Informe RC

NO ALVO ERRADO- I – Artigo do jornalista J. R. Guzzo (revista Veja):

“Já virou um procedimento de rotina para o ex-presidente Lula e todo o seu sistema de apoio, nessa miserável cachoeira de suspeitas que não param de jorrar em torno dele. Em vez de apresentar um mínimo de fatos capazes de atestar que é um homem decente, e afastar pelo menos o grosso das desconfianças que construiu em torno de si próprio, o principal líder político do Brasil se escondeu de novo. Deveria, na semana passada, responder a algumas perguntas num fórum criminal de bairro em São Paulo_ coisa que qualquer cidadão com a vida em ordem seria capaz de fazer sem o menor problema. Mas não. De tudo o que podia fazer de ruim, escolheu o pior: simplesmente não foi ao interrogatório, aproveitando-se de um desses truques burocráticos que a Justiça brasileira oferece a toda pessoa que tem dinheiro, influencia e advogados suficientes para impedir que a lei se aplique a ela. Por que não foi? Pelo mesmo motivo, exatamente, que o manteve de boca fechada, até agora, em relação a tudo o que vem sendo dito sobre sua conduta: não consegue dar, nem com a assistência dos mais distintos criminalistas do país, uma única resposta que possa ser levada a sério sobre os benefícios pessoais inexplicáveis que vem recebendo de empreiteiras de obras públicas.

NO ALVO ERRADO- II

Resolve alguma coisa? Não resolve. As perguntas só irão embora no dia em que forem respondidas. Lula, o PT e o seu mundo ganharam mais algum tempo; em compensação, o ex-presidente vai tornando cada vez mais indiscutível sua reputação como homem que foge da raia. Parece que estão tentando botar de pé, na sua usina de marketing, a imagem de Lula como um novo “Cassius Clay”, o boxeador que passou nas cordas toda uma de suas lutas mais célebres_ até reagir e mandar o seu adversário para a lona. Há um problema complicado com essa comparação: Cassius Clay só ganhou porque compareceu ao ringue no dia marcado para a disputa. Mas a regra número 1 para Lula é sumir: em vez disso, acusa os adversários. Neste último episódio, sua tropa falou de “linchamento”, tentativa de “impedir” sua candidatura à Presidência em 2018, guerra da elite ao seu “legado” e o resto da ladainha de sempre. É como se Clay, em vez de subir no tablado, ficasse xingando George Foreman lá no meio da plateia. Parecem ter esquecido que não estão numa campanha eleitoral, e sim diante da Justiça penal_ não adianta enganarem o eleitorado, pois quem precisa acreditar no que dizem é o juiz. Estão atirando no alvo errado. A fuga permanente de Lula não chega a piorar sua imagem junto aos milhões de brasileiros que, já faz muito tempo, desistiram de acreditar nele.

NO ALVO ERRADO- III

Seu problema, a partir de agora, parece ser com os outros milhões que são seus eleitores, simpatizantes e irmãos de fé_ essa multidão de gente sem rosto, sem nome e sem triplex que vota nele, briga por sua reputação e não ganha nada com isso. Lula sempre achou que esse povo engole tudo; tem uma credulidade e uma paciência sem limites. Vai continuar assim para sempre? Diante das perguntas a que seu líder não responde, talvez comece a perder o interesse em ouvir Lula falando pela milésima vez no “legado”, no “operário” que cuida dos pobres, na boa fortuna que trouxe a eles. Pode estar se enchendo com as histórias de que Lula é importante para “o futuro do mundo”, ou que a “elite” inventa todas as acusações contra ele. Tudo bem, mas não é isso que essas pessoas estão perguntando hoje, nas viagens de três horas até o trabalho ou na procura do emprego que perderam. Querem saber, a troco de que empresas pagam reformas caríssimas no sítio que Lula “frequenta” _ um lugarzinho meia-boca, segundo diz agora o seu estado-maior, mas que para 99% dos brasileiros é um sonho que não vai se realizar até o fim da sua vida. Por que manda para um sítio que não é dele uma mudança com 200 caixas? Por que lhe pagam uma cozinha de 130 000 mil reais do que vale uma casa inteira no Brasil real? Por que a empresa de telecomunicações que ganhou do ex-presidente um favor “top de linha” instalou uma torre de celular ao lado do bendito sítio? Por que seus filhos moram de graça? Por que sua vida é cercada pelos quatro cantos por empreiteiras de obras públicas_ e estaria certo Lula receber tanto dinheiro delas? Lula vem fracassando dia após dia na batalha para mostrar que não está escondendo nada, como acaba de comprovar mais uma vez com sua recusa em responder a perguntas do promotor público. O que pretenderia, então? Passar assim o resto da vida?”

SITUAÇÃO ESTRANHA

Comum, a presidente Dilma, sair de Brasília para ir a cidades, inaugurar e entregar 400, 500… casas populares do programa federal Minha Casa Minha Vida, embora no futuro, como esta acontecendo no presente, venha a dar dor de cabeça à Caixa Econômica, Prefeitura e comprador. Em Santarém, muitos estranham que das 3.081 unidades construídas no Residencial Salvação, na Fernando Guilhon (uma pequena cidade) há 4 anos em construção, nenhuma foi entregue a uma família candidata a casa própria. As motivações são variadas, a mais comentada é das dificuldades encontradas pela construtora, em dar vazão das águas servidas e das chuvas, nesta época invernosa, onde maioria dos imóveis é alagada, o que pode ocasionar desistências. Recente, o prefeito Alexandre Von, bateu às portas da Secretaria Nacional de Habitação, em Brasília, mostrando a necessidade de liberar recursos para construção de escolas, creches, unidade básica de Saúde e outros próprios necessários a servir aos residentes do conjunto. Sem isso, entregar as casas para serem habitadas, é uma temeridade. Como nos arredores das casas está tomado de invasores, o medo de muitos é que a área se transforme em favelas, sendo, em breve, o maior antro de bandidagem do interior do Pará.

HOMENAGEM AOS MORTOS

No Maranhão, o governador Flávio Dino “PCdoB”, início do ano assinou decreto, retirando de vias públicas, estradas, pontes e pequenos campos de pouso e próprios, o nome de pessoas vivas e ex-presidentes (Castelo Branco, Garrastazu Médice e Arthur da Costa e Silva), acusados de violarem direitos humanos, substituindo de imediato por pessoas falecidas e conhecidas dos vivos. A Constituição proíbe esse tipo de homenagem, só que não obedecem. O Maranhão estava tomado pelo sobrenome do ex-presidente José Sarney, da filha, ex-governadora Roseana, de ex-senadores, como Edison Lobão, João Alberto Linhares e outros ligados ao clã do babalorixá, ainda exercendo atividades políticas. Tudo o que era feito com dinheiro público federal, levava o nome Sarney e seus prepostos, marcando um domínio político de quase 60 anos. O prefeito Alexandre Von devia fazer o mesmo em Santarém, onde no centro da cidade leva o nome de nacionais desconhecidos da população, sem nenhum serviço prestado ao município, deixando no esquecimento santarenos ilustres como Benedito Cota Guimarães, Santino Sirotheau Correa, Sílvio Braga, Cléo Bernardes, Elias Ribeiro Pinto e outros, ainda vivos na memória do povo.

EXEMPLO A SER SEGUIDO

No Brasil, levantamento feito junto a Justiça Eleitoral, mostra que desde as eleições municipais de 2012 pra cá, um prefeito deixa o cargo a cada 8 dias. Pouco, quando existe próximo a 6 mil prefeituras. Isso sem contar com os que são presos e cassados por avançarem nos recursos federais do SUS, FUNDEB e licitações fraudulentas. No oeste paraense, poucos dos que metem a mão são punidos, e quando são, pelo TRE-PA, conseguem junto a ministros plantonistas do TSE em Brasília, liminares graciosas e caras, como a de Belterra, para continuarem no cargo. Em Alenquer, onde o prefeito Flávio Marreiro foi afastado, o competente Juiz, Gabriel Veloso, por solicitação do Ministério Público Estadual, determinou, acertadamente, o bloqueio de 60% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e 78% do FUNDEB, para garantir o pagamento dos servidores públicos municipais até o 5º dia do mês subsequente, como determina a Constituição. Se todos os magistrados agissem como o de Alenquer, acabaria com a ladroagem nas prefeituras. Que pelo menos, na região, o exemplo seja seguido.

NO BRASIL É DIFERENTE

Em Israel, mês de janeiro, o Superior Tribunal, condenou um ex-premiê (2006/2009) de 70 anos, a 18 meses de prisão, acusado de ter permitido a construção de edifícios de apartamentos em pedras sobre uma colina. Em Taiwan, em fevereiro, o presidente de uma empresa de construção e 2 engenheiros, responsáveis pela edificação de um prédio de 17 andares, que desabou, ocasionando 39 mortes, foram presos e vão responder processos por homicídio culposo, enquanto a polícia investiga se houve uso de material de baixa qualidade na construção. No Brasil, isso não acontece. Ex-presidente da República, se envolve em escândalos financeiros com empresas acusadas pela Justiça e Polícia Federal, de corrupção, desabam viadutos, pontes em concretos, barragens, como a do rio Tinto, em Minas Gerais, num dos maiores desastres ambientais do mundo, ninguém é preso. A Petrobrás foi assaltada, por 11 anos, de onde levaram dezenas de bilhões de dólares, por partidos e parlamentares com mandatos, ainda estão livres e soltos, jurando inocência, como se nada tivesse acontecido. Ladrão de galinha e pobre basta ser acusado: vai direto pro xadrez.

PARA ONDE VAMOS?

O Brasil deve estar passando um de seus piores momentos. Economia no fundo do poço, inflação corroendo ganhos e salários, próximo de 10 milhões de desempregados e a corrupção quase oficializada por lei, arraigada nos órgãos federais desde o inicio do governo Lula (2003), “o pai da criança”, ao da atual presidente que recebeu de seu antecessor o bonde andando. Diariamente, canais de TVs divulgam descobertas de gatunagem contra os cofres da União. Ninguém vai preso, a não ser os envolvidos no assalto a Petrobrás, por partidos e políticos com mandatos, que vão ser julgados pelo Supremo, onde bilhões de dólares foram desviados, e que graças ao Ministério Público, Polícia Federal e Justiça Federal do Paraná, estão sendo apuradas pela Operação Lava Jato, com dezenas de condenados e outros aguardando condenação, todos presos. Triste, é que pela 1ª vez na história do país, um ex-presidente, que diz ter a alma mais honesta do mundo, se envolve, levando toda a família, com empresários corruptos, a troco de vantagens pessoais, e tenta impedir que seja investigado, pensando ainda ser candidato à presidente.

ATOS E FATOS

_VAI NAUFRAGAR_ Do grande jurista, Ives Granda Martins, acerca do governo federal: “todos nós estamos fadados a acompanhar o governo Dilma em dramático naufrágio ao som da sereníssima orquestra do Titanic”. _DERRETENDO_ Do novo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no seu discurso de posse em Brasília: “a economia do país, derrete. E a única coisa que se vê são autoridades tentando salvar seus próprios mandatos. Todos estão pensando em si mesmos e ninguém pensa na Nação, que parece uma nau em deriva”. _ OCUPADA_ Do presidente do PT nacional, sobre a ausência da presidente nos festejos de aniversário de fundação do partido, para a qual não foi convidada: “ela estava muito ocupada”. _ NÃO SAI_ O muito enrolado presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha “PMDB-RJ”, afirmou que mesmo que o Supremo Tribunal Federal aceite a denúncia do procurador geral da República, pedindo seu afastamento do cargo: “eu não renuncio nem virando réu”. _PROMETE ABRIR O BICO¬¬_ Do ainda senador do PT, Delcídio do Amaral, depois de passar 3 meses preso em Curitiba, hoje em regime domiciliar, por determinação do Supremo com aval de seus colegas, por arquitetar fuga de um preso e desqualificar os trabalhos da Lava Jato: “se cassarem o meu mandato, levo metade do Senado Federal comigo”. _DOENTE NA UTI_ Do senador Cristovam Buarque analisando o fracasso da companheira Dilma: “o PT se autoassassinou e o governo está em fase terminal”. _DINHEIRO DO TRABALHADOR_ Do atuante senador paraense, Flexa Ribeiro, preocupado pelo uso indiscriminado dos recursos do FGTS por parte do governo federal: “o FGTS é uma poupança dos trabalhadores que vem sendo aplicado e o volume dos recursos está diminuindo”. _POR UM FIO_ De um procurador federal responsável pela Lava Jato: “o fio era pequeno e quando veio não para mais”. _NA CORDA BAMBA_ A Procuradoria Geral da República encaminhou ao Supremo pedido que investigue uma movimentação financeira do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, incompatível com a sua renda, que teria vindo como propina da Construtora Mendes Júnior. Renan é dono de vários processos que dormitam no Supremo desde 2007, entre eles um por emissão de notas fiscais frias e falsificação de documentos, só que nenhuma anda. _ANDA COMO CARANGUEJO_ Do jornalista e economista Ricardo Amorim sobre a declaração da presidente, que a economia do país nunca parou e nem vai frear: “tem razão. Está andando pra trás desde o ano passado”. _POUPANÇA DE ROUBO_ Declaração da esposa do ainda marqueteiro do PT e da presidente, João Santana, presos em Curitiba, em depoimento a PF e ao juiz Sérgio Moro, que recebia do partido em depósitos em vários bancos no exterior acima de 100 milhões de reais, sem nunca ter declarado à Receita Federal: “eram contas tipo Poupança prevendo nossa aposentadoria”.

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