Janguiê Diniz: “Internet ainda é considerada território sem dono”

Mestre e Doutor em Direito alerta sobre a vulnerabilidade da rede mundial de computadores.

Desde o último dia 12 de maio, quando foi registrado o maior número de ciberataques da história, governos, empresas e usuários comuns da internet estão perplexos com o grau de fragilidade da rede mundial de computadores.

Para o mestre e doutor em Direito, Janguiê Diniz, o debate a cerca da segurança na internet tem que ser ampliada, pois a internet está presente na vida da grande maioria das pessoas. Devido a essa popularidade, os usuários tornaram-se cada vez mais dependente, e para muitos, “fica longe dos sites e aplicativos é quase uma tortura”, diz Janguiê.

“Neste mês, em que um ataque hacker global afetou 74 países e provocou um alerta mundial, voltam-se ao debate questões como a segurança na web e como é possível se proteger deste problema. A empresa russa de segurança cibernética Kaspersky estimou que, apenas em um dia, foram dezenas de milhares de computadores infectados por hackers usando vírus do tipo ransomware – em que o computador é ‘sequestrado’ e fica inutilizado. Os criminosos pedem um pagamento como forma de resgate para devolver o comando da máquina ao usuáriosendo este considerado um ataque sem precedentes no mundo. Hospitais, empresas, escolas, órgãos públicos. Todos tiveram que desligar os equipamentos e deixar de funcionar ou realizar atendimento para proteger seus sistemas. O lançamento do vírus se deu depois do vazamento de documentos da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) e pela exploração de uma falha nos sistemas da Microsoft. De acordo com os especialistas, o foco principal foi à Espanha, com nomes como a Telefônica, maior empresa de telecomunicações do país, e bancos como Santander e BBVA sendo os principais alvos”, explica Diniz.

De acordo com ele, diante de situações como esta, em que nossos dados e documentos ficam vulneráveis, cabe questionar: “como é possível ter segurança na web?”, questiona.

Conforme expõe, a reflexão sobre segurança deve considerar alguns aspectos de suma importância, tais como, o processo de globalização que “chegou e com ela a utilização em larga escala da internet, cada vez mais dinâmica, interativa e repleta de conteúdo. Estamos, cada vez mais, cercados de facilidades no mundo digital”, afirma Janguiê, acrescentando que: “A troca de informações entre servidores e usuários é rápida e é aí que mora o perigo para pessoas leigas. Os hackers invadem um servidor web e podem implantar códigos maliciosos e redirecionar os usuários para sites falsos, conseguindo, assim, os dados ou fazer qualquer outra informação para utilizar de forma maliciosa. Com as informações captadas, os golpistas costumam efetuar transações financeiras online, abrir contas bancárias ilegítimas, criar empresas fantasmas, etc. A forma mais simples de se proteger é mantendo os sistemas de computador, tablete e celular atualizados. Uma simples atualização dos sistemas por uma versão mais nova já resolve muitos problemas de segurança. Outro ponto importante é manter, sempre, cópias de segurança dos arquivos, assim, casos como o vírus ransomware, que pede o pagamento de um valor para liberação de acesso ao computador, perdem força. Infelizmente, a internet ainda é considerada um território “sem dono” e problemas como estes não são incomuns. Todos os dias, fraudes bancárias, roubos de senhas, etc. acontecem com usuários e empresas e cabe a nós, usuários, seguir os protocolos de segurança das redes para ficarmos, pelo menos um pouco, mais protegidos. Para finalizar, vale ressaltar que o uso sem moderação da Internet, assim como de outras tecnologias, pode colocar em risco a sua saúde física, diminuir a sua produtividade e afetar a sua vida social ou profissional”, conclui Janguiê Diniz.

SAIBA MAIS: Diante do quadro de insegurança, buscamos elencar abaixo, a chamada ‘Regras de Ouro’, elaboradas por especialistas, a cerca da conduta que, empresas, governos e usuários comuns devem incorporar, no seu dia a dia, para garantir a segurança de dados, como por exemplo, o uso de antivírus e a realização periódica de backup dos dados. 1) Manter o sistema operacional sempre atualizado. As atualizações de segurança dos sistemas tanto de computadores quanto de celulares devem ser feitas regularmente, de preferência de forma automática; 2) Manter um antivírus atualizado; 3) Ter sistemas de antispyware e antimalware, que protegem contra códigos maliciosos que interceptam as comunicações. É similar ao antivirus, mas tem a finalidade de impedir programas espiões; 4) Manter um backup atualizado dos dados, de preferência em um HD externo; 5) Ter muito cuidado com os links que você clica por aí. Normalmente, o vetor de propagação dos vírus e códigos maliciosos se dá por e-mail e por mensagens instantâneas. Então, isso vem normalmente na forma de um link, isso pode infectar sua máquina.

Por: Edmundo Baía Júnior

Fonte: RG 15/O Impacto

 

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