Sefa suspende servidores presos na Operação Candiru em Óbidos

Suspensão dos servidores é retroativa a 1ª de janeiro de 2014

A Secretaria de Estado da Fazenda do Pará (SEFA), suspendeu 7 servidores públicos estaduais presos por ocasião da Operação Candiru, deflagrada em 2014 no município de Óbidos, no Oeste do Pará. A Sefa realizou a suspensão dos servidores após decisão do Tribunal de Justiça do Pará, que publicou na semana passada a Portaria de suspensão das “atividades laborais” dos servidores.

A suspensão é retroativa a 1ª de janeiro de 2014. Os servidores, porém, continuarão a receber seus vencimentos. Ao todo 11 pessoas foram presas na operação Candiru, das quais 10 pertencem ao quadro da SEFA.

De acordo com as investigações, os denunciados fariam parte de uma quadrilha organizada para a prática de crimes do tipo corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional e crime contra ordem tributária.

Os servidores criaram um esquema para fiscalizar embarcações que passavam em frente da cidade de Óbidos, com produtos sobre os quais deveriam incidir tributos em troca financeira.

Ficou também constatado nas investigações que eles forneciam informações sigilosas quanto à movimentação no porto de Óbidos de outros órgãos de fiscalização, como a Polícia Federal e Marinha do Brasil.

FIQUE POR DENTRO: No dia 15 de maio de 2014, a Polícia Civil do Estado do Pará deflagrou, nos municípios de Óbidos, Santarém, Itaituba, Monte Alegre, Juruti, Belém e Castanhal, a operação denominada “CANDIRU”, no combate à corrupção ativa e passiva e associação criminosa, onde foram realizadas as prisões de servidores da Secretaria Estadual da Fazenda do Estado do Pará (Sefa), e empresários ligados a navegação e transporte de carga. A ordem de prisão foi expedida pela juíza Tarcila Campos, titular da Comarca do município de Óbidos.

A operação realizada em Óbidos ocorreu sob coordenação do delegado Gilberto da Conceição Azevedo Aguiar, que na época erra o Superintendente Regional do Baixo e Médio Amazonas. Já o Inquérito Policial ocorreu sob a presidência do delegado Elinelson Oliveira, que era titular da Delegacia de Alenquer, em cooperação com o Núcleo Avançado de Operações (NAI), dirigido pelo delegado Silvio Birro, e apoio operacional da Delegacia Municipal de Óbidos, dirigida pelo delegado Herbert Farias Junior, que hoje é diretor da Seccional da Polícia Civil de Santarém.

As prisões realizadas fora da circunscrição da Superintendência Regional do Baixo e Médio Amazonas ocorreram nos municípios de Belém, Castanhal e Itaituba, com equipes operacionais coordenadas pela Delegacia Geral-DG, Diretoria de Policia do Interior – DPI, e Núcleo de Inteligência Policial – NIP.

Quatro presos na operação foram conduzidos para a Delegacia Municipal da Óbidos, onde funcionou o controle da Operação.

Entre os presos, foram submetidos a procedimentos judiciais: Antonio Oliveira da Cruz, o “Tonhão”, servidor da SEFA, preso em Monte Alegre; Claudelina de Aquino Rodrigues, conhecida por “Cláudia”, servidora da SEFA, presa em Santarém; José Maria Oliveira do Nascimento, apelidado de “Zé Maria, servidor da SEFA, preso em Óbidos; Emanuel José Fernandes da Silva, servidor da SEFA, preso em Juruti; Manuel Santos de Sousa, o “Manduca”, servidor da SEFA, preso em Castanhal; Maria RosineideFlorezano Soares, conhecida como “Neide”, servidora da SEFA, presa em Óbidos; Paulo Raimundo Cardoso de Oliveira, o “Paulo”, servidor da SEFA, preso em Óbidos; Paulo Roberto Nazareno Barbosa Sotão, conhecido por “Paulo Sotão”, servidor da SEFA, preso em Belém; Rui Carlos Viana da Costa, o “Rui”, servidor da SEFA, preso em Óbidos e Pedro Leite de Sousa, apelidado de “Pedro do Cavalo”, empresário da navegação preso em Itaituba, (dono de balsa).

A prisão de “Pedro Cavalo” foi comandada pelo delegado titular da Superintendência do Tapajós, que na época era o delegado Jardel Guimarães. Pedro foi acusado de corrupção ativa. Segundo o delegado Jardel, Pedro foi acusado, também, de subornar os fiscais da Sefa. Além de proprietário de uma balsa, Pedro Leite de Sousa também tem outras propriedades em Itaituba, como uma fazenda.

CHEFÃO: Segundo a Polícia Civil, Paulo Roberto Nazareno Barbosa Sotão é quem comandava a quadrilha formada por servidores do órgão. O bando era suspeito de envolvimento em esquema de corrupção ativa e passiva. Paulo Roberto foi preso na capital do Estado. Paulo era o chefe da Base Candiru, em Óbidos. Um empresário do ramo da navegação e transporte estava entre os presos.

OPERAÇÃO: Depois de 8 meses de investigações no município de Óbidos, no Oeste do Pará, a Polícia Civil deflagrou a operação “Candiru”, em combate à corrupção ativa e passiva e associação criminosa. Durante a Operação, foram realizadas  prisões de servidores da  Secretaria Estadual da Fazenda do Estado do Pará e um empresário ligado à navegação e transporte de carga.

Segundo o superintendente regional da Polícia Civil do Baixo e Médio Amazonas, que comandou a operação naquela ocasião, delegado Gilberto Aguiar, a investigação foi feita na cidade de Óbidos, mas mandados de prisões foram cumpridos em outras cidades do Estado. “Como nós já estávamos há um tempo investigando, nós sabíamos que algumas pessoas não estariam em Óbidos quando a operação fosse deflagrada”, explicou delegado Gilberto Aguiar, em 2014.

Fonte: RG 15/O Impacto

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