RIBEIRINHOS ESTÃO BEBENDO ÁGUA BARRENTA E CONTAMINADA
O verão forte e prolongado fomenta a propagação de incêndio nas matas e campos de várzea. Como conseqüência, o fenômeno das queimadas está causando transtorno aos produtores rurais. Imensas áreas estão assoladas e destruídas. Tanto nas áreas de várzea, como em terra firme.
Em detrimento desta situação atípica, centenas de famílias ribeirinhas estão praticamente isoladas. Além dos prejuízos sem precedentes, o sofrimento é desolador. Os rios e lagos estão rasos, e por sua vez, continuam secando, provocando mortes de centenas espécies aquáticas, crustáceos e peixes. A dura realidade é que a escassez de água também começa a causar problemas aos animais: bovinos, bubalinos, eqüinos, ovinos, etc. Ocorre que as pastagens nos campos naturais estão deficientes, ocasionadas pela falta de chuva.
Outra situação no ponto de vista de calamidade pública volta para as comunidades de Iramduba, Costa da Madalena e Ourives, município de Curuá Oeste do Pará. Para se ter dimensão desta lamentável realidade, os comunitários estão consumindo água com lama. Como se não bastasse, esse desprezo por parte das autoridades, as pessoas têm que caminhar quilômetros para conseguir um recipiente de água contaminada às margens do Rio Amazonas para consumir.
Destarte, para chegar às localidades supramencionadas, torna-se um verdadeiro martírio, cujo acesso é muito difícil até os municípios mais próximos de Curuá, Alenquer e Óbidos, levando horas para chegar ao destino final. Em resumo, as queixas e reclamações são muitas. No que tange a socorro por parte das autoridades, estas continuam insensíveis, pois até a presente data, não foi feito absolutamente nada para minimizar tanto sofrimento, de natureza calamitosa.
Um comunitário que não quis seu nome revelado, com medo de represália, disse que todos os dias aumentam assustadoramente os problemas de saúde, em crianças e idosos. Salienta, na oportunidade, que, além do problema de escassez e falta de tratamento de água potável, não existe assistência médica.
VIOLÊNCIA: infelizmente o município de Curuá continua carente de muitas demandas. Ainda não existem escolas profissionalizantes para jovens, instituições de ressocialização para menores, casas de detenção, Ministério Público, Defensoria Pública e Judiciária. Por tais carências, é grande a incidência de violência praticada por menores infratores. Em certas ocasiões, as polícias Civil e Militar ficam cerceadas de fazer os procedimentos legais com menores infratores, por falta de infraestrutura. As autoridades devem fazer alguma coisa. Pois a violência em Curuá, praticada por menores de idade, está chegando a patamares intoleráveis.
POLÍCIA: No último final de semana, a Polícia voltou ter problemas com a juventude. Desta vez trata-se de uma apreensão de um menor portando dois revólveres, até o bico de munição, em poder de E. P. S. A guarnição estava chefiada pelo Cabo De Lima, Soldado Gualberto da Polícia Militar e a investigadora Érica da Polícia Civil. Como o adolescente tem 17 anos, após os procedimentos “especiais” que determina o Estatuto da Criança e Adolescente – ECA o mesmo foi colocado em liberdade. Isto é, mesmo imputado em crimes de furto, porte ilegal de arma e ameaça, ainda usufrui das benesses da Lei. É mole quer mais!
PARADÓXO: Em tese, a lei brasileira que protege o menor foi criada para proteger a integridade física e psicologia da criança e do adolescente. Neste contexto, seria uma boa idéia se não fosse uma faca de dois gumes, e/ou que o tiro não tivesse que sair pela culatra. Moral da história, quando os: gangueiros, galerosos, tatuados, que não respeitam: pai, mãe, professor e a sociedade como um todo, perceberam que a lei era melzinho na chupeta, passaram, a ser aviãozinho, encher a cara de cachaça, usar droga, roubar, furtar, estuprar, assaltar. Isto tudo, pela égide de que nada de mal poder lhe acontecer. Isso significa que por analogia o jovem poder construir família, ter filhos, ser delinquente, decidir pelo futuro do Brasil através do voto, mas não pode ser preso. Isso indiscutivelmente é inversão de valores, banalidade e uma pouca vergonha. Nossos legisladores devem tomar uma atitude. E os que são contra a redução da menor idade, devem ser solidários com as vítimas desta bandidagem. No meu entendimento, quem é contra a mudança da lei é: utópico, antológico, sensacionalista, saudosista, demagogo e apológico. Ou nunca foi vítima do sadismo voraz e desumano de um doente psicótico.
