Sindicato dos Médicos do Pará emite Nota sobre morte no Hospital Municipal de Santarém

O Sindicato dos Médicos do Estado do Pará (Sindmepa) em Nota divulgada à imprensa, se manifesta sobre a morte  de Antônio Oliveira, de 57 anos, ocorrida no Hospital Municipal em Santarém (HMS) no dia 08 de julho, fato que causou revolta e indignação nos familiares e amigos de Antônio Oliveira, que fizeram uma manifestação pelas ruas de Santarém pedindo providências contra o Hospital.

Antônio Oliveira deu entrada no HMS no dia 30 de junho com quadro de hematemese e varizes de esôfago, que exigia um procedimento cirúrgico através de endoscopia. Veja a Nota do Sindmespa:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O Sindicato dos Médicos do Estado do Pará – Sindmepa, entidade representativa da categoria médica, após ouvir seus associados que trabalharam no atendimento ao Sr. Antônio Oliveira, no hospital municipal de Santarém, considerando a repercussão que o caso tem e teve, vem a público esclarecer que:

  1. O sr. Antonio Oliveira era portador de doença crônica no fígado, com manifestações em outros órgãos (varizes esofágicas), já em acompanhamento ambulatorial e com risco de apresentar sangramento digestivo, fato que aconteceu antes de sua internação no Hospital Municipal de Santarém e que o levou a procurar ajuda hospitalar;
  2. Frente à permanência do quadro hemorrágico e a necessidade de intervenção tanto diagnóstica (descobrir o local do sangramento) quanto terapêutica (estancar o sangramento) os médicos especialistas Thiago Henrique de Aguiar Sousa, Luís Otávio Lopes Macêdo, submeteram o paciente a uma Endoscopia Digestiva Alta de urgência, procedimento que exigiu habilidade da equipe frente o número de varizes e o sangramento encontrado com necessidade de proteção de vias aéreas. Tanto o diagnóstico foi realizado com a identificação dos locais sangrantes quanto à terapêutica com a ligadura das varizes e interrupção do sangramento. Frente a dificuldade do procedimento, o paciente foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu por 02 dias com a devida estabilização do quadro e ausência de novos sangramentos, recebendo alta da UTI no dia 04/07/2018 (quarta-feira) às 18 horas;
  3. O paciente foi admitido na Enfermaria de Clinica Médica pela equipe de enfermagem seguindo a rotina do Hospital estando, naquele momento, estável. No dia seguinte, 05/07/2018 (quinta-feira), a médica residente Dra. Kamila Conceição Pimentel atendeu o paciente e discutiu o caso com o preceptor Dr. Antônio Carlos Silva definindo as condutas, sendo aventada a possibilidade de alta em alguns dias a depender da evolução do quadro. Contudo, no final da tarde o Dr. Antônio Carlos foi comunicado pela equipe da enfermagem que o paciente tinha apresentado fezes enegrecidas, que poderia ser sangramento residual ou novo sangramento, e transferiu o paciente para a sala de reanimação, seguindo a rotina para observação de pacientes potencialmente graves;
  4. Contestamos as calúnias e difamações sofridas pelo corpo médico e demais profissionais de saúde do Hospital Municipal. Julgamos necessário a apuração dos fatos, pelas vias legais, não permitindo o linchamento público e sem direito à ampla defesa frente à diversidade de comentários nas mídias sociais;
  5. As assessorias de Imprensa e Jurídica do Sindmepa estão acompanhando a situação e, caso julguem necessário, acionarão por meios legais os responsáveis por possíveis excessos;
  6. O Sindmepa não medirá esforços para melhorar as condições de trabalho para que toda a população possa receber o tratamento esperado e com qualidade e que todos os profissionais, médicos ou não, possam ser valorizados no seu ambiente de trabalho.

Belém (PA), 18 de julho de 2018.

Diretoria Colegiada – Sindmepa

Fonte: RG 15\O Impacto

2 comentários em “Sindicato dos Médicos do Pará emite Nota sobre morte no Hospital Municipal de Santarém

  • 22 de julho de 2018 em 16:43
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    Juca…… pelas explicações acho que não foi falta de atendimento, foi acidente de percurso mesmo, médicos não conseguem salvar a todos.

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  • 22 de julho de 2018 em 12:26
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    E o paciente? Teve direito “à ampla defesa”? A considerar os profissionais que atuam na área médica em Santarém, os quais são desprovidos de qualquer senso ético, moral ou profissional, esse cidadão foi “apenas” mais uma vítima do descaso desse “bando”!!!!

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