutido ainda no mês de outubro, entre professores, Sindufopa e membros do Conselho Universitário. Após a aprovação do documento é que será marcada data para retorno dos acadêmicos. A Reitoria da Ufopa assegura que nenhum estudante sairá prejudicado por causa da greve.

Por: Edmundo Baía Junior

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