Decadência no setor madeireiro compromete atividade no sudoeste do Pará

Floresta Amazônica
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Surge a Patauá Florestal SPE, empresa genuinamente constituída em Moraes Almeida para inovar e implementar o desenvolvimento sustentável do setor da base florestal na região. A reportagem do jornal O Impacto esteve no escritório da empresa em Moraes Almeida e entrevistou sua administração, que ressaltou a importância da Patauá Florestal para garantia de fornecimento vultoso de matéria prima florestal de origem legal para fomentar a atividade madeireira. Veja a entrevista:

Jornal O Impacto: Uma análise da deterioração no setor madeireiro na região?
ADM PATAUÁ: Estamos saindo de um processo da implantação dessa nova política florestal para sua efetivação. Essa transição foi morosa e nesse período o setor tem enfrentado grande dificuldade para sua sobrevivência. A gestão de florestas públicas demorou muito a ser implantada e dar viabilidade a sua adesão. Existe uma grande dificuldade do setor de não ter áreas privadas para manejar, pois a regularização fundiária está emperrada. Nesse tempo, muitos por questão de sobrevivência tiveram que operar na ilegalidade. E temos de reconhecer que parte do setor está demorando a perceber que se quiser continuar na atividade tem que se adaptar a essa nova realidade. E isso não se deve ao temor por operações de fiscalização, pois esta, a curto prazo, será de forma esporádica e pontual, pois pelas ferramentas de controle e monitoramento que os órgãos fiscalizadores dispõe não será mais necessário irem a campo. Essa adaptação se deve principalmente as exigências de mercado, pois esse exige garantia que a madeira utilizada em determinado produto é oriunda de um processo produtivo manejado de forma ecologicamente adequada, socialmente justa e economicamente viável, e no cumprimento de todas as normas reguladoras. Muitas empresas, principalmente importadoras de madeira, estão fazendo diligências a campo da exploração florestal para verificar o efetivo cumprimento de todos os regulamentos e da legislação vigente vinculada a atividade, e, que possivelmente em breve as grandes empresas que atuam no mercado interno se estenderão a essa prática.
Jornal O Impacto: Como surgiu a Patauá Florestal SPE no distrito de Moraes Almeida?
ADM PATAUÁ: A Patauá surgiu como uma alternativa para suprir matéria prima de produto florestal de origem lícita para atender a demanda do setor, sobretudo, pela falta de áreas privadas regularizadas com potencial produtivo para implementar novos planos de manejos florestais sustentáveis, tornando-se uma necessidade do setor da base florestal de se adaptar as novas políticas florestais, principalmente utilizar a alternativa da dinâmica promovida pela lei federal 11.284/2006 que é a lei de gestão de florestas publicas.
Jornal O Impacto: Qual objetivo da Patauá?
ADM PATAUÁ: O objetivo da Patauá Florestal é de se adequar a melhor forma em praticar o manejo florestal sustentável e a exploração dos produtos florestais obtidos de concessões de florestas públicas, fornecer estes produtos para as indústrias da base florestal possibilitando o desenvolvimento sócio econômico da região.
Jornal O Impacto: De onde vem o apoio para execução desse trabalho da Patauá em Moraes Almeida?
ADM PATAUÁ: A Patauá é uma empresa formada por empreendedores locais que já atuam no segmento da atividade da base florestal, que com o advento da Lei de Gestão de Florestas Públicas vislumbraram uma nova era no setor e que sentiram a necessidade de se adequar a política florestal junto ao processo evolutivo de novas normas e técnicas utilizadas no manejo florestal, proporcionando a melhor utilização dos recursos florestais, garantindo a sustentabilidade econômica e ambiental. Em consonância a essa disposição planejou-se a participação na licitação da concessão da Floresta Nacional de Altamira, onde fomos vencedores da licitação de duas unidades de manejo florestal, a III e a IV, que totalizam uma área total de 209.850,0 mil hectares, contratadas para manejar pelo período de 40 anos, atendendo aos princípios da boa prática do manejo florestal, socialmente justo, onde neste prazo teremos o fornecimento abundante de matéria prima de origem legal para indústrias da base florestal da região.
Jornal O Impacto: Qual aceitação das indústrias madeireiras com esse projeto?
ADM PATAUÁ: Percebe-se uma grande receptividade e expectativa que nosso projeto incremente as atividades das indústrias. Devido a grande disponibilidade de matéria prima legalizada a que teremos em decorrência da exploração florestal das áreas nos concedidas, poderemos atender muitas outras indústrias além daquelas que compõe o quadro societário da Patauá.
Jornal O Impacto: Para aqueles que não conheciam esse projeto e que quiserem participar, o que é preciso?
ADM PATAUÁ: O quadro societário da Patauá é formado por cinco empresas madeireiras que atuam basicamente na serragem de madeira e seu beneficiamento. Somente essa situação já nos está fazendo buscar empresas da atividade de faqueados e laminados para serem nossos parceiros. Como a área nos concedida é de tamanho considerável, gerando assim vultoso volume a ser extraído, haverá um excedente de madeira destinada a serra e queremos esse a fornecer a terceiros interessados que venham a contribuir com o desenvolvimento econômico e social, a fomentar geração de emprego e renda, que para isso é primordial a instalação do seu parque fabril na região de influência da Flona de Altamira, preferivelmente que seja em Moraes Almeida. Nosso plano de ação social também abrange a vir firmarmos acordos de parcerias de cooperação com as comunidades tradicionais situadas na área de entorno da respectiva concessão para exploração de produtos florestais não madeireiros. Mas ressaltamos que somente forneceremos nossos produtos para aquelas indústrias madeireiras que se qualificarem e se comprometerem a trabalhar atendendo os preceitos do objetivo da empresa concomitante as normas que regulam a atividade.

UNIDADES DE MANEJO FLORESTAL CONCEDIDAS A PATAUÁ FLORESTAL SPE
UNIDADES DE MANEJO FLORESTAL CONCEDIDAS A PATAUÁ FLORESTAL SPE

Jornal O Impacto: Como esta o andamento das atividades da empresa?
ADM PATAUÁ: Ainda estamos em fase de planejamento das atividades, pois assinamos os contratos de concessão no dia 28/04/2015, e para iniciar a exploração florestal existe toda essa fase preparatória, como elaboração e encaminhamento dos Planos de Manejo Florestal Sustentável ao órgão licenciador, nesse caso o IBAMA, onde temos o PMFS da unidade IV já aprovada e da III prestes a ser aprovada, a realização de estudos para implantação do primeiro plano de operação anual, onde da unidade III está concluído e a da IV prestes a concluir, com previsão da aprovação destes pelo IBAMA deva ocorrer no fim do primeiro semestre de 2016, na estrada principal de acesso as unidades já reformamos todas as pontes e bueiros, mas teremos ainda de reabri-la e fazer a recuperação de seu leito de rodagem, temos ainda a fazer a construção de alojamentos, refeitório entre outros, treinamento de pessoal a ser recrutado para exercer as atividades da exploração. Até o presente nossa programação está de acordo ao cronograma que estabelecemos, e a expectativa é muito boa para que começarmos a exploração florestal no segundo semestre de 2016.
Jornal O Impacto: Para aqueles que queiram trabalhar em parceria e não conhecem o projeto da Patauá?
ADM PATAUÁ: A Patauá sempre estará a disposição em esclarecer, prestar informações de forma transparente para vir a firmar parceira de interessados que queiram trabalhar dentro da legalidade cumprindo as exigências vigentes, e principalmente visando o desenvolvimento sócio econômico de nossa região.
Fonte: RG 15\O Impacto

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