Gonorreia pode se tornar uma doença incurável, alerta médico britânico

Neisseria gonorrhoeae, bactéria que transmite a doença
Neisseria gonorrhoeae, bactéria que transmite a doença

A gonorreia pode se tornar uma doença incurável, alertou o diretor médico britânico Dame Sally Davies, que escreveu a todos os clínicos gerais e farmácias para garantir a prescrição correta dos medicamentos após o surgimento de uma “super-gonorreia”, informou a BBC. A advertência ocorre diante das preocupações de que alguns pacientes não estavam recebendo a quantidade necessária de antibióticos.
“A gonorreia está em risco de se tornar uma doença incurável, devido ao surgimento contínuo de resistência antimicrobiana”, escreveu Davies na carta que também é assinada pelo farmacêutico-chefe Keith Ridge.
Segundo médicos especializados em saúde sexual, a gonorreia rapidamente desenvolveu resistência ao tratamento com azitromicina diante do tratamento incompleto. Este antibiótico é normalmente usado juntamente com outro medicamento, a ceftriaxona. No entanto, alguns pacientes não estão recebendo a medicação combinada para tratar a doença, mas sim só uma das drogas.
O recente surto da patologia chamou a atenção da comunidade médica, causando preocupação nas autoridades de saúde britânicas desde o início do ano. A primeira ocorrência da super-gonorreia aconteceu em março, na cidade de Leeds. Depois disso, casos já foram registrados em Macclesfield, Oldham e Scunthorpe. Os dados revelam ainda que todos os pacientes detectados até agora são heterossexuais.
Ano passado, cerca de 35 mil casos de gonorreia foram registrados na Inglaterra, na maioria dos casos em pessoas de menos de 25 anos. A doença é a segunda infecção bacteriana sexualmente transmissível mais comum no Reino Unido, após a clamídia. Os pacientes infectados podem experimentar corrimento ou dor ao urinar, mas cerca de 10% dos homens e quase metade das mulheres não sofrem quaisquer sintomas. Se não for tratada corretamente, a patologia pode levar à infertilidade ou septicemia, em casos raros.
Fonte: O Globo

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