Covardes

Agnaldo Rosas
Agnaldo Rosas

No dia 14 de junho de 2013, após ser levado por PMs para a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) localizada no Alto da rocinha, comunidade da zona sul do Rio de Janeiro, sob suspeita de saber onde traficantes locais escondiam armas e drogas, Amarildo desapareceu.
Manifestações em todo o País eclodiram e a população com cartazes em punho perguntava: Cadê o Amarildo?
Os PMs, sob o comando do major Edson Santos, disseram que o haviam liberado, mas nenhuma testemunha viu Amarildo depois de ele ter supostamente deixado a UPP.
Polícia Civil e o Ministério Público passaram, então, a investigar o caso.
Durante as investigações, duas pessoas disseram que o major Edson Santos teria obrigado uma mulher a dizer ao Ministério Público que o ajudante de pedreiro era vinculado ao tráfico e que um traficante teria matado ou ordenado a morte de Amarildo.
Um dos policiais militares, que junto com outros, foram obrigados a ficar dentro de contêineres, e que não participaram da ação criminosa, contou que ouviu as seguintes palavras proferidas por Amarildo: “Não, não. Isso não. Me mata, mas não faz isso comigo!”.
As investigações concluíram que Amarildo foi torturado até a morte atrás de contêineres onde funcionava a UPP, e 25 (vinte e cinco) policiais militares foram denunciados.
Após seis meses de buscas pelo corpo, a Justiça decretou a morte presumida de Amarildo.
Dois anos e sete meses depois, saiu a primeira sentença, e 08 (oito) PMs foram condenados pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver, fraude processual e exclusão dos quadros da Polícia Militar.
Ao major Edson Raimundo dos Santos foi dada a maior pena: 13 anos e sete meses de reclusão em regime inicialmente fechado.
As investigações sobre o destino do corpo de Amarildo ainda prosseguem.
Cadê o corpo do Amarildo, seus covardes?

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