Capitão Wilton: “Polícia Militar não é violenta, age com justiça”

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Capitão Wilton Chaves, comandante do GTO em Santarém

“Existem pessoas que teimam em fazer justiça com as próprias mãos, mas a partir do momento em que a Polícia Militar, que representa o Estado, está presente, tem que resguardar a vida de todos que estão no local do conflito”. Vindo do Comandante do Grupamento Tático do 3º BPM, sediado em Santarém, a citação pode surpreender. Até porque se trata de uma Força Militar que divide opiniões e causa polêmica. Uns defendem que o uso de força adotada pelo Tático é necessário, nesses tempos de violência extrema; outros falam que o Grupamento Tático age com ações extremadas.

Em declaração ao jornal O Impacto, o Capitão Wilton Chaves se manifestou da seguinte forma: “Para ser admitido no Grupo Tático Operacional (GTO), durante o período de seleção e instrução, é passado ao candidato a doutrina policial-militar, a mesma que é utilizada em Belém, no comando de missões especiais. Caso o policiamento de área, seja via rádio patrulha ou a pé, necessite de apoio para resolver alguma ocorrência, nós somos esse apoio”, citou o capitão do Grupo Tático, ressalvando que “vamos lá para ajudar esse policiamento de área a solucionar a crise de modo aceitável”, falou.

Talvez por conta desse imediatismo adotado em situações extremas, algumas pessoas vejam o Tático como um grupo de extrema violência. “Às vezes acontece em uma ocorrência mais grave, de o cidadão ou alguém que esteja do outro lado da situação usar de força letal e, como qualquer policial, temos que nos defender, afinal, somos pais de famílias e policiais, profissionais de segurança pública e dentro do uso diferenciado da força, temos que usar o que a Lei permite. Caso tenha uma ação letal, usamos uma força letal de retorno”, declarou Capitão Wilton. A doutrina adotada pelo Grupo Tático é da Secretaria de Segurança Pública.

Quando acontece por diversas vezes que uma ação seja desferida de maneira violenta, protagonizadas por elementos nocivos à sociedade, o Grupo Tático é obrigado a colocar ordem no sistema em questão. “Nós apenas nos defendemos; geralmente o infrator não quer ser apanhado, ou seja, não quer ser preso. Então, ele acaba desferindo tiros; utilizando meios de encontro à guarnição da Polícia Militar. Lembrando que a guarnição da Polícia Militar só quer neutralizar a ação violenta e fazer a detenção do indivíduo. Assim ele vai poder ser apresentado à Seccional de Polícia Civil para procedimento. Não cabe à Polícia Militar fazer justiça, isso cabe ao Poder Judiciário”, destacou o comandante do Grupo Tático Operacional em Santarém.

ASSALTOS NA TRANSAMAZÔNIA E SEQUESTROS COM REFÉNS: Por diversas vezes o noticiário policial tem sido recheado com ocorrências de assaltos a bancos e, recentemente em Mojuí dos Campos o candidato a prefeito Raimundo Dadá foi alvo de bandidos que invadiram sua residência e fizeram reféns, felizmente sem vítimas. Nesses casos a ação do Tático tem sido eficaz. “Nós temos uma doutrina de direcionamento de crise na Polícia Militar do Pará, que é uma das maiores do Brasil; essa mesma doutrina inclusive é usada em Belém. Chegamos ao local da crise, contemos a situação, isolamos e iniciamos negociações”, disse o militar.

Durante a invasão da residência do político, na semana que passou, em Mojuí dos Campos, houve exaustivas tentativas de negociação por parte do Capitão Wilton e a guarnição do Grupo Tático Operacional. “Buscávamos uma situação aceitável, entrega dos sequestradores sem que ninguém saísse ferido. Teve um princípio de tumulto, pois nossa população ainda não está acostumada a esse tipo de ocorrência, mas tudo foi contornado, os sequestradores se entregaram e ninguém saiu ferido”, frisou o Policial Militar.

Por: Carlos Cruz

Fonte: RG 15/O Impacto

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