Denúncia – Ônibus com documentação ilegal lotam pátio da Vip

Pátio da empresa Vip Leilões está lotado de ônibus que foram apreendidos com documentação atrasada, durante fiscalizações

Em meio ao debate do aumento da tarifa do transporte coletivo em Santarém, uma triste e dramática realidade se esconde por trás dos muros do Pátio da Empresa Vip Leilões, situado às margens da BR 163.

Desde o inicio do ano, pelo menos oito ônibus que compõem a frota do sistema de transporte coletivo municipal, foram apreendidos em fiscalizações diversas. O principalmente motivo é a falta de documentação obrigatória.

Tal situação demonstra o total descaso de nossas autoridades para com a população, em especial aos usuários de ônibus, que questionam: ‘-Se as empresas não estão priorizando a documentação dos veículos, que é requisito indispensável para operar no sistema, imagina quanto à manutenção’.

O caso mais sério denunciado pelos  usuários refere-se aos ônibus da empresa que fazem a linha para os bairros Ipanema e Vitória Régia. Eles dizem que os ônibus estão sucateados, não possuem logomarcas a que empresa pertence, justamente com o propósito de facilitar a terceirização de frota, que é quando a empresa que possui concessão precária da Prefeitura, não possuindo ônibus suficientes disponíveis, faz a locação de ônibus de terceiros.

E como fica a fiscalização nesta situação, perguntam os usuários? Os ônibus apreendidos e que estão no pátio da VIP, foram substituídos de que forma? Informações que chegaram à nossa redação, é que ônibus, sem a mínima condição de atender com qualidade os santarenos estão transportando passageiros, colocando em risco a vida dos mesmos.

O governo municipal tem de dar um fim nesta situação, antes que uma tragédia possa acontecer. Nos últimos meses, foram inúmeras as situações em que ônibus se envolveram em episódio que demonstram a precariedade em que operam. Uns pegam fogo, outros param por problemas mecânicos.

O trabalhador autônomo, Gileno Alves dos Santos, morador do bairro Jutaí, perdeu as contas das vezes que teve que descer do ônibus por causa de problemas mecânicos. Diz que não é justo com os usuários, a elevação do preço da passagem sem uma renovação da frota.

“Os ônibus que estão aí estão sucateados, não têm condições de circular. Essas empresas trazem ônibus de outros estados para cá. No caso, lá do bairro do Jutaí, os veículos sempre quebram no trajeto, a gente vê a logomarca da Prefeitura de São Paulo. O que acontece, esses ônibus vem de lá, já foi condenado lá, e eles trazem para cá. Assim a população fica à mercê daqueles que somente visam o lucro, sem investir nos veículos”, desabafa Gileno, que acrescenta: “Quando chega o fim de semana não adianta sair de casa, pois os ônibus não circulam. Eles deixam os passageiros na mão”.

SECRETÁRIO DE TRANSPORTE SE PRONUNCIA: Diante das sérias denúncias, nossa reportagem ouviu o titular da Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito, que afirmou que desde que assumiu a pasta no inicio do ano, trabalha para melhorar a situação do sistema.

“De fato nós temos nos deparado com algumas situações em relação a isso, nós estamos com a nossa fiscalização acompanhando e atuando nesse sentido, de fato a legislação só permite que o transporte coletivo opere em uma concessão municipal que é a linha e o itinerário, se o coletivo estiver regulamentado junto a Secretaria através da vistoria que é feita para que ele possa ter a licença de operar e deve estar também regularizado junto à empresa que está também de acordo e cadastrada na secretaria e no Sindicato de Transportes. Nós estamos fazendo uma organização no sistema, por que nós detectamos várias situações que estão em desacordo com a norma do transporte público. Nós fizemos uma apreensão de cinco veículos que estavam nessa condição, que também estavam com placa de outro estado, é outro agravante que não pode ocorrer, o veículo deve estar com a transferência dele para o domicílio atual, onde está operando, e esses carros, assim que são detectados, a fiscalização recolhe o ônibus, notifica a empresa para que ela possa então ajustar e se adequar a situação, estamos fazendo um recadastramento em todas as empresas para nós possamos também organizar os próprios trabalhadores que operam na empresa, verificando a situação de regularidade em relação à questão trabalhista, se estão realmente cadastrados na empresa, se a empresa está recolhendo, nós já mandamos inclusive esse pedido para que as empresas se regularizem, inclusive demos um prazo para que isso aconteça e a partir daí nós vamos fiscalizar, iremos colocar inclusive fiscais dentro dos ônibus que possam acompanhar em todo itinerário para ver se realmente está tudo certo, nós estamos recebendo muitas reclamações do usuário com o que diz respeito ao horário, às vezes os ônibus não cumprem horários, às vezes alguns acabam cortando o itinerário, outra situação é sobre a manutenção e as condições físicas dos ônibus, como acentos rasgados, ambiente sujo, esse será um ponto em que a fiscalização irá atuar, pois quando o ônibus é liberado para fazer o trabalho para atuar no itinerário ele passa por uma vistoria na secretaria, onde será verificado todos esses aspectos. Infelizmente nós ainda acabamos encontrando alguns problemas com o que diz respeito a isso, porque, muitas vezes o ônibus sai vistoriado, mas acontece situações em que a empresa acaba colocando outro por alguma razão que não está adequada e nós acabamos passando por esse problema, nós temos conversados com os empresários, como o sindicato renovou sua diretoria, com um novo presidente à frente, nós estamos inclusive até o chamando para uma conversa para que nós possamos ajustar esses pontos que realmente são necessários para que os usuários possam ter um transporte público de qualidade, e perante a tudo isso, nós temos a licitação”, explica Jesus.

Sobre a licitação para o transporte coletivo, o secretário da SMT, informa: “Nós recebemos um processo que estava embargado que foi iniciado na gestão passada e esse processo foi embargado pelo TCM, e então nós trabalhamos nesses processo e apontamos as falhas apontadas pelo TCM e já publicamos o edital, o mesmo já está no site da Prefeitura, essa licitação irá licitar seis linhas, não podemos aumentar mais o número de linhas, pois já pegamos o processo desse edital, em condições já pré-estabelecidas. Mas é interesse do  município, após nós concluirmos o processo, licitar as demais linhas. Em nosso município não possuimos nenhuma linha licitada, todas estão a título de licença de operação e nós queremos realmente organizar e executar essa licitação para que nós possamos ter de fato todas linhas habilitadas através de um processo licitatório para que possam operar em boas condições e que o usuário possa desfrutar de um melhor uso do transporte público em Santarém”, conclui sobre o transporte coletivo.

TRÂNSITO: Paulo Jesus também informou que SMT trabalha para melhorar a fiscalização de diversas áreas da cidade, como por exemplo a do Mercadão 2000.

“Exatamente, nós estamos acompanhando esse problema, inclusive estamos fazendo um projeto específico ali naquele setor, para que possamos fazer um ordenamento melhor, estamos colocando nossos agentes aos fins de semana, mas o caos que se estabelece ali é tão grande, que eles não têm conseguido operacionar aquilo de uma forma bem mais ordenada, o que causa aquele engarrafamento maior são os ônibus que vêm das comunidades do planalto e param ali na Professor Carvalho para fazer o descarregamento dos produtos e acabam causando aquele transtorno, tendo em vista, que também temos os ônibus da linha urbana e temos os pontos de táxis, estamos pensando em fazer uma mudança naquele setor, levando os ônibus que vêm da região de planalto para que eles parem na Travessa Frei Ambrósio para fazer o descarregamento da mercadoria, inicialmente nós havíamos pensado em mudar o sentido daquela via que passa em frente aos supermercados na feira, para que os ônibus pudessem vir pela Frei Ambrósio e ao entrar ali, fizessem o descarregamento por lá, mas o estudo técnico do setor de engenharia da secretaria já indica que os ônibus terão dificuldades para fazer a manobra para entrar naquela via, pois o espaço é pequeno, então nós queremos ver a possibilidade de levá-los mais à frente pela Frei Ambrósio para que lá eles possam parar, descarregar, seguir direto e voltar para o ponto de parada. Acredito que com isso conseguiremos melhorar o fluxo de veículos naquela área”, conclui.

Por: Edmundo Baía Júnior

Fonte: RG 15/O Impacto

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