Cobrança abusiva de energia gera revolta em Itaituba

Novos valores foram reajustados pelo governo de Valmir Climaco e aprovado pela Câmara

O que não tem faltado no município de Itaituba são reclamações e protestos contra o exorbitante aumento dos valores cobrados pela Prefeitura Municipal de Itaituba a título de contribuição para custeio da iluminação pública. Os novos valores foram reajustados pela Prefeitura e já foram colocados em prática pela Rede Celpa, concessionária que presta o serviço, após aprovação de lei na Câmara de Vereadores do Município (Lei 3136/2017).

Nas redes sociais a insatisfação é registrada com postagens de detalhamento das faturas de consumo de energia elétrica visando destacar o alto pereço cobrado pela contribuição. Em compartilhamento específico um usuário apresentou uma conta de energia de uma empresa de pequeno porte que a cobrança de sua contribuição é de quase dez mil reais sobre um período mensal. Outras mostram valores que variam, sendo sempre superiores a dois mil reais.

Nossa reportagem foi a campo procurar compreender a revolta dos contribuintes itaitubenses. Encontramos o comerciante José Raimundo, para ele a cobrança da contribuição subiu abusivamente. Diz ele que pagava R$ 1.251,95 e já achava um valor muito alto, e agora a cobrança veio com valor de R$ R$ 3.055,00. “Isso haverá de inviabilizar meu negócio. Vou ter que fechar as portas, pois está difícil de manter as contas em dia e agora vem esse duro golpe aplicado pelo nosso próprio Município. Não estou conseguindo ter 5% de lucro sobre minhas receitas, o que isso implicará que terei de vender mais de sessenta mil reais de mercadorias para cobrir somente essa despesa. É o fim da picada”, assim finalizou José.

Demonstrativo de faturamento de conta de energia de uma empresa de pequeno porte de Itaituba com a cobrança do novo valor da contribuição de iluminação pública

Um contribuinte que trabalha na atividade da venda de gás de cozinha, pediu para não expormos sua identidade, com medo de possíveis represálias, acha que a coisa que antes já estava ruim, agora foi é piorar. Já vem há muito tempo às duras penas tentando manter de pé o seu comércio. Diz trabalhar com uma margem de lucro apertada, e não está conseguindo repassar ao consumidor os altos encargos já cobrados pela municipalidade e a manutenção dos veículos de entrega do gás que são altas por transitarem em ruas praticamente intrafegáveis, e agora com mais essa cobrança abusiva, não sabe o que fazer a não ser repassar estes custos aos seus clientes, não vê outra alternativa.

Outro contribuinte, Agenor Zimmermann, que trabalha na produção de hortaliças, foi bastante ácido e contundente contra a cobrança dos novos valores da contribuição. Acredita que o Município tomou essa postura, amparado juridicamente ao que a Constituição assim o permite. Mas fugiu totalmente do critério da razoabilidade e da capacidade contributiva dos seus entes. Vai inviabilizar o negócio de todos, vira um efeito cascata. “Inimaginável pensar acontecer essa situação por causa da cobrança de uma “simples” contribuição para custear as despesas de iluminação pública do Município, que se diga de passagem o sistema atual é bastante simples. Mas nova cobrança poderá se instalar e manter um sistema público de iluminação igual a Dubai, acredito que totalmente fora da nossa realidade”, ironizou. Zimmermann, acredita que não vê má intenção dos agentes públicos responsáveis a chegar a isso.

“O problema é falta de visão dos fatos. Tudo começou com a má formatação de um novo Código Tributário no Município. Enviado através de projeto de lei pelo Executivo, fora aprovado então pela Câmara de Vereadores a toque de caixa, sem sofrer sequer uma única emenda, e fico pasmado que texto dessa envergadura sequer fora na época discutido com a sociedade itaitubense. De sua aprovação até hoje, esse Código Tributário foi remendado inúmeras vezes através de aprovação de novas leis, com o mesmo modus operandi de tramitação da propositura do texto original, como é o caso dessa da nova cobrança da contribuição de iluminação. E a cada remendo que recebe, a peça fica ainda mais deteriorada”, disse Agenor, informando, ainda, “que fala que falta humildade aos agentes públicos de Itaituba responsáveis por isso. Eles não têm a dignidade de fazerem uma auto crítica de seus atos. Uns no fim do dia pensam em ser um ser supremo, dormem a noite, sonham e acordam terem certeza de serem o ser supremo, e alguns até sonham com cadeira no Legislativo estadual, chega a ser risível. Mas confia que a grave situação será contornada, pois caso assim não aconteça, os efeitos colaterais será uma catástrofe imensurável”, assim concluiu.

Fonte: RG 15/O Impacto

 

4 comentários em “Cobrança abusiva de energia gera revolta em Itaituba

  • 4 de maio de 2018 em 12:55
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    Empresa de pequeno porte que consome mais de 70.000 kW? Uma residência ou empresa que consome em média 500 kW/mês levaria 12 anos para consumir 70.000 kW.

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  • 4 de maio de 2018 em 07:29
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    Esse Impacto é porreta mesmo! Quando estão sendo esgotadas as esperanças nos 03 poderes constituídos, surge alguém da imprensa séria que dá esperança ao povo. Parabéns!

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  • 3 de maio de 2018 em 08:45
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    bom dia, quer dizer que uma empresa que esta gerando empregos, trabalhando duro no dia-dia, esta condenada a pagar a maios taxa de iluminação publica do mundo, e receber o pior atendimento, os vereadores precisam ter vergonha na cara, desfazer essas loucuras, ter peito e ser fortes, mas não são, abrem as pernas fácil. Parabéns ao site, pela brilhante matéria, vamos compartilhar essa pilantragem.

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  • 3 de maio de 2018 em 08:15
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    Parabéns ao Jornal O IMPACTO, pela coragem de peitar os ditadores de Itaituba. Mostra sua seriedade e compromisso com a verdade, doa a quem doer. Se essa lei não for derrubada, Itaituba vai virar uma fazenda sendo o Walmir o proprietário e os vereadores os capatazes. Parabéns!

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