MPE quer diminuir espera para realização de cirurgias nos hospitais de Santarém
O atendimento de alta e média complexidade no Baixo Amazonas e Tapajós foi tema de reuniões no Ministério Público de Santarém, no auditório do Theatro Victória, no dia 1º de agosto. A promotora de justiça Lilian Regina Furtado Braga, titular da 8ª Promotoria de Justiça- Saúde e Educação- presidiu o encontro, em conjunto com a 9ª Promotoria de Justiça. No dia 1º de setembro está agendada nova reunião.
A reunião da manhã tratou sobre os serviços de leitos e cirurgias eletivas nos hospitais dos municípios de Santarém e Belterra. À tarde o tema foi o atendimento de média e alta complexidade nos municípios das regiões do Baixo Amazonas e Tapajós e a pactuação na prestação desses serviços com o município de Santarém. As reuniões tiveram a presença dos secretários Estadual e Municipal de Saúde, gestores dos hospitais em Santarém e representantes dos municípios do baixo Amazonas.
Alta demanda
O Secretário Municipal de Saúde, Valter Sinimbú, apresentou dados sobre a demanda de cirurgias eletivas. Informou que o município de Santarém realizou cerca de duas mil cirurgias no primeiro quadrimestre e que há superlotação no Hospital Municipal de Santarém (HMS).
O diretor do HRBA, Herberth Moreschi, informou que o hospital atende cerca de 20 municípios que compõem a região. E que existem 6.296 pacientes que esperam para cirurgias. Dentre eles, 3.828 não deveriam ser referenciados no Regional, e ainda, quase 50% são casos de cirurgia ortopédica, devido os inúmeros acidentes automobilísticos que resultam em caso de saúde publica. A oncologia é outro ponto importante, pois existem pacientes oncológicos que ocupam vaga sem a real necessidade, pois não tem indicação adequada para o HRBA.
De acordo com o médico, das quase 3 mil pessoas aguardando na fila do Hospital Regional para realizar cirurgias ortopédicas, 700 são perfil do HRBA. As demais acabam indo porque o Hospital Municipal não tem capacidade para absorver. Sugeriu a criação de equipes volantes nos municípios polos para realizar cirurgias, inicialmente, nas especialidades de ortopedia e cirurgia geral, o que reduziria a demanda.
O Secretário Estadual de Saúde, Vítor Mateus, falou da necessidade de unir as centrais de regulação estadual e municipal e montar uma central única. Sobre financiamento, sugeriu a realização de projetos, pois há dois anos o Pará não é contemplado com a verba do Ministério da Saúde para realização de cirurgias eletivas. Sugeriu uma triagem sobre a real demanda existente, para que o Estado disponibilize uma equipe para realizar essas cirurgias de forma emergencial em outro lugar, que não o HRBA ou HMS, sendo sugerido, preferencialmente, o município de Alenquer, pela quantidade de leitos disponíveis- em torno de 100.
Diante da demanda e necessidade de atender os pacientes que aguardam procedimentos, a promotoria sugeriu elaboração de projeto para realização de cerca de 150 cirurgias mensais, em ritmo de mutirão, nas especialidades de hérnia e ortopedia, inicialmente no hospital Sagrada Família, em Santarém.
Projeto para cirurgias eletivas
No prazo de 10 dias os hospitais devem encaminhar ao MP a lista com o nome dos pacientes que já foram operados, a fim de refinar a lista para a elaboração do projeto. Em 30 dias a Secretaria Municipal de Santarém apresentará o projeto de cirurgias eletivas ao Ministério Público e ao Estado.
A promotora de justiça Lilian Braga ressaltou que “precisa ficar claro para o Ministério Público Estadual como está a prestação do serviço de saúde pública nos municípios vizinhos” considerando o deslocamento dos munícipes para Santarém em busca de atendimento, que implica em custos e transtornos para as famílias.
Representantes dos municípios de Óbidos, Novo Progresso, Jacareacanga, Juruti e Alenquer também estiveram presentes, além dos promotores de justiça Adleer Sirotheau, Dully Sanae e Aline Janusa Teles. Na reunião agendada para o dia 1º de setembro os pontos a serem discutidos serão: Consórcio, repactuação, melhoria no sistema e cirurgia eletiva.
Fonte: RG 15/O Impacto
PARABENS
já ví caso:
que o próprio atendente de saúde
orienta o paciente a procurar o ministério
publico de justiça pra conseguir fazer uma cirurgia de emergência.